quarta-feira, 3 de abril de 2019

19º dia pedalanças- Segunda etapa-São Mateus-ES à Marataízes


castelo em Barra do Jucu
Fundão-Serra-Vitória-Barra do Jucu
    A madrugada foi agitada em Fundão. Afinal eu estava em um posto situado na avenida principal da cidade e era carnaval. Carros passando com o som no último volume, a galera voltando dos shows muito doida e ai ainda tinha o som dos shows que aconteciam nos palcos montados na cidade. 
    Para complicar, muito calor. Acordei detonado e com pouca disposição para enfrentar mais um dia de pedalanças. 
    Meio que me arrastando vou para Serra e tomo um caprichado café da manhã. Mas isso não ajudou muito, estava numa moleza danada. No Espírito Santo caçarola é como se fosse um bolo comum. A gente pede e nos dão um bolo. Em Minas Gerais caçarola é um pouco parecido com pudim. Outra coisa que notei é que o capixaba parece não ter nenhum tipo de sotaque, ou algum modo de dizer alguma palavra específica que indique que são do Espírito Santo. 
     Sigo a viagem pela orla até sentir que as canelas não estavam aguentando mais. Pela primeira vez nesta viagem isso me acontece. O problema maior tem sido o celim, que parece não ser o ideal para longas viagens. Como tempo fica uma "ardência analógica" insuportável. As canelas até que estão indo bem, mas muitas vezes tenho que parar por causa do incômodo do celim. 
     Mas hoje não estou me sentindo bem e o jeito foi descansar na grama de um jardim em frente de um condomínio. Tirei um cochilo de uns 40 minutos, que deu para repor um pouco as energias. 
   


    A parada me deixou um pouco mais animado e melhoro o ritmo da pedalada. Chego em Vitória por volta das 10:30 da manhã. Caminho mias uns 6km até a terceira ponte, que um pedestre erroneamente me indicou para atravessar para chegar em Vila Velha. Mas essa ponte é muito alta e pedestres e ciclistas não podem utilizá-la. Além de tudo, naquele momento estava tendo uma tentativa de suicídio e a ponte estava interditada até para veículos. Mais tarde fiquei sabendo que o cara não havia pulado.  Dizem que na maioria das vezes as pessoas fazem tal gesto numa tentativa de pedir ajuda. 
    Tive que procurar a 2° ponte, andando mais 6km. Por causa do fechamento da 3° ponte e do carnaval o trânsito em Vitória estava bastante complicado, e só consegui chegar na 2° ponte por volta do meio dia. Não estava bem fisicamente, por causa da noite mal dormida.
2° ponte em Vitória
    Queria achar um rango e descansar, mas em Vila Velha estava tudo fechado no centro por ser um domingo. Tive que andar mais 10km até a praia e achar uma padaria caríssima. O jeito foi comprar pão com mussarela e presunto. Estava  bem cansado. 
    As coisas no litoral são muito caras. Dá uma desanimada, uma saudade da estrada real, do pãozinho com manteiga das cidades do interior de Minas. 
     Mas não desisto e mesmo cansado vou para Barra do Jucu, onde estive no ano de 2012, nas minhas andanças no Caminho do Padre Anchieta.
      Sigo pela orla de Vila Velha até Barra do Jucu. As praias estão bem cheias, muito som nos quiosques, alguns com música ao vivo. Mas o som não é muito bom, muito distorcido. E o som de um quiosque acaba se misturando com o do quiosque vizinho. 
    Não entro em Barra do Jucu pelo caminho indicado pelo site do caminho do Padre Anchieta. O local é um pouco perigoso. Quando passei por lá em 2012 tinha muitos travestis e alguns caras escondidos no mato, mas não mexeram comigo. Ando mais um pouco e vou pela BR e chego na cidade, que está bem diferente. Até o castelo está mudado, agora enfeitado com bandeiras, canhões, caveiras e outros apetrechos. 
     Dessa vez encontro o dono do castelo, e conversamos por um longo tempo. Ele me contou que também já foi meio andarilho por muitos anos. Também contou detalhes sobre o castelo,que tem até área subterrânea, onde ficam as prisões e o calabouço.  Ele me deixa montar a barraca em frente de sua excêntrica residencia, em uma área gramada, que também está enfeitada por algumas esculturas de pedra. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário