quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Um milhão de visualizações!!!

                                                                     O início
    Tudo começou meio sem pretensão alguma: aos 40 anos de idade havia acabado de comprar meu primeiro PC nas casas Bahia em 12 suaves prestações. Bem, na verdade, as prestações não foram tão suaves assim, quem ganha um salário mínimo não tem nada de suave quando o assunto é grana. 
    Havia feito um cursinho de informática para comprovar se a esquizofrenia não havia afetado a minha capacidade de racionar e aprender coisas novas. É muito complicado o início, a descoberta do diagnóstico. Ficamos cheio de dúvidas, e a cognição era a principal incerteza que tinha na época. 
     Confesso que fiquei bastante receoso de passar vergonha naquele cursinho repleta de garotas e caras na faixa dos vinte anos de idade. Eu era um quarentão que nunca havia encostado um dedo sequer em um teclado de computador em toda a minha vida. Mas, para minha surpresa me saí muito bem no curso. A professora perguntava coisas e eu respondia sem ter muita certeza da resposta estar correta, mas demonstrava tanta convicção que acabou impressionando os alunos e até a professora, que ficava olhando para o alto, como se estivesse pensando se as minhas respostas estavam realmente corretas. Acho que os políticos usam um pouco essa tática.... 
    Mas me saí tão bem no cursinho que no dia de prova os outros alunos chegavam a disputar um lugar próximo a minha pessoa para pegar uma colinha... 
    E fiquei fuçando no paint e no word do PC enquanto pagava as prestações, pois não sobrava grana para pagar o plano de internet. 
sem internet....
    No paint ficava brincado de artista pós modernista... Já no word assim que o abri pela primeira vez, quase que instantaneamente comecei a fazer um diário e de primeira veio o título que até hoje uso no blog que escrevo até os dias de hoje. Sempre gostei de ler e de escrever, era como uma terapia para mim, pois falar não é o meu forte. Me sentia bem mais leve depois que colocava no meu caderninho coisas que eu pensava e sentia. Até coisas banais do cotidiano gostava de escrever. 
    Era um entusiasmo inicial de quem havia acabado de descobrir o mundo da informática. Sempre gostei de som e de aparelhos eletrônicos, mas informática era uma incógnita para mim. Ficava admirado quando via uma pessoa digitando velozmente sem ao menos parar para olhar o teclado. 
   Quem sabia usar e mexer nos programas para mim era como se fosse um ser superior, um sábio, uma pessoa com inteligência acima da média. 
    Assim que acabei de pagar as penosas prestações do meu primeiro PC contratei um plano de internet com a incrível velocidade de 150Kbps!!!
    Naquela época até que dava para navegar nas comunidades do orkut e outros sites, pois as páginas não eram tão pesadas como são atualmente. Claro que tinha que ter um pouquinho de paciência e tempo, coisas que tinha de sobra naquela época. 
    E assim, com todo aquele entusiasmo inicial achei que poderia até criar um canal no youtube e gravar  vídeos, apesar de minha voz não ser muito boa e ainda por cima ficar "puxando" a letra s. 
    Mas os vídeos ficaram uma merda e então resolvi começar a escrever este blog. Mas nunca imaginaria, nem nas mais positivas suposições que os meus escritos iriam alcançar a marca de um milhão de visualizações. Considero essa marca muito expressiva, afinal é um blog que fala sobre um assunto que não chama muito a atenção das pessoas que não tem um envolvimento direto com o assunto. E quem tem um envolvimento direto geralmente procura se informar com os profissionais da saúde mental, e não com um mero portador do transtorno.... 

                           Afinal, como o blog chegou a esses números?
    Não me considero um escritor, apenas me esforço para passar de uma maneira simples o que penso e sinto sobre os mais variados temas, principalmente o que as pessoas chamam de esquizofrenia. 
    No início insistia muito em compartilhar nos grupos do facebook as minhas postagens aqui do blog. Muitas pessoas gostavam e outras nem tanto, afirmando que eu não era psiquiatra para ficar falando sobre o assunto. Mas acredito que o fato de ser uma pessoa com esquizofrenia ajudou um pouco a alavancar as visualizações. As pessoas querem saber sobre o assunto na visão de quem tem o transtorno. Por mais que um profissional estude o assunto, nunca irá saber realmente o que é ter esse transtorno e também os efeitos colaterais dos medicamentos, que são os principais empecilhos para o início ou continuação de um tratamento. 
    Mas apenas ficar insistindo em divulgar não é tudo. De nada adianta divulgar se o conteúdo não é interessante. Acredito que minha vida e minha história são bem interessantes, tanto é que escrevi um livro contando um pouco sobre o meu caminho nesta jornada. 
    O respeito também que tenho pelos seguidores e quem acompanha o blog também ajudaram. Sempre procuro responder os comentários com toda a atenção possível. Não respondo por responder, aquela coisa automática. Se respondo é por que tenho realmente a intenção de ajudar. Às vezes não estou bem e não respondo alguns comentários. Mas são bem poucos, pois se no dia não estou bem deixo para responder depois. 
      Acredito que também um fator que ajudou o blog a alcançar estes números seja a falta de atenção e carinho que alguns profissionais da saúde mental têm com seus pacientes. Não são todos, mas boa parte parece não ter interesse em informar e conversar com os pacientes e familiares sobre o assunto. Não estou dizendo para se preocuparem demasiadamente com os problemas dos pacientes, pois se fizerem isso não terão nem forças para chegar ao final do dia. Digo o mínimo de atenção e cuidado. Se o tratamento da esquizofrenia no Brasil tivesse realmente ótimos números provavelmente o blog não teria razão de existir e nem seria acessado. Espero que os profissionais da saúde entendam essa crítica que considero construtiva. Acredito que ainda se tem muito a melhorar, apesar dos progressos alcançados nos últimos anos. 

