sábado, 11 de janeiro de 2014

Passos dos Jesuítas: 3º dia


09/01/2014-quinta feira Itanhaém - Mongaguá 
entardecer em Itananhém

     Ontem só foi possível montar a barraca por volta das dez horas da noite, quando o movimento na praia diminuiu bastante. Tinha uns caras que jogaram bola por três horas seguidas!
    Assim que montei a minha humilde residência, apareceram dois policiais e começamos a conversar. Os caras foram super gente boa comigo e até me ofereceram um lanche e depois me deram dicas sobre o caminho. Me disseram que eu era muito corajoso por percorrê-lo sozinho e me aconselharam a evitar a cidade de Praia Grande, por estar cheia de noiados na orla. Vou seguir esse conselho, pois estou cansado de ver as confusões que as drogas  traz em seu entorno.
    Por volta das três horas da madrugada, ouvi barulhos, parecidos com pequenas pedras sendo jogadas na barraca. Fiquei em estado de alerta, e logo vi um clarão do lado de fora, atrás da barraca. Abri rapidamente a entrada e vi duas sacolas de supermercado pegando fogo. Felizmente elas não atingiram a barraca, pois o fogo poderia se alastrar rapidamente. Provavelmente foi um engraçadinho querendo me assustar, pois, se quisesse atear fogo na barraca, iria usar gasolina. Mas não dormi o restante da noite e peguei duas  pedras grandes por medida de segurança. Não sei o que leva uma pessoa a praticar tal ato. Cheguei na cidade e só conversei com os policiais, não mexi com ninguém e só queria apenas passar a noite ali para renovar as energias para a caminhada do dia seguinte.
    Acordei às sete da manhã e fui atrás de uma padaria, a fim de tomar um cafezinho e comer pão com manteiga. Ao contrário de Minas Gerais, as padarias nessa faixa do litoral paulista não são abundantes. A maioria das ruas de Itanhaém não possuem placas, e a maioria das pessoas que estão nas ruas vieram de São Paulo. Fica difícil seguir o roteiro do site do governo de São Paulo. Perguntei o nome de uma rua para um policial e ele me mandou perguntar em um posto de gasolina, que não era Ipiranga, mas nem lá os caras conseguiram dar informações sobre como chegar a uma rua.
    Só consegui achar uma padaria no centro da cidade, e, pelo preço, deveria ser a única. Seis reais um cafezinho e dois pães com manteiga! Estavam deliciosos, verdade seja dita, mas em Minas também é muito bom e pela metade do preço né?
    Café tomado, fui para a lotérica a fim de sacar uma graninha, já que é complicado andar por ai com grandes quantias(até parece que tenho...). Fiquei uma hora e meia na fila, e só fui começar a caminhada do dia por volta das dez da manhã.
    A maior parte do caminho para Mongaguá é feito pela praia mesmo, e muito bonito. Mas não é cansativo, pois deu para andar naquela faixa de areia que fica compactada por causa da água do mar. Dá até para carro passar por ali.
  
a maior parte do caminho é feito pela praia mesmo
Mongaguá

    É um caminho legal, prais bonitas, mulheres bonitas, algumas meio fora de forma. Mas a verdade é que estava me sentindo um extraterrestre ao andar por ali com uma mochila nas costas e o cantil na cintura. Andava a passos rápidos, com a cara tampada com o boné, por causa do sol. Uma menina de uns seis anos de idade me olhou meio assustada( ficou com medo de mim, para falar a verdade rsrsrs) Alguns adultos me olhavam com estranheza. Mas convenhamos que a cena é meio estranha mesmo. Um sol de rachar e um cara cabeludo andando na praia com uma mochilona nas costas...
    Cheguei a Mongaguá por volta de uma hora da tarde e consegui achar um rango de onze reais. O primeiro que pesquisei custava quinze. Alta temporada é isso mesmo. Depois de uma breve soneca voltei a caminhada. Nuvens ameaçadoras começaram a tomar conta do céu de Mongaguá. A meteorologia previa chuva para o fim de semana, mas aprendi a não ligar tanto para isso, já que ela não é infalível.
    Por  volta das três horas da tarde tive que dar uma longa pausa na caminhada, pois as dores das bolhas do meu pé esquerdo(sempre ele) começaram a me incomodar bastante. Tive que estourá-las e fazer o restante da caminhada de chinelo mesmo.
acho que o meu próximo investimento irá ser uma bota própria para caminhadas...

Poço das Antas
    Com as bolhas dos pés já secas, resolvi dar uma passada no poço das antas, que estava lotado. Não iria dar para tomar o banho que estava planejando, então fui para o canto e apenas esfreguei os braços e as pernas com sabonete. Não deu para lavar "as partes", mas deu para relaxar bastante e tirar um pouco o stress da musculatura e renovar as energias. Praia é muito bom, mas um poço ou uma cachoeira em um dia quente não tem nada melhor.  O poço das antas realmente é muito bonito, cercada de verde por todos os lados e com um astral legal. Tinha uns caras que pulavam no poço do alto das pedras, apesar do aviso proibindo tal prática.
    Depois da relaxada no poço, resolvi não montar a barraca na praia, por causa do movimento, que só cessa tarde da noite. Escolhi então um lugar entre um supermercado e o batalhão da polícia militar. Acho que estarei seguro esta noite, pois preciso recuperar um pouco das energias que não foram totalmente repostas na noite anterior, por causa da sacola de plástico com fogo que jogaram na minha barraca e que tiraram o meu sono.

2 comentários:

  1. Realmente o litoral de São Paulo é muito bonito, as fotos ficaram legais mesmo, com exceção da do meu pé né? rsrsrsrs Obrigado por visitar o blog.

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