sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Meio milhão de visualizações

 
  Bem pessoal, como vocês podem ver no contador ao lado direito da página, estamos chegando as 500 mil visualizações do blog. Pode parecer um número pouco expressivo se compararmos à outros blogs e canais do youtube, mas, em se tratando de esquizofrenia descrita por uma pessoa considerada louca pela sociedade considero um feito e tanto.
     Como já disse em outras ocasiões, ficava realmente feliz quando o blog atingia um número milenar centesimal de visitas. (existe essa expressão? Se não existe, criei agora...). Mas depois de refletir um pouco, cheguei à conclusão de que isso ocorre por que no Brasil impera a desinformação e a falta de atendimento de qualidade na área da saúde mental. Foram esses dois fatores as principais causas do blog ter atingido esse número de visitas. Se tivéssemos um atendimento de qualidade em nosso país, se o tratamento realizado por aqui obtivesse sucesso, e se houvesse realmente informação verdadeira e responsável por parte da mídia e de todos os envolvidos, o blog não teria muita razão de existir. Ele iria servir apenas para o meu propósito inicial, que era apenas de ocupar o meu tempo com algo que gosto de fazer: escrever.
     Confesso que, quando o blog atingiu 20.000 visualizações, pensei seriamente em parar, pois já tinha falado o básico sobre o que penso à respeito da esquizofrenia. Mas, alguns amigos e leitores recomendaram a continuação do blog, e cá estou nessa tentativa de tentar diminuir o preconceito e o estigma que cerca esse transtorno.
    Não sei se o que faço ajuda em alguma coisa nesse sentido, mas, como já disse, sou como aquele pássaro que, no incêndio na floresta, ia ao rio, enchia o bico com um pouco de água e despejava no incêndio. Ou seja, pelo menos estou tentando fazer a minha parte. Se todos os envolvidos, e, principalmente a mídia também se preocupassem em fazer o mesmo, creio que as coisas poderiam estar bem melhor do que no momento atual. Digo a mídia em geral, mas, claro que toda regra tem exceção. Existe sim bons programas na TV aberta que são sérios e que ajudam e muito a desmistificar a esquizofrenia e outros transtornos mentais.
    Não tenho vergonha nenhuma de assumir publicamente que sou esquizofrênico, apesar de não gostar dos rótulos. Na verdade, criei esse rótulo apenas para que o que escrevo seja encontrado na internet, através dos motores de busca (google, bing, etc...).
    Não tenho vergonha de assumir que tenho esquizofrenia, pois basta olharmos os jornais de hoje em dia para constatarmos que os "ditos normais" é que estão cometendo as verdadeiras loucuras. Nem vou entrar nos detalhes, é só olhar os noticiários.
    Aqui vai o meu agradecimento à todos os leitores do blog, que sempre me deram a força para continuar nessa luta.
    Desculpem-me se não respondo à todos os comentários: tem dias que não estou bem, aliás são dias seguidos que o desânimo toma conta de mim, e no final acabo não respondendo um comentário ou outro, mas são poucos os que não retorno. E, claro, alguns estão fora do meu entendimento, não sou o dono da verdade, e tampouco me acho na condição de responder todas as questões sobre o assunto. Mas, na condição de uma pessoa que sofreu e ainda sente na pele o que é ter um tipo de transtorno, posso me considerar apto a tentar pelo menos ajudar algumas pessoas que estão passando agora o que passei alguns anos atrás.
    Como forma de gratidão à todos os que acompanham o blog, vou distribuir cópias do livro que escrevi, Mente Dividida, para os leitores que acessarem o blog entre as visualizações de 498.980 até 500.020. Para comprovar a visualização, basta tirar um print como o da imagem abaixo e me enviar por email com o assunto "livro"  (juliocesar-555@hotmail.com).

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Avisos....

 
     Internet todo mundo sabe como é, às vezes está boa, às vezes está mais lenta do que uma tartaruga e outras vez nem funciona. E foi em uma vez dessas “caídas” da internet que reaprendi uma antiga lição.
    O pessoal que acompanha o blog sabe que estou com um problema no dedão do pé que está me deixando  numa pasmaceira danada.. São quase dois anos de inatividade quase que total, praticamente passando o dia inteiro na frente do notebook, e, de noite assistindo um pouco de TV aberta para pegar no sono.
    Estou todo enferrujado, acho que nem no gol consigo jogar mais. Minhas andanças atuais se resumem em ir ao restaurante popular para almoçar. Dia de pagamento, que, antes era uma alegria e alívio, agora se tornou um pouco sofrido, pois tenho que ir na lotérica sacar a grana, pagar o aluguel e depois ir no centro para comprar os ingredientes para a minha ração diária: aveia, leite de soja, gérmen de trigo e fibra de trigo.
   Resumindo, antes conseguia ir de Minas Gerais até o Rio de Janeiro a pé, com uma mochila de 11kg nas costas, e agora mal consigo andar com o meu peso, ou melhor, sobrepeso, pois a balança está acusando no momento 3, 650kg a mais do que o de costume.
    Voltando à internet, aqui na república onde moro, ela está parada por quase um dia. De manhã telefonamos para a empresa provedora, que afirmou que houve um erro no sistema (sempre ele)  que estava acusando que o pagamento da mensalidade do mês anterior não havia sido efetuado.
    Voltei a telefonar, já na parte da tarde, para informar sobre a conta paga e disseram que poderia demorar 24 horas para o problema ser resolvido, deve ser por causa do tal sistema. Então, de noite, quase completando as 24 horas, resolvi telefonar novamente para saber se havia uma previsão de quando o serviço iria voltar a funcionar.  E fui informado que o problema poderia demorar mais 24 horas para ser resolvido, pois, segundo a operadora, esse prazo é contado a partir do horário da reclamação feita e não do momento em que o problema aconteceu... Ou seja, provavelmente no mínimo mais 24 horas sem internet. Fora a musiquinha chata que temos que ouvir até sermos atendidos. Trabalhei como operador de som por 17 anos e posso afirmar com total convicção que as gravações dessas músicas são feitas da pior maneira possível, com o som todo distorcido, com o propósito de nos irritar mesmo, e assim contar com a nossa desistência.
    Pois, se quisessem prestar um bom atendimento, iriam colocar uma música de qualidade, nos deixando mais calmos. E a qualidade das chamadas também são péssimas, acho que as palavras mais ditas nessas ligações são “o que?” “hein?”, “repete, por favor”.... Fora os palavrões que os mais impacientes devem falar....
    Como já disse anteriormente, para melhorar o serviço, durante a espera para sermos atendidos deveriam ter uma opção para ouvirmos um sonzinho até a atendente dar o ar da graça;
“Se quiser ouvir música clássica digite 1
Caso queira ouvir rock digite 2
Caso queira ouvir música country, digite 3"
E por ai vai....
    Então, durante esse tempo sem internet, confesso que tive uma crise de abstinência. Fiquei sem saber o que fazer, não tinha para onde ir, sair por ai, pois, além de ser final do mês e a grana estar curta, o meu pé não ajuda muito durante as caminhadas. Mas a verdade é que sou anti social mesmo, com grana ou sem grana eu ficaria dentro de casa mesmo... shasuahsuahsuashaushas Ou então iria passear em uma praia deserta como fiz no "Caminho do Padre Anchieta"
curtindo uma praia deserta no Espírito Santo....

