sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Depressões de fim de ano - parte 1



   O direito de ir e de vir
    Alguns amigos leitores do blog estão me perguntando o motivo de não estar mais postando com frequência. Não estou em uma fase boa, vou tentar explicar um pouco neste e no próximo post tudo o que vem me ocorrendo nos últimos dias.
    Novembro de 2014, Belo Horizonte. Ainda estava nas minhas andanças, sem um local fixo para morar: ora na minha barraca, ora dando um tempo e descansando as canelas em um abrigo qualquer.
    Estava indo em direção ao parque ecológico que fica próximo ao abrigo onde estava, pois era lá onde passava a maior parte dos dias, ouvindo o canto dos pássaros na companhia do "Chimbinha" e outros cachorros que moravam naquele lugar.
     Quando estava quase chegando no lago do parque, tive o azar de bater fortemente o dedão do pé esquerdo na raiz de uma árvore. Doeu um bocado e o local ficou bastante inchado. Ir na UPA nem cogitei, pois mal atendem quem está quase morrendo, e irão atender um cara que está com o dedão do pé inchado?
meu amigo Chimbinha que sempre me esperava no parque... 
    A solução, como sempre nessas situações, foi esperar que o senhor "tempo" curasse mais essa lesão que tive. Médico particular nem pensar e sonhar...
    Mas as semanas foram passando e nada de melhorar. O jeito foi marcar uma consulta com o clínico geral, já que que de dois em dois meses tenho que pegar o "o pan nosso de cada dia" mesmo.
    No dia marcado, lá estava eu para a consulta. Relatei a situação para o médico que, sem ao menos examinar o meu dedão, recomendou apenas que eu passasse água morna no local. Não sou de fazer manha, como jogador de futebol, que cai, faz o maior teatro, sai de campo, ai o médico joga uma água milagrosa e o cara já está pronta para outra. Se me dei ao trabalho de ir ao médico por causa de uma lesão, é por que a situação está complicada mesmo. Não gosto do ambiente dos postos de saúde, e nem de hospitais.
   E confesso que fiquei com muita raiva daquele médico, se fosse um problema simples não estaria me queixando da dificuldade de andar. Mas não externei essa raiva. E como é ruim isso!!! São poucas as situações que me deixam nervoso, parece que sinto que algo no estômago quando fico nervoso. Ainda bem que geralmente sou calmo, pois poderia ter gastrite, úlcera ou essas doenças psicossomáticas.
    O jeito foi esperar o tempo sanar essa dor. E, para piorar ainda mais a situação, tinha que carregar a mochila nas costas que na época estava pesando cerca de 11kg...
tornozelo detonado no litoral do Espírito Santo...
    Tive um problema sério no tendão de aquiles durante a minha primeira andança, o "Caminho do Padre Anchieta". Estava em Barra do Jucu, curtindo uma praia, quando de repente bati o calcanhar em uma pedra que estava no fundo do mar. O local ficou bastante inchado, e também não cogitei ir para a UPA, para não passar raiva, apesar de não conhecer o atendimento no estado do Espírito Santo. Mas creio que não deva ser melhor do que em Minas Gerais...
Fiz o restante da caminhada a pé e mancando mesmo. Na parte da manhã doía um bocado, parecia um daqueles zumbis se arrastando no clipe da música Thriller, do Michael Jackson. Já na parte da tarde, a dor diminuía um pouco e a caminhada rendia mais.
   Depois da viagem procurei um médico, pois a dor não cessava. Foi "pré" agendada uma consulta com um ortopedista para olhar a situação do meu tendão de aquiles. Isso depois de insistir muito, pois a atendente afirmou que não era preciso e que bastava tomar anti-inflamatórios. Disse para ela que já estava tomando há bastante tempo e que não poderia passar o resto de minha vida tomando esse tipo de medicamento, pois poderia comprometer o fígado. Ela ainda teve a coragem de afirmar que não havia problema algum em fazer isso... Não é à toa que o pessoal do sus coloca nas paredes dos postos de saúde um panfleto afirmando que desacatar funcionário público é crime... Concordo que seja crime, mas alguns funcionários parecem abusar dessa situação de estabilidade no trabalho e fazem de tudo para nos enervar, chegando a ser um verdadeiro exercício de paciência ir em alguns postos de saúde e nas UPAs.  O pré agendamento foi feito no ano de 2012 e até hoje não me chamaram. Cerca de oito meses depois, as dores sumiram por completo, mas fiquei um bom tempo mancando.
     Infelizmente esse problema no dedão do pé parece ser mais complicado. Fui em um outro posto de saúde e o médico foi bem mais atencioso do que o primeiro e solicitou um raio x, que demorou "apenas" cinco meses para sair. Não tinha nenhum osso trincado ou quebrado, as estruturas ósseas estão preservadas, foi apenas uma redução dos espaços articulares interfalageanos (isso eu copiei do resultado, o meu vocabulário não chega a tanto shasuahsuashauhs). Mas essa pequena redução foi em um local complicado, o dedão do pé esquerdo, e estou sem a perna de apoio.
    Confesso que estou receoso e com um pouco de medo. Pouco de medo não, estou com um medo enorme de não poder fazer algo que sempre gostei de fazer, que é sair andando por ai, meio sem destino, desfrutando de algo que para mim não tem valor, que é a liberdade. A liberdade de ir e de vir, de ser o que sou, sem medo dos que acham que a normalidade é o certo e pronto.
    A dor não é muito forte, mas me impede de andar normalmente, e tenho que andar meio com a parte externa do pé esquerdo, e isso causa um desgaste nas outras articulações do pé. Consegui marcar a consulta com o médico, que provavelmente me encaminhará para a fisioterapia ou ortopedia, sei lá... Essa consulta só consegui por que cheguei a implorar, e dizer que estava sofrendo há muito tempo, pois, por causa da greve, os pedidos de consulta acumularam e a consulta iria demorar meses para ser marcada. A atendente foi muito legal comigo. Não sou só de reclamar, quando vejo que foram atenciosos comigo, eu também relato aqui, mas, infelizmente, os "casos de descasos" na saúde pública são em maior número do que os atendimentos de qualidade...
    Ai me pergunto: quanto tempo que essa consulta irá demorar? Vai ser como a outra, que foi "pré" agendada e até hoje não me chamaram? Será que vou ter que dar mais um "piti" para ser atendido? Já não basta o desgaste que tenho para tentar um atendimento digno na área da saúde mental? Só quero ter o direito de ir e vir novamente, que me ajudem a resolver este problema. Já pesquisei no google e não achei nada sobre "redução dos espaços articulares interfalageanos" para tentar algum tratamento aqui em casa. Talvez seja uma inflamação, uma tendinite, sei lá... Só sei que vou te que esperar e esperar e ter muita paciência. Já tentei uma universidade, mas lá atende só com encaminhamento do posto de saúde. Ou seja, tenho que esperar do mesmo jeito...

