sexta-feira, 3 de maio de 2019

31º dia pedalanças- 3ª etapa- Marataízes-ES à Juiz de Fora-MG

trem Rio-Minas que ainda será implantado
Entre Rios-Vassouras

      Ontem, como já relatei, tive que esperar até às onze horas da noite para montar a barraca no posto de gasolina. Não sei qual o motivo, mas todos os postos de gasolina da região proíbem viajantes de dormirem em suas dependências. 
   Na verdade dormi em frente do restaurante do posto, que tem um outro dono. E tive que acordar um pouco mais cedo do que de costume para evitar reclamações. 
    Ainda estou na dúvida sobre o caminho a seguir. Já estou próximo à Petrópolis, onde começa o caminho da estrada real. E ainda está chovendo. Tenho que bolar um trajeto que eu viaje por mais uns 15 dias, até passar o período das chuvas. 
    Tomo um caprichado café da manhã. A padaria é simples e pequena, mas o pãozinho com manteiga e o cafezinho estão ótimos. Vou para o centro da cidade para comprar um pendrive de 16GB, pois os dois cartões de memória estão ocupados com as fotos e os vídeos que gravei até o dia de hoje desta viagem. Quando chegar em casa irei gravar um vídeo com as melhores imagens que consegui captar desta pedalança. 
    No caminho encontro os vagões do trem Rio-Minas, que ainda será implantado e ligará estes dois estados. Serei um dos primeiros a fazer esta viagem. Gosto de trem, como todo bom mineiro. 
    Vou para a lan house do centro de Três Rios. E abro o google maps, afim de encontrar um roteiro bacana para "cozinhar o galo" até passar as chuvas e assim voltar para casa seguindo pelo caminho da estrada real. 
    Fico pesquisando e olhando as cidades entorno de Três Rios e decido que vou para Aurioca. Dizem que lá tem muitas cachoeiras bacanas. Fica distante apenas 350km. Ou seja, terei que percorrer uns 700km entre ida e volta, pois irei começar o caminho da estrada real em Petrópolis. A verdade é que agora essas distâncias de 3 dígitos não me assustam mais. Nunca imaginei em toda a minha vida que  iria conseguir viajar mais 100km em um dia. É aquele negócio da gente ficar colocando limites em nossas condições físicas e psicológicas. Às vezes somos mais fortes do que pensamos. 
    Depois da lan house comprei um pendrive. Preço salgado: 35 reais. Nos camelôs chegava a custar 45 reais. Os funcionários foram super gente boa, até transferiram os arquivos dos cartões da câmera para o pendrive novo. O cara até me deu uma dica para a próxima viagem: Uruguai. Até que não foi uma má ideia, já que conheço razoavelmente a região sudeste e a próxima pedalança terei que sair da região para não passar por lugares que já conheço. 
Prefiro as águas do sul de Minas

    Então, mesmo com uma chuva de intensidade média caindo, parto para a cidade de Vassouras, não consigo ficar muitos dias seguidos na mesma cidade. Acho que viciei em pedalar. O caminho é agradável, cercado de verde por todos os lados. E o verde está mais verde e o mato e as plantas mais bonitas, já que estamos ainda no período das chuvas. 
    E quando a chuva para fica ainda melhor de se pedalar. A estrada é muito boa, com bom acostamento e o trânsito não é muito intenso. Não estou pedalando com pressa, é daqueles dias que estamos de bom astral, só curtindo a paisagem e não me preocupando com a velocidade da bike.  Passo por uma fazenda muito bonita chamada São Luiz da Boa Sorte.  Estou em paz. 
    E vou pedalando, passando por várias cidades pequenas, até cometer uma "songamonguice" que tenho até vergonha de relatar para vocês leitores. Havia tomado banho em um posto de gasolina e lavado o meu cabelo. E resolvi sacudir a cabeleira enquanto estava pedalando pois não levei toalha para a viagem e fico me secando fazendo ginástica. Resultado: me desequilibrei, quase caí, fui para o meio da BR mas consegui equilibrar a bike. Ainda bem que não estava passando carro no momento. Mas para o meu azar bati o dedão do pé direito na roda dianteira que havia acabado de comprar. Ela ainda estava bem dura e a lesão foi bem séria. 
     Mas o clima e a estrada estavam tão bons que segui pedalando de chinelo e com muito bom humor. Ia bem devagar, curtindo a natureza ao redor Pedalava tão distraído que nem reparei que estava começando a escurecer e a estrada não tinha acostamento. Não havia visto nenhuma placa sobre quantos quilômetros faltavam para chegar em Vassouras e não tinha a mínima ideia se havia algum posto de gasolina por perto. 
Fazenda hotel São Luiz da Boa sorte

    Como não havia acostamento o jeito foi viajar em sentido contrário aos veículos. Também era perigoso, pois tenho fotossensibilidade e fico quase cego quando bate o farol alto dos carros e caminhões. A bike não tem nenhum farol para que os carros me avistem com mais facilidade, e a minha lanterna estragou. Confesso que fiquei com um pouco de medo, mas segui o caminho por cerca de uns 8km até encontrar um posto de gasolina bem bacana.
      O posto é bem grande e tem muitos banheiros para os motoristas tomarem banho. Quando lavei o ferimento do dedão do pé, notei que era bem mais sério do que pensava. Teria que parar em algum posto de saúde no centro de Vassouras para não complicar ainda mais a situação. Talvez precise de dar alguns pontos. 
    Depois do banho fiquei conversando um bom tempo com um caminhoneiro gente boa que parecia ser do sul do país, por causa do sotaque. Foi um dia bem bacana apesar de ter detonado o meu dedão     
    

2 comentários:

  1. Vixe,quase perdeu o dedão do pé...quantos quilos já perdeu nas pedalanças?

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    1. Quando saí de Belo Horizonte estava pesando uns 83kg. Durante a viagem fui perdendo os quilos aos poucos. E até hoje estou com 78 quilos. E tive o azar de pegar uma diarreia braba no segundo dia que havia chegado da viagem.

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