quarta-feira, 17 de abril de 2019

25º dia pedalanças- Terceira etapa- Marataízes-ES à Juiz de Fora-MG

homenagem ao Roberto Carlos, em Cachoeiro

Marataízes-Cachoeiro do Itapemerim-Presidente Kennedy
    Essa é o início da terceira etapa das pedalanças. Resolvi dividir em três partes para facilitar a leitura dos trajetos. 
Primeira etapa  Belo Horizonte-MG à São Mateus-ES  780km
Segunda etapa   São Mateus-ES à Marataízes-ES         431km
Terceira etapa    Marataízes-ES à Juiz de Fora-MG      vou calcular ainda pois dei muitas voltas 

       Ontem, no posto Ipiranga em Marataízes não dormi nada, por causa do calor. 
    Tomo um cafezinho na padaria com dois pães com manteiga. E uma caçarola de sobremesa. Comigo é sobremesa no café da manhã, no almoço e, como não costumo jantar, a sobremesa acaba virando janta. 
    Estou meio detonado e logo no início da pedalança resolvo dar uma parada em um outro posto, para descansar. Aproveito o tempo para atualizar o diário da viagem e carregar a minha câmera 
     Sento-me na entrada do restaurante do posto, perto de um senhor que está com uma bike motorizada e que furou o pneu na estrada. Me ofereci para remendar o pneu, mas ele agradeceu e disse que já havia pedido socorro. 
paisagem no caminho Marataízes - Cachoeiro

    Ficamos conversando sobre minhas viagens (não adianta, a bike sempre desperta a curiosidade das pessoas). Quando fiquei sabendo que ele era de Cachoeiro do Itapemerim pergunto onde era a casa onde o Roberto Carlos havia passado a infância. Ele me deu as dicas de como chegar, dizendo que ficava perto da estação ferroviária, onde o cantor havia perdido uma parte da perna. 
    Quando ele se levantou, notei que também  mancava um pouquinho, assim como  o RC. 
    - Também perdi parte da perna na ferrovia.- ele foi logo me explicando.
     Mas essa explicação me deixou meio encucado. É um fato comum as crianças daquela cidade perderem parte das pernas? Os trens de lá são mais rápidos, ou os motoristas dos trens é que correm pra caramba? Ou a população que é meio desatenta mesmo?
     - É que tinha tomados "umas".... 
     - A sim, entendi. - respondi, mesmo sem ter entendido aquela coincidência toda. 
    Depois de uma hora chega o socorro da bike. Era sua família,que pegou a bike e colocou na traseira do carro. O cara foi para a BR pegar um ônibus para Cachoeiro. Disse para ele comprar uma fita antifuro para a bike. Estava andando há muito tempo e como não tive problemas de pneu furado, achei que tinha autoridade e competência para indicar a tal fita protetora. O cara agradeceu e disse para passar em sua casa, no bairro que esqueci o nome. Gente boa o cara. 
centro de Cachoeiro de Itapemerim

      Hoje decidi por alto o caminho de volta para Belo Horizonte: iria passar em Campos, Macaé até chegar em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Aí irei fazer o caminho novo da estrada real até Juiz de Fora. Depois irei fazer o caminho dos Diamantes da estrada real, de Ouro Preto à Diamantina. E depois pegarei a BR e voltarei de bike para Belo Horizonte. Acho que isso tudo irá passar de 3000km
Nada mau para uma primeira viagem de um cara com 50 anos e com uma bike não muito boa. 
    Volto para a estrada, rumo a Cachoeiro do Itapemerim. Por volta do meio dia, muito calor, e sem aquela brisa do mar que já estava acostumado nos últimos dias. Mas sinto que adquiri uma resistência ao calor que não tinha antes de viajar. E chego na casa do Roberto Carlos por volta das duas horas da tarde. É uma casinha bem simpática e simples. O quarto onde ele dormia é bem pequeno, deve ter dois metros de largura por três de comprimento. E ele ainda dividia o aposento com sua irmã. 
    Os outros cômodos da casa também eram bem pequenos. O piso do chão é de tábua, mas estava tudo muito bem conservado e limpo. Nas paredes fotos de quando era bem pequeno, e sempre com aquele olhar um pouco triste. O funcionário da casa atende muito bem os visitantes da casa, que também é como se fosse um museu. 
     Minha avó gostava muito do Roberto Carlos. A minha mãe gosta até hoje. E eu também sempre gostei, até mesmo na minha fase metaleira ouvia o som do RC, só que meio de quebrada, pois tinha receio que meus outros colegas roqueiros me zoassem. 

     Depois da visita ao museu, mais pedalança. Por volta das quatro horas da tarde encontro um posto muito bom e o funcionário me deixa tomar banho. O banheiro é bem espaçoso e dá até para levar a bike para dentro. 
     Depois do banho resolvo pedalar um pouco mais, não estou cansado e o dia ainda está claro No caminho um congestionamento enorme, devido à um acidente fatal com dois motoqueiros que colidiram com uma carreta. É a BR 101, e as carretas andam a toda velocidade nesse trecho. Motos mais simples e menos velozes tem que andar no acostamento. 
     Paro de pedalar na primeira lanchonete que encontro pelo caminho. O acidente me deixou um pouco triste e sem motivação. As funcionárias do posto foram super legais comigo, além de deixarem montar a minha barraca me deram uma sacola com vários salgados deliciosos. Lá eles só vendem salgados feitos no dia e como eles já estavam fechando... 
    Depois de fechado a lanchonete, monto a minha barraca. Estava um pouco receoso de montar a barraca ali, pois não havia casas ou alguém por perto, como nos postos de gasolina. O lugar ficou muito escuro, o bom é que da BR não dá para as pessoas verem a barraca. 

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