quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O domingão do esquizo....

    Estou algum tempo em silêncio e algumas pessoas que acompanham o blog chegam a me perguntar o porque de não estar publicando mais com certa frequência. Bem, são vários motivos que me levaram à essa ausência de postagens:
    1-Creio que a falta de paz no local onde moro seja o principal motivo. A falta de respeito ao sono alheio me incomoda demais, não sei se mais do que deveria. Mas gostaria apenas que as pessoas respeitassem o meu sono assim como respeito o sono dos outros. Sem um sono razoável minha saúde física e mental vão pro espaço. Sem contar os xingamentos durante o dia, palavrões impublicáveis durante o dia inteiro, ameaças,  e outras palavras que para mim trazem uma energia negativa. Claro que não sou santo, às vezes falo palavrão, principalmente quando me machuco, mas daí para se tornar palavras comuns no dia a dia é uma longa distância...
    2-Falta de assunto- Este também é um motivo importante. Afinal são quase cinco anos de blog, 268 postagens (algumas até boas, outras nem tanto, e outras nem tenho tanta coragem de ler...).  Se é para ficar postando merda melhor nem postar né? Mas sempre estou entrando no blog para responder às dúvidas e comentários das pessoas, o qual faço com o maior prazer. Os posts mais visitados são sobre os medicamentos, mas garanto que irão achar muita coisa boa no meio dessas quase 300 postagens, principalmente as crônicas, em que falo sobre assuntos banais e do nosso cotidiano.
no final da página é possível pesquisar o blog através dos "marcadores"... 

    Até que ultimamente o local onde moro voltou a ser um local tranquilo de se morar, após a saída de um dos "badernistas". O "badernista" remanescente parece estar um pouco amuado, pois no momento não há um outro badernista no local para ele conversar, e a proprietária não está permitindo muito a entrada de visitantes, evitando assim que a laje acabe se tornando um maconhódromo. Maconhódromo tem acento? Depois dessas reformas gramaticais, agora nem o google resolve.. E se não tiver no dicionário, podem me considerar o criador dessa designação de locais aonde se pode pitar a erva danada sem ser incomodado. 
   Com essa tranquilidade, pude enfim ter algumas noites tranquilizantes e revitalizantes. Ouvir o som do silêncio por alguns minutos também me ajuda e muito no equilíbrio físico e emocional. Estou mais disposto, calmo e tranquilo. Estou tão animado que resolvi escrever esta postagem que fala sobre os meus domingos atuais. Confesso que cheguei a pensar em comprar uma barraca e me enfiar no meio do mato por alguns dias...
   Quando criança não gostava muito dos domingos: não tinha aula (não que gostasse das aulas, gostava sim do recreio, de fazer bagunça na sala, etc...), os colegas do bairro iam nadar nos clubes com suas famílias,iam  ao zoológico ou em parques. E eu ficava em casa, esperando a tarde chegar para assistir ao jogo do meu time de coração, que passei a torcer desde os oitos anos de idade e que não irei falar no blog qual é, para evitar divergências, pois sei que o meu time é o melhor do Brasil e que só está passando por uma "fasesinha" ruim e está sem conquistar um grande título desde 2009. A copa do Brasil de 2013 não conta não.
     Depois que comecei a trabalhar como operador de som domingo passou a significar dia de trabalho, e o dia de dormir o dia inteiro passou a ser a segunda feira. Fim de semana e feriado eram os dias que mais trabalhava. Trabalhei até no natal algumas vezes, comendo hambúrguer de ceia... Mas não é uma reclamação, pois se existia algo que eu gostava de fazer era trabalhar como operador de som. É um desejo meio esquisito, é algo parecido como juiz de futebol: só aparece quando algo dá errado, quando o som está ruim, quando tem microfonia e outras coisas mais. A banda pode ser ruim, o cantor desafinado, mas a culpa é sempre do operador de som. Mas era um prazer quando regulava o som e saía tudo certinho. Me sentia um regente de uma ópera, apesar de ninguém estar percebendo, afinal só estava fazendo a minha obrigação.  Era cada situação que daria um livro para contar essa vida de um operador de som.
   E os meus domingos atuais? Para um aposentado e fóbico social o domingo é apenas mais um dia da semana, como todos os outros. Na minha situação é um dia que não gosto muito, pois o restaurante popular fica fechado e aí tenho que gastar uma grana a mais para almoçar. Cheguei a pensar em ir aos domingos em locais de doação de comida que ia quando estava morando nas ruas, devido ao meu surto psicótico, mas prefiro ficar em casa mesmo.
    Quando me mudei para o endereço atual, passei a adotar a seguinte estratégia aos domingos: me empanturrar de rocamboles e outras besterias na padaria na parte da manhã e voltar a cochilar e acordar somente na parte da tarde, para assistir ao jogo de futebol no domingão. A digestão era tão lenta que me sentia uma cobra após comer um boi... O restante do dia passo e acho que ainda vou passar por um bom tempo na frente do notebook, no facebook, visualizando os vídeos de animais, lendo as páginas sobre saúde, sobre como abaixar os triglicerídes e outras coisas mais que todo bom hipocondríaco gosta de ler, sobre as doenças que ele tem e as que imagina ter, sobre as bebidas e chás milagrosos que prometem nos dar a saúde em 30 dias, etc...
    De tarde comia um ovo cozido (ovo frito é complicado de se fazer...) e depois comia alguma fruta. E me sentia bem assim, pois era um dia da semana em que tinha o menor contato possível com os seres humanos....
   Mas na segunda feira não me sentia bem, uma bambeza nas pernas, uma fraqueza... Então decidi voltar a almoçar de verdade no centro da cidade aos domingos: 3km para ir e mais três para voltar, não é longe para quem foi a pé de Ouro Preto até Paraty pelos caminhos da estrada real. 
    E, para a minha surpresa, o trecho do centro pelo qual tenho que seguir no domingo praticamente é vazio, e o contato com as pessoas é quase nulo, ao contrário dos dias da semana, em que temos que ficar nos desviando das pessoas que andam em um ritmo mais lento do que o meu. Como bom fóbico social ando muito rápido pelo centro, a fim de retornar para o meu cantinho da paz. Creio que no domingo 99% das pessoas que estão no centro de Belo Horizonte estão concentradas na Avenida Afonso Pena, frequentando as barraquinhas de comida e artesanato da famosa e tradicional feira hippie de BH.
feira hippie de BH, vista do alto de um prédio na Av. Afonso Pena. 

    Agora vou ao restaurante, faço a minha refeição com tranquilidade, e me sinto melhor fisicamente, pois querendo ou não, um dia sem os nutrientes do arroz e feijão fazem uma falta danada ao nosso organismo. Quando não estava dormindo bem devido aos badernistas, me sentia tão cansado que o simples ato de teclar era um sacrifício e tanto, sem contar que não aparecia nada de interessante para postar por aqui no blog. Espero que venham mais dias assim...