sábado, 20 de abril de 2019

27º dia pedalanças- 3º etapa- Marataízes-ES à Juiz de Fora-MG



São João do Itabapoana-Santo Antônio de Pádua
    Mais uma boa noite de sono e sem pertubações.
Acordo bem disposto, mas logo de manhã um dos maiores perrengues que se pode acontecer neste tipo de viagem. A lanchonete do posto está fechada e tenho que voltar cerca de 3km para tentar encontrar alguma padaria no centro de São João do Itabapoana. 
      Já no centro da cidade nada de padaria. São sete horas da manhã e o supermercado que poderia me vender biscoitos e toddynho também está fechado. Nada de barzinho também. Uma das coisas que me tira do sério nesta viagem é não encontrar nada para comer logo de manhã, pois sempre acordo meio devagar e preciso de cafeína e algo com chocolate para começar a pensar em pedalar. 
     Com muito custo achei um lugar com uma enorme placa escrito "LANCHES". Estava com muita fome e um pouco mal humorado, razão para comer em dobro. Mas, entrando no estabelecimento, a decepção. Nada de lanches gostosos, apenas alguns saquinhos daqueles biscoitos que dão sede pra caramba. E algumas cocadas também. Perguntei para o balconista se tinha pãozinho com manteiga, e, para meu alivio, a resposta foi positiva. Ufa... 
    As pedalanças tem vários perrengues:chuva, sol, bike que estraga, ter que encontrar lugar para montar a barraca e tomar banho.... Mas um dos piores é, sem dúvida o de não encontrar padaria na parte da manhã. 
todo cuidado é pouco

    Pego então a estrada, que não está em boas condições. A maioria das estradas no Espírito Santo que tive oportunidade de percorrer eram ótimas. Mas essa que estou percorrendo tem muitos buracos, é estreita, não tem acostamento. E, para piorar a situação, passa muita carreta...  A situação é tão complicada que, se tiver passando duas carretas ao mesmo tempo a única coisa a se fazer é parar de pedalar e sair da estrada para não sofrer um acidente. 
o pessoal da região adora um GuaraViton

    Por volta das quatro horas da tarde bateu um cansaço danado. O jeito foi parar no posto de gasolina para tomar um cafezinho e um pedaço de bolo. Depois me sentei na frente da lanchonete e não resisti, tirei um cochilo daqueles. Hoje depois do almoço estava animado e segui pedalando por volta do meio dia sem fazer a tradicional cesta. 
     Depois que acordei a galera do posto de gasolina começou a conversar comigo. Como sempre perguntam de onde eu vim e para onde eu vou. Os caras são muito gente boa e me convidam para dormir na borracharia, onde posso tomar banho, montar a barraca e ainda carregar a câmera. E ainda tinha água geladinha...
    E fiquei conversando com o borracheiro e com mais dois amigos dele, que estão bêbados. O borracheiro é a cara do Robert De Niro, com aquele sorriso de boca fechada. E ainda sabe fazer um arroz doce que estava uma delícia, comi um prato bem cheio. 
    Fui dormir bem tranquilo e leve, tudo fica melhor quando estamos cercados de gente boa. Não estava com aquela dúvida de como seria a noite, se poderia aparecer alguém para fazer algo de ruim.
Se todos os dias fossem como esses três últimos que passei, acho que passaria metade do ano viajando de bicicleta. 

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