Minha terapia
    Mas que uma terapia, o blog deu um sentido à minha tediosa vida de pós aposentado. No início achei bem legal ter me aposentado, afinal não foi nada fácil lutar contra aquela loucura toda sozinho. Mas tive a sorte de encontrar muita gente boa pelo caminho e graças à elas pude retornar à realidade. 
Precisava realmente de ficar sozinho no meu cantinho, era onde podia respirar e ficar em paz. Mas aqueles surtos todos deixaram uma pequena sequela: me fizeram ser uma pessoa mais antissocial que já era antes de ter pirado. Mas não reclamo: o mundo de hoje está muito chato, está tudo muito dividido, polarizado. As pessoas estão deixando de serem amigos por convicções políticas, por defenderem posições, por levantarem bandeiras, etc... 
      Mas confesso que tenho saudades de quem eu era: um cara antissocial, mas que conseguia sair de casa por ser extremamente distraído e não reparava nada em minha volta. Sinto saudades de coisas simples, de ir ao cinema, à um show, ir ao zoológico dar pipoca aos animais.... 
     Hoje não consigo ir sozinho à esses lugares: a mania de perseguição me persegue aonde eu for. Para falar a verdade, até que consigo ir, mas deixa de ser uma diversão para ser algo bem desagradável. Me lembro que uma vez uma pizza de quatro queijos desceu meio quadrada goela adentro quando estava em um shopping de Ipatinga-MG. Quando pedi a pizza, ainda havia poucas pessoas na área de alimentação. Mas como a pizza demorou para chegar as mesas começaram a ficarem ocupadas e o  jeito foi engolir de qualquer jeito, sem parar para sentir o gostinho do queijo.
    E o blog foi muito elogiado no início. A vida de aposentado estava me deixando meio pra baixo, sem um sentido para continuar a viver. Era uma monotonia massacrante: acordar, levantar, almoçar, assistir TV e tentar dormir. Mas as palavras de  incentivo e a receptividade que o blog teve me deu um novo ânimo. Pessoas relatavam que estavam sendo muito ajudadas e esclarecidas com os meus escritos. E então comecei a estudar mais e mais a esquizofrenia para tentar ajudar as pessoas que estavam passando pela mesma situação que eu havia passado. 
    No início dos sintomas ficamos muito assustados: afinal levávamos uma vida relativamente normal e de repente começamos a ter uma série de pensamentos e comportamentos bem complicados. Pensamos que o mundo inteiro está contra a gente e que somente a gente tem esse problema. Pensamos que nada e ninguém poderá nos ajudar, nem o Chapolin Colorado...  Então, descobrir que não somos a única pessoa do mundo a ter aqueles sintomas dá um certo alívio e conforto. 
    No meu caso a internet só me fez bem. Claro que acontecem situações desagradáveis, mas que também acontecem no mundo real. Conheci muita gente bacana e aprendi muito com outras pessoas que tinham os mesmos problemas que eu, principalmente nas comunidades do orkut e atualmente nos grupos do facebook. A internet pode ser fantástica, basta soubermos filtrar o conteúdo. Na TV aberta infelizmente não existem muitas opções, meu controle remoto está todo estragado de tanto ter que ficar mudando de canal. E humildemente acredito que o meu humilde blog tem muita coisa boa, e as pessoas podem acessar quando quiserem. Não são obrigadas a ler o que posto. E no mundo virtual ainda se tem a vantagem de apenas com dois cliques bloquear pessoas e coisas que não te agradam... 
Mas tudo tem um limite: ficar o dia inteiro na internet também não dá. Temos que procurar sair, nos exercitar, socializar, enfim, viver o mundo real também. 
      O blog é uma troca. As pessoas dizem que os meus escritos as ajudam, e isso me faz sentir uma pessoa melhor. Também as participações das pessoas através dos comentários das postagem ajudam e muito a enriquecer o conteúdo. Não sou o dono da verdade e nem tenho a pretensão de ser. Aprendi e muito com os comentários. 
    Então, os parabéns por esse milhão não são somente para o autor deste blog, e também para quem o acompanha. Muitas pessoas me disseram que me acompanham desde o início, no ano de 2012. Muito obrigado por me acompanharem e pelas palavras de incentivo. Não é fácil conviver com a esquizofrenia sozinho. Mas descobri que tenho uma força interior muito grande e tudo isso me fez uma pessoa mais forte. 
     Sempre tive em mente esse número: "Um milhão". Mas pensava em um milhão em dinheiro. Era uma pessoa antissocial, pensava que o mundo estava contra mim. Queria ganhar na loteria e assim poder viver mais isoladamente, principalmente depois dos 25 anos de idade, por causa da competitividade no mercado de trabalho. Não queria o dinheiro para ostentar luxo. Iria comprar uma casinha perto da praia ou então no interior e viver na minha paz interior. 
    Mas acho que o destino me reservou apenas esse um milhão de visualizações. Não reclamo de nada, pois não sou apegado ao dinheiro. Claro que gosto, mas não faço loucuras para conseguir. 
     Em breve irei começar as minhas pedalanças pelo Brasil. Confesso que já pensei de parar de escrever este blog, mas, como disse, é mais do que uma terapia para mim. Irei postar o diário e as fotos de minhas viagens, compartilhando tudo de bom que acontecerá nessas viagens. Sei que tenho um bom anjo da guarda me protegendo. Ele está um pouquinho cansado de minhas aventuras, mas ele é gente boa e não irá nunca me abandonar. 
   

