segunda-feira, 27 de maio de 2019

42º dia pedalanças-4ª etapa- Estrada Real Caminho Novo


Conselheiro Lafaiete-Ouro Branco-Itatiaia
    Excelente noite no posto de gasolina na BR antes de Conselheiro Lafaiete. Friozinho na medida certa para tirar um bom cochilo. Frio na medida certa é aquele que pede apenas uma manta, sem que fiquemos nos encolhendo. Mas antes de pegar no sono o dono da churrascaria me chamou na barraca para me oferecer um marmitex com um rango que estava muito bom. Não sou muito de jantar, mas estou um pouco magro de tanto pedalar e então não hesitei em aceitar.  Sempre durmo bem quando estou em um ambiente tranquilo e que sinto que estou cercado de pessoas do bem. 
    Claro que me aconteceram coisas negativas na viagem, e nem sempre cito aqui no diário do blog. Geralmente são pessoas vazias, fúteis, que criticam apenas por criticar e para tentar prejudicar o próximo. Essas coisas nem valem a pena comentar....
    Tudo me motiva, as pessoas que me incentivam e as que me criticam... Então está tudo bem....
    Depois do café desço para o centro de Conselheiro Lafaiete, para encontrar uma oficina de bike e tentar desempenar a roda traseira e colocar dois raios que quebraram. A bike, para minha surpresa está aguentando bem essa caminhada, principalmente no asfalto. Já na terra nos caminhos da estrada real ela está sofrendo um pouquinho.  

Conselheiro Lafaiete

    A verdade é que nem eu estou aguentando pedalar pela estrada real de bike com carga. Em alguns dias o caminho não é tão complicado, é aquela estrada de terra batida, sem muitos buracos e pedras.  Aí é uma maravilha caminhar pela natureza. Mas, quando o trecho não é bom chego no final do dia quase que sem forças. Admito que errei em começar o caminho da estrada real após viajar mais de 2000km...  Por falar em quilometragem, acho que 30km de pedalada em estrada de terra ruim cansa mais do que 100km em uma BR bem asfaltada. 
    Para fazer esse tipo de percurso em estradas de terra a pessoa tem que estar zerada, com bike própria para esse tipo de terreno e com pouca carga... Mas, missão dada é missão cumprida. Já estou na estrada e irei até o fim,  em Diamantina. Em 2012 quando havia terminado o caminho velho a pé me deu na cabeça de fazer os quatro caminhos da estrada real.
    Voltando a viagem, tentei um primeiro mecânico que nem olhou a bike e já deu um preço altíssimo. Dei mais algumas voltas no centro e encontrei um que foi muito gente boa, não cobrando nada. Afinal era apenas dois raios que ajudei a trocar e dar uma pequena desempenada na roda. Mas a maioria dos mecânicos que encontrei pelo caminho foram  muito legais comigo. 
    Apesar de ter dormido bem não estou com aquele ânimo costumeiro. Acho que já é o excesso de viagem mesmo. São 42 dias ao lado de bike, sem desgrudar nenhum minuto sequer. Até quando estava nadando na praia tinha que ficar dando uma olhada na magrela. O ideal seria pagar hotel e deixar a bike para dar algumas voltas pelas cidades. Mas não reclamo de nada, só tenho que agradecer por ter saúde para fazer uma caminhada dessas. 
     Às vezes dá uma saudade de uma caminha, uma TV, um  sonzinho... 
    
I am here!

    Sigo para Ouro Branco em uma estrada de terra sem muitos buracos e pedras. E com serra moderada, para a minha alegria. Passo por uma fazenda onde Tiradentes se reunia secretamente com os inconfidentes. O funcionário do lugar foi muito educado e me levou para todos os aposentados da fazenda,  inclusive onde era uma senzala e que não tem um astral muito legal não. 


   Chego em boas condições e Ouro Branco e almoço no restaurante no centro da cidade. Muitos estudantes circulando pelas ruas e trabalhando no comércio local.  Fico na lanhouse da cidade até às três horas da tarde. A cidade é bem simpática e agradável, situada  aos pés da serra de mesmo nome. Essa cidade já foi considerada a melhor do interior de Minas para se viver no ano de 2010. 

    Sigo para o distrito de Itatiaia. Serra brava, não tem nenhuma descida, só um pouco de reta na saída de Ouro Branco. Mas estava bem fisicamente na parte da tarde e consegui ir todo o percurso pedalando, sem empurrar a bike. Claro que dei algumas paradas. E em uma delas tomei um delicioso banho em uma mina de água na beira da estrada.   
    Valeu a pena subir tantos quilômetros. Legal demais em ver aquele mar de montanhas lá do alto da serra.  Chego em Itatiaia por volta das cinco da tarde. Encontro um simpático restaurante na beira da BR e como dois deliciosos bolos de milho com coco ralado. E, claro, um pão de queijo. A dona, super simpática, me deixa montar a barraca depois do restaurante ter fechado suas portas. Esse foi um dia bom e tranquilo pela estrada real. 





3 comentários:

  1. oi Julio tudo bem estou torcendo para que tudo de certo na sua viagem eu também tenho esquizofrenia e começarei a tomar o remédio Risperidona você poderia fazer uma postagem falando desse remédios pois você já tomou se puder fico agradecido boa sorte

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  2. Acompanhando ansiosamente cada passo dessa grande pedalança, especialmente a parte da Estrada Real! E não se preocupe, depois da viagem você terá um bom tempo para descansar na cama, curtindo um som, o computador e etc!

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    1. Obrigado, já estou na quarta e última etapa. A estrada real é muito bonita, mas como disse pedalar com bike não apropriada e com carga é muito cansativo. Mas valeu a pena foi muito bom sim.

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