    Esse é um dos motivos para o meu desânimo atual. Mais de um ano para pegar um raio x para tentar começar o tratamento. E se esse tempo que estou andando com esse problema não agravou ainda mais a lesão? Pior do que a dor são essas dúvidas... Serei atendido realmente? Ou irão apenas anotar o meu telefone, como da primeira vez? Desta vez senti que fui um pouco melhor atendido, pelo fato de estar sem a mochila e melhor vestido. Mas será que vou ter que passar o resto da minha vida convivendo com esse problema? Ou será que o tratamento é fácil e rápido? Ficar com os movimentos limitados nem me passa pela minha cabeça, deve ser uma das piores coisas que se pode acontecer com uma pessoa.
    Ainda quero fazer os dois caminhos que faltam para completar a estrada real, estou com saudades das estradas de terra, das montanhas de Minas Gerais e de sentir aquele cheiro de mato e ouvir o barulho das cachoeiras. Não consigo nem imaginar ouvir do médico que esse problema não tem solução, caminhar para mim é uma necessidade. Se o problema fosse em um dos dedos da mão, daria para aguentar numa boa, Mas essa pequena redução no espaço articular interfalageano está reduzindo  a minha alegria de viver. É algo simples, mas localizado em um lugar estratégico, onde temos que nos apoiar para caminhar. E a vida, para mim, é um caminho, em todos os sentidos...