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Pedalanças- O início do começo

     Hoje (7/9/2018) foi o início de minhas pedalanças pelo Brasil. Não comecei a viajar, foi  apenas uma parte de minha preparação, pois desde os 12 anos de idade que não ando com certa regularidade de bicicleta. Mas é aquele ditado: "Andar de bicicleta nunca se esquece"....
    Como relatei na postagem "Samy, minha amiga e companheira", comprei uma bike usada. O cara que me vendeu havia me dito que ela estava em boas condições, que era só trocar "o negócinho" que troca as marchas. Mas, que nada! Confiei no cara e mal testei a bike, só dei uma voltinha de dez metros, para testar o freio. No caminho de volta, a decepção: a bike não conseguia subir uma rua não muito íngreme... A verdade é que eu não entendia nada de bicicletas e tinha que confiar nesses vendedores. Mas tudo tem o seu lado positivo: com paciência e um pouco de insistência, acabei aprendendo a consertar quase todos os defeitos que uma bike pode ter, olhando os vídeos do youtube. 
O Dr. Google ajuda e muito, apesar de muita gente dizer o contrário. É só saber pesquisar nas fontes boas e confiáveis. Voltando a bicicleta, aprendi a consertar quase todos os defeitos que uma bicicleta pode ter, pois a que comprei estava com muitos problemas, só aproveitei as rodas e o quadro. Mas, como disse, tudo tem um lado positivo, agora posso fazer minhas pedalanças pelo Brasil sem medo de ficar parado no meio do caminho. 
    Hoje fiz um test drive na Samy, que é o nome de minha companheira de viagem agora. Resolvi ir até a lagoa da Pampulha, um dos cartões postais de Belo Horizonte. E foi um bom teste: 28km entre ida e volta. 
a lagoa da Pampulha é um dos cartões postais de Belo Horizonte

    E foi bom demais! Apesar do leve cansaço muscular das coxas, que são muito exigidas em uma viagem de bicicleta. Quando fazia minhas andanças, tudo era exigido. Me lembro que nos primeiros dias de viagem da estrada real tive câimbras nas duas pernas e nos músculos da barriga e das costas quando fui me deitar na minha barraquinha. Me lembro como se fosse hoje, não encontrava posição para ficar deitado, doía tudo! Jogador de futebol sai de campo quando tem câimbra em uma perna, imagina eu com câimbra em tudo quanto é músculo? Até nos dedos tive câimbra nos dois primeiros dias, quando fui tentar escrever o diário da viagem. 
    Gosto de viajar a pé por aí, principalmente quando é pela estrada real. Ar puro, natureza, gente bacana e hospitaleira pelo caminho. Viajar a pé pela Br nem pensar, é muito cansativo, principalmente por causa do calor refletido no asfalto. A pé na estrada de terra a gente contempla mais o caminho, faz reflexões, tem algo de espiritual nessa aventura que não tem como explicar. Só quem viaja ou viajou sabe o que estou tentando falar. 
    Mas a pé tem seus perrengues: o cansaço, o barro quando chove, dores musculares e nas articulações. Mas, se soubermos o nosso limite, dá para viajar numa boa. No meu caso infelizmente quebrei o dedão do meu pé e vou continuar as viagens de bike. 

