quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Perrengue bom

    Bem, como disse no post anterior, o Carnaval foi sem novidades, ontem consegui voltar a dar uma corridinha, ou melhor dizendo, uma trotada, coloquei em minha cabeça que no final do ano irei participar de uma maratona ai qualquer, mas, antes, é claro, tenho que reduzir os meus triglicerídeos para um valor no mínimo aceitável. A última vez que fiz o exame estava acusando uma taxa de 580mg, ou seja, quase o triplo do valor máximo permitido, resultado de muita massa dos quitutes mineiros e tortas de chocolate que não estava conseguindo controlar.
    Estou aproveitando ao máximo esse tempo para descansar, o nível de medição da minha bateria estava quase no zero, o meu hd estava todo fragmentado e a minha memória ram já estava pifando. O processador então, nem se fala. Mas agora está tudo bem, o nivel de stress está zerado e estou pronto para outra. A minha mania de toda hora colocar a mão no bolso para certificar que não perdi as minhas chaves sumiu(também agora não tenho chaves né?) mas também o desespero que tomava conta de mim para ficar toda hora conferindo o dinheiro nos bolsos também foi embora, não estou mais escondendo o dinheiro como antes e depois esquecendo, quase ficando louco para encontrar a grana novamente.
    Mas em pleno sábado de carnaval, passei um perrengue danado. Mas até que foi um perrengue divertido no final das contas. Resolvi, de uma hora para outra, ir ao centro do Rio para comprar um produto natural, em pleno sábado de carnaval. Até que minha amiga Danielli tentou avisar que poderia haver uma aglomeração de pessoas, mas não dei bola para o que ela me disse:
    - Ah! De manhã não vai ter ninguém no centro da cidade, deve estar todo mundo de ressaca! pensei.
    Na sexta à noite, pesquisei no google: "lojas de produtos naturais no Rio de Janeiro" e fiz uma lista com uma dez lojas, anotando tudo em uma folha de caderno.
   Então, no sábado, por volta das oito horas da manhã, já estava no ponto de ônibus, que me levaria de Jacarepaguá até o centro da cidade.
    Tirando o enorme engarrafamento, a viagem foi tranquila. Avistei vários foliões no caminho, pensando que estavam voltando da folia, mas reparei que estavam com uma cara muito boa para quem havia passado a noite inteira pulando carnaval e tomando todas.
    No meio do caminho avistei o Maracanã em obras, e, pelo que deu para perceber, vai ficar muito bonito. Mas também deu para notar que as coisas estão um pouco atrasadas, pois a copa das confederações vai começar no meio do ano, se não me engano. Não entendo de obras, mas olhando a parte externa, dá para perceber que ainda falta bastante coisa, sem contar na enorme quantidade de entulho que está em volta do estádio.
    Bem, chegando ao centro, tudo normal e tranquilo. Peguei a folhinha com os endereços das lojas e comecei a minha peregrinação pelo tal produto natural( penso que, se ficar sem ele, vou morrer!) Na primeira loja, o atendente me disse que esse produto não estava no estoque. A segunda loja estava fechada. A terceira mudou de endereço. Então, resolvi ir para a quarta loja, numa tal avenida Rio Branco. Assim que ia me aproximando da dita cuja, os foliões iam aparecendo aos poucos, o que me deixou um pouco preocupado, mas, como não queria perder a viagem, resolvi continuar a procurar o produto.
    A cada quarteirão que andava, a aglomeração aumentava, e, quando me dei conta, já estava no meio do
não sei como, mas fui para no meio desse bloco
Bloco Bola Preta, simplesmente o maior bloco carnavalesco do Rio. De camisa pólo, calça social e sapatênis, me senti um estranho no ninho, ou melhor dizendo um extraterrestre.
    No início o desespero tomou conta de mim, é aquela situação em que dá vontade de sair gritando: "Mamãe! Socorro!". Poderia olhar para qualquer lado e só avistava aquele mar de gente. A vontade que tive era de sair correndo e empurrando todo mundo que via pela frente, ou então procurar uma ajuda com algum policial, mas achei que os policiais estariam muito ocupados com aquela quantidade de de pessoas(quase dois milhões!) Respirei bem fundo para oxigenar o  cérebro e disse para mim mesmo:
    - Bem feito seu mané! Quem mandou caçar produto natural, em pleno sábado de carnaval e na cidade do carnaval? Se deu mal!
    Acabei rindo de mim mesmo e não dei tanta importância à enorme dificuldade para me deslocar naquela multidão e passei  então a apreciar a beleza das cariocas e das turistas também. Por pouco não entrei no ritmo e não comecei a sambar, quer dizer, me mexer, pois dançar não é o meu forte. Alguns minutos depois de um intenso ziguezaguear consegui escapar da multidão e respirar mais tranquilamente o ar do Rio de Janeiro. Estou me sentindo mais bem disposto, o calor da cidade maravilhosa é fichinha em relação ao calor de Ipatinga, acreditem! O motivo eu não sei, alguns dizem que é a poluição da Usiminas, outros já dizem que o Rio tem uma brisa que vem do mar e dá uma refrescada no pessoal. Já estou até começando a fazer caminhada e percebo que o ar do Rio, apesar de não ser dos mais puros, é de melhor qualidade do que de Ipatinga, que me parece ser um ar quente e seco. Sinto prazer em em caminhar e, quando é preciso, puxo o ar para os pulmões com gosto, coisa que não acontecia na cidade mineira.
    Bem pessoal, gostaria de dizer que vou atualizar o blog não como antes, que era todas as quintas. Como já disse anteriormente, que agora o blog vai também funcionar como uma espécie de diário, então poderei atualizar o blog mais de uma vez por semana, ou então demorar um pouco, dependendo do lugar onde estiver. Mas continuarei sempre postando até encontrar o meu caminho, que seja talvez de percorrer o caminho, que é a vida.
    Estou curtindo demais deixar o meu celular despreocupadamente em qualquer lugar! Pode parecer gozação, mas não é. Cada dia deixo ele em um lugar diferente, e, de manhã, quando vou olhar, ele está no mesmo lugar! Incrível! Pode parecer bobeira, mas é algo extraordinário para quem não podia nem deixar o chinelo usado na porta que os craqueiros levavam. Hoje estou podendo até deixar o dinheiro em cima da bolsa que sei que ele não vai sumir. Não tem como explicar essa tremenda sensação de alívio, só quem passou por anos e anos de stress, vivenciando de perto o mundo do crack é que pode saber um pouco do que estou falando.
    Já estou sem dores no corpo, não estou tendo mais distensões do nada e voltei a ter prazer em caminhar.
   Fazia exames e mais exames para ver se estava doente, mas os resultados eram sempre bons, aqueles numerozinhos do hemograma sempre estavam legais, com exceção dos triglicerídeos, é claro. O stress nos faz parecer doentes e também causa doenças. Pesquisem no google que vocês irão encontrar inúmeras doenças causadas pelo stress, desde problemas do coração até disturbios mentais graves. Então, não deixem que o stress tomem conta de você, sei que é difícil fazer isso no mundo em que vivemos, mas saia por ai, tire férias, faça caminhada, tente melhorar a sua qualidade de vida e tente descobrir o que está te estressando.
    Bem pessoal, por hoje é só e até o próximo post.