Dica televisiva do esquizo
Filme: Meu nome é rádio
Sinopse: Anderson, Carolina do Sul, 1976, na escola secundária T. L. Hanna. Harold Jones (Ed Harris) é o treinador local de futebol americano, que fica tão envolvido em preparar o time que raramente passa algum tempo com sua filha, Mary Helen (Sarah Drew), ou sua esposa, Linda (Debra Winger). Jones conhece um jovem "lento", James Robert Kennedy (Cuba Gooding Jr.), mas Jones nem ninguém sabia o nome dele, pois ele não falava e só perambulava em volta do campo de treinamento. Jones se preocupa com o jovem quando alguns dos jogadores da equipe fazem uma "brincadeira" de péssimo gosto, que deixou James apavorado. Tentando compensar o que tinham feito com o jovem, Jones o coloca sob sua proteção, além de lhe dar uma ocupação. Como ainda não sabia o nome dele e pelo fato dele gostar de rádios, passou a se chamá-lo de Radio. Mas ninguém sabia que, pelo menos em parte, a razão da preocupação de Jones é que tentava não repetir uma omissão que cometera, quando era um garoto.

    Estão acabando com os sites de filmes online
    Infelizmente não vou postar o link para assistir o filme acima indicado. A polícia federal está fechando alguns sites que disponibilizam os filmes. Parece que esse pessoal não tem coisa mais séria para cuidar, que o país está uma maravilha, que em Brasília só tem políticos honestos, etc...
   A população não tem dinheiro para ficar pagando netflix, tv a cabo e outras opções para um bom entretenimento. Os canais abertos são como serra pelada, ou seja, temos que garimpar através do controle remoto algo assistível...
   E o engraçado é que isso aconteceu depois que passei a comentar sobre esses sites aqui no blog, sobre a maravilha da invenção do cabo HDMI e de recomendar a série "PSI". E isso aumenta um pouco a minha mania de perseguição. Será que a PF está de olho no meu blog? sahsuahsuashaushas
Mas é fato que, antes de comentar aqui no blog, era bem mais fácil de achar os filmes que eu andava procurando. Agora tenho que garimpar também nos sites, pois parece que os donos das páginas estão retirando os filmes do ar ou então está havendo um outro tipo de problema. Mas, deixa para lá, eu é que não vou ficar vendo certos programas na tv aberta, prefiro assistir filmes antigos no youtube, e até filmes nacionais, artesanais mesmo, feitos na raça, com pouco investimento, apenas com uma câmera e mais nada. Estou assistindo um monte, um dos que mais me agradaram foi "Os herdeiros da Catifunda". O áudio não é dos melhores, mas hoje em dia qualquer câmera grava em HD e dá para assistir esses filmes artesanais, onde prevalecem a criatividade e o improviso. Não sou de dar uma de intelectual, gosto de coisas simples também, e das complicadas. Mas esses filmes nos fazem viajar pelo Brasil, sentir um pouco a cultura dos estados e regiões desse país de dimensões continentais.
Quem quiser experimentar, ai está o link do filme.  No youtube tem vários do gênero, com o tempo irei postando aqui no blog.
https://www.youtube.com/watch?v=cMn6JmLedPo

Acima o diretor do filme comentando como foi o processo da produção desse filme. Prefiro assistir "Os herdeiros da Catifunda" do que alguns programas da tv aberta... E o pior é que isso não é uma brincadeira...