O teste drive
    E viajar de bike deve ser muito bom. Andei hoje 28km e tive uma sensação gostosa nas descidas fortes. O vento na cara, a velocidade dá uma adrenalina legal. Ao contrário da caminhada, não podemos pensar em muita coisa, temos que estar concentrados na descida, pois se errarmos o acidente pode ser complicado e causar muitos ferimentos. A sensação é um pouco parecida de estarmos em uma montanha russa. 
    Já nas subidas, a musculatura da coxa é muito exigida. Parei algumas vezes, para beber água também. Andar de bike exige um pouco também da condição aeróbica da pessoa. Mas a vantagem de andar de bike é que dá para forçar na subida e depois descansar andando em uma descida ou então pedalando de leve em uma reta. Como foi o primeiro passeio de bike, ainda senti um princípio de câimbra no músculo da coxa e em algum músculo do dedo do pé. Mas nada de mais grave. Com o tempo irei pegar o ritmo e poderei fazer uns 60km por dia, se bem que pressa não vai ser o tom de minhas viagens, pois quero curtir o caminho, principalmente na estrada real. 
    Nesse passeio até a lagoa da Pampulha tive que andar por uma Br, que estava movimentada por causa do feriado. Os caminhoneiros e os motoristas de ônibus me respeitaram como ciclista, não tive nenhum problema. Foi legal andar de bike pela BR, senti um astral legal ao ver aquelas placas indicando as cidades, ver os postos de gasolina. Acho que também vou curtir essas viagens pelo asfalto, pois pretendo ir para praia e depois ir para o norte do país, se tudo der certo e o esquizo aqui aguentar, pois este mês completo 50 anos, apesar de sentir que tenho menos. 
    Samy aguentou bem a viagem, não apresentando nenhuma falha e andando bem nas curvas, retas e subidas do caminho. Ela não é a bicicleta ideal para esse tipo de viagem, mas também não posso comprar uma bike cara para assim atrair a atenção dos meliantes e ser roubado. Mas ela é como se fosse uma amiga, que irá de agora em diante ser minha companheira aonde eu estiver. 
    A partir de agora sou um "pedarilho". Não tenho certeza se viajo no início de outubro ou então espero o período das chuvas passar em março do ano que vem. Vamos aguardar
    Quem tiver uma câmera compacta e que não esteja mais usando por que adquiriu um bom celular entre em contato comigo, pois tenho a intenção de comprar uma, pois celular bom atrai muita a atenção das pessoas.
    Não sei se é uma forma de escapismo, de fugir de toda essa loucura da cidade grande ou seja lá o que for. Só sei que parece que tenho isso no sangue, desde pequeno gostava de andar, me lembro que cheguei a ficar perdido algumas vezes aqui em Belo Horizonte, quando tinha por volta de uns doze anos. Naquela época tudo era mais tranquilo e me lembro que uma vez uma mulher estranhou ao me ver dando voltas por um bairro bem distante  de onde eu morava. Me perguntou o que eu estava fazendo ali e respondi que estava perdido. Ela me levou até uma praça e esperou o ônibus chegar e pagou minha passagem de volta para casa.
     Não irei abandonar o blog, que ajudou a dar sentido à minha vida. Mesmo viajando pelos rincões do nosso país, estarei postando minhas aventuras. Claro que se o local tiver internet. 

Chamem os loucos

 
    Chamem os loucos para governarem o mundo, por que os normais não estão dando conta não.
    Ontem não fiquei tão chocado com o que ocorreu com o candidato á presidência da república Jair Bolsonaro. Infelizmente estamos meio que acostumados à essa onda de violência que está tomando conta de nosso país. Coisas piores estão acontecendo por aí e a rotina desses crimes nos deixa um pouco anestesiados.
    O que me deixou mais triste ainda foram os comentários das pessoas, apoiando uma tentativa de assassinato em um país "democrático".
    Se matar, mentir, roubar, agredir é normal, posso dizer que sou louco sim. Louco por viver em um mundo mais justo e sem violência. Prefiro viver no meu mundo, por que o mundo real está uma merda. Vivo no mundo da lua, por que se eu viver 24 horas por dia neste mundo aí sim piraria de verdade.
    Não me adaptei à realidade, a loucura seria uma negação desse mundo cruel?
    No início tinha vergonha de dizer que tenho esquizofrenia, mas depois do que aconteceu ontem definitivamente estou me achando a pessoa mais normal do mundo. Não me refiro somente ao crime, e sim o que foi dito nas redes sociais, inclusive por profissionais da saúde mental, apoiando uma tentativa de assassinato.
    Chamem os loucos, os normais estão acabando com o mundo.