    Então fiquei dentro de casa mesmo, andando de um lado para outro, à todo momento conferindo no notebook se o sinal da internet voltava. Estava me sentindo enjaulado, pensando em vender tudo de novo, pegar a minha barraca e cair nas andanças novamente, mesmo com o pé machucado, pois prometi a mim mesmo fazer "os quatro caminhos da estrada real" antes de ir dessa para outra.  Só fiz dois caminhos, e ainda faltam mais dois, cada um tendo mais ou menos 500km. Só usei drogas três vezes na minha vida, não sei como é ter uma crise de abstinência, mas o que estava sentindo devia ser algo parecido com a de um viciado em drogas e que estava sem fazer uso há alguns dias.
    Mas por volta das três horas da tarde recebi um telefonema da secretária de saúde, informando o horário e o dia do meu atendimento com o ortopedista que irá avaliar o meu dedão, se irá precisar de cirurgia ou não. Acho que o problema só vai ser resolvido na faca mesmo, pois já fiz fisioterapia e tomei um suplemento alimentar, tudo em vão. Ou então arranca o dedão de uma vez, pois assim pelo menos não irei sentir mais dor nenhuma. Mas que vou terminar essas andanças, eu vou... Pelas minhas contas, deverei ser operado no ano de 2019, pois foram dois anos até conseguir a consulta para ser avaliado, creio que a fila das cirurgias deva estar bem grande, pois aqui em Belo Horizonte a situação está complicada na área da saúde, nem diazepan está tendo nos postos de saúde. Inclusive o tema saúde está sendo o pilar da campanha para prefeito de um candidato aqui da capital mineira.
    A crise de abstinência foi ficando mais forte e angustiante e então, para aliviar, comecei a limpar o meu quarto, coisa que não fazia há algum tempo (não vou falar quanto tempo, pois tenho até vergonha de dizer). Na república onde moro sempre limpo o banheiro, e as áreas em comum. O meu quarto fica meio bagunçado mesmo, mas o resto procuro deixar mais ou menos limpo. Então, comecei limpando o chão, depois passei cera na cômoda e silicone na tv e no som, que ficaram como novos e brilhando. Limpei também o frigobar e o quintal. O único não estudante dessa república sou eu, o resto faz faculdade. É a crise, o aluguel até baixou um pouco, mas continua um pouco apertado para o meu orçamento, mas prefiro assim para ter um pouco de paz e tranquilidade.
a abstinência da internet deve ser parecida com a das drogas....
    Já de noite, fiquei ouvindo um som para tentar criar ânimo para fazer um pouco de exercícios físicos, para não atrofiar a musculatura. Me lembro que, por volta do ano de 2005 quase não consegui subir uma escada de um prédio, devido ao sedentarismo. Se não tivesse corrimão provavelmente não iria conseguir subir aquelas escadas para ir à reunião dos neuróticos anônimos, pois naquela época ainda não sabia o que eu realmente tinha. Essa foi apenas uma das inúmeras tentativas que fiz para tentar descobrir o que se passava dentro de minha cabeça. Mas, no final da reunião descobri que seria um grande alívio para mim se descobrisse que tinha apenas neuroses naquela fase de minha vida.
    Depois de quase meia hora ouvindo música, consegui criar um pouco de ânimo para fazer os exercícios físicos. No começo foi um pouco complicado, mas depois começou a fluir melhor e notei que estava um pouco mais animado do que nas vezes em que ficava o dia inteiro sentado na frente do notebook.
a caixinha de som ficou brilhando...
    Logo após de um relaxante banho, senti um bem estar que há muito tempo não sentia. Me senti tão bem que resolvi escrever estas linhas, coisa que não fazia há quase 2 meses, como podem ver na data da última postagem. A sensação que dá é que a internet suga um pouco a energia da gente. Ficar tanto tempo em frente de um monitor, sem piscar os olhos, dá um cansaço mental,  que também deve ser refletir na parte física. Mesmo se a internet voltar, vou procurar algo para fazer, vou tentar pelo menos caminhar até o parque ecológico aqui perto de casa, para fazer exercícios naqueles aparelhos coloridos do pessoal da terceira idade. É bom que já vou me acostumando com a situação, pois já vou fazer 48 anos e assim não ficarei tão deprimido quando chegar a hora de realmente ficar só nesses aparelhos e ter que parar com os exercícios mais puxados....
    Além de deixar a vista cansada, algumas coisas estão torrando a paciência na internet: a tal da polarização nas redes sociais, principalmente no facebook: se discute política, qual cidade é melhor do que a outra, o que é certo e errado, e, religião, é claro. Não tem meio termo: ou a gente fica de um lado, ou fica do outro. Ou é Dilma ou é Temer, ou é cristão ou é ateu... Ou é coxinha ou é PT...  Confesso que já falei, ou melhor, digitei um monte de besteira, pois acabei caindo nessas provocações nas redes sociais. O pessoal fica me zoando, me chamando de índio, ou boliviano, pois na foto do perfil estou um pouco bronzeado, mas sou branquelo mesmo. Me sinto honrado sendo chamado de índio ou boliviano, e sempre levo numa boa. Mas essas discussões acabam cansando também e a gente acaba meio que se contagiando no meio de tanto ódio gratuito. Aliás não sei nem se é ódio, talvez seja infelicidade mesmo.
   Como acredito que quase tudo tem um lado positivo, esse problema na internet da "OI" (aqui falo mesmo os marcas) ajudou a descobrir que não vale a pena ficar o dia inteiro na frente do computador. Temos que aprender a dosar esse tempo. A internet é útil, desde que bem usada e no tempo certo. Vou tentar ficar menos tempo na frente do computador, mesmo que não tenha tantas opções de ocupar o meu tempo, por causa do problema no meu pé.
   Bem, essa foi a lição que aprendi neste período que fiquei sem internet, espero que tenham gostado da postagem e que também ponham em prática, caso tenham também esse costume de passar mais horas na internet do que o limite considerado aceitável.

    Essa música é uma homenagem ao grande Wander Lee, um compositor aqui de Belo Horizonte que, não sei por que, não fez tanto sucesso assim no restante do país. Digo fez por que infelizmente ele faleceu no início do mês passado e então vai aqui a minha singela homenagem à esse grande compositor, que fez canções incríveis.