5 comentários:

  1. Oi Júlio, tudo bom?
    Meu nome é Jéssica, sou de São Paulo. Assisti aos seus vídeos no YouTube e resolvi dar uma passada no blog. Achei muito interessante o conteúdo (dos vídeos e do blog), e muito bacana a sua atitude de mostrar que o esquizofrênico não é louco, como muita gente pensa, ou coisa do tipo. Bom, eu tenho depressão e crises de ansiedade. E mais alguma coisa que, como você disse, os psiquiatras abafam. Acho que eles não gostam muito de ouvir, é mais fácil receitar e pronto. Mas enfim... Além disso, sou estudante de Letras e escritora. O protagonista do meu livro é esquizofrênico. Eu tenho estudado, feito pesquisas. Leio bastante sobre psicanálise, e já li alguma coisa sobre esquizofrenia. Mas, olhe, preciso sim dos conceitos dos psiquiatras, mas principalmente, preciso saber como é para a pessoa. Eu quero dizer, teoria é uma coisa, prática é outra. Fiquei louca pra comprar seu livro, só preciso esperar vir um dinheirinho, haha. Acho que através dele eu vou entender um pouco mais sobre os surtos e etc, mas eu gostaria de manter contato com esquizofrênicos. Você se importaria em conversar comigo, em me apresentar algumas pessoas? Pode parecer uma coisa fria, mas não é. Na verdade, esse livro eu escrevo porque não aguento a minha própria realidade às vezes. Enfim... vou te deixar o meu e-mail, e eu ficaria imensamente agradecida se você pudesse manter contato! :)
    Muito obrigada pelas explicações. Acredite, é muito melhor do que ouvir de um psiquiatra.

    Beijos!

    moony.lemon@gmail.com

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    1. Obrigado pelas palavras. Quanto ao livro, eu também o disponibilizo no formato pdf, que é bem mais barato. Tenho o livro em meu pen drive e posso lhe enviar por email. Podemos conversar sim, mas eu não tenho entrado muito no msn, vou te mandar um email com o link do meu facebook, lá é mais fácil me encontrar para conversarmos pelo chat.

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  2. Que bom saber que vc está feliz!!! Também sou do Rio e o ar de jacarepagua é bem refrecante, gostaria de morar nessa área...sou de bangu! aqui vc derreteria...continue a sua peregrinação...a minha viagem dos sonhos é pegar um ônibus na novo rio e ir para o chile...dizem que é uma viagem muito bonita e eu acho que não precisa de passaporte...continue nessa força!!! PAZ!!!!

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  3. Olá. Já ouvi falar na rádio Globo que Bangu é bem quente mesmo. Ontem estava fazendo 37ºC aqui, mas pelo menos tem vento, o que dá uma boa refrescada. Mas para qual parte do Chile seria a viagem? Se não precisar de passaporte pensarei em ir lá sim, depois, se tiver tempo, me explique mais sobre essa viagem, só ouvi falar mesmo do Chile sobre o deserto de Atacama(acho que é esse mesmo o nome) e me pareceu muito bonito.

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  4. No chile eu pensei em Santiago, tem vários museus legais e os preços de albergues são bem baratinhos só pesquisar na net. tem que verificar a época por causa do frio...

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