quarta-feira, 5 de junho de 2019

47º dia pedalanças-4ª etapa-Estrada Real Caminho dos Diamantes


Ipoema-Nossa Senhora do Carmo-Itambé do Mato Dentro
    A noite na cachoeira de Ipoema não foi das melhores. Fiquei até tarde na fogueira, até a última chama se apagar. Estava um astral bem bacana, mas dormi mal pra caramba. 
    Dormi na areia perto bem na margem do rio. Tentei fazer uma "areiaplanagem", pois o terreno era bastante acidentado. Não adiantou muita coisa, a barraca ficou toda torta e a verdade é que nunca consegui dormi bem em cima de areia. É um terreno macio, mas muito irregular, ficando difícil achar uma posição para dormir. 
    Tentei em vão elevar o ânimo tomando um banho de cachoeira. Para piorar, a lanchonete mais próxima estava em Nossa Senhora do Carmo, distante 12km da cachu. E, para piorar ainda mais a situação, só havia três biscoitos recheados na minha mochila...
    E os perrengues não paravam de aparecer. Muita serra e com muitos pedregulhos, me fazendo escorregar várias vezes. E em algumas bifurcações não tinham sinalização alguma. Como estava com uma preguiça danada não arrisquei nessas bifurcações e fiquei esperando passar algum carro para pedir informação. Não poderia gastar energias logo de manhã e sem me alimentar. 


    Não me lembro de estar tão mal assim nesta viagem. Cheguei a tentar pedir café com pão em algumas casas, mas não havia ninguém nelas. Na maior bambeza consigo chegar em Nossa Senhora do Carmo. Não havia lotérica na cidade para sacar o dinheiro pois estava com tanta fome que teria que gastar maios do que os cinco reais que tinha no bolso para me saciar. E também tenho que comer um pouco mais do que como normalmente se não quiser chegar meio esquelético no final da viagem.
    Tomei um cafezinho com um pãozinho com manteiga e o resto de pãozinho de queijo. Até que deu para encher um pouco o estômago e me animar para seguir para Itambé do Mato Dentro. 
    Esse trecho é totalmente de asfalto, mas tem muita serra. Mas é melhor do que serra em estrada de terra. 

         Chego em Itambé do Mato Dentro por volta do meio dia e meia e com aquela fome vou direto para o restaurante da cidade para almoçar. O rango era quatorze reais, não achei outro mais barato na cidade. E não era tão bom como nos outros dias. O tempero não era muito bom. 
     Depois do almoço pedalo um pouco mas estou bem cansado e com algumas dores musculares, resultado da noite mal dormida na cachoeira em Ipoema e também por ter pedalado por 12km sem café da manhã. Com princípio de câimbras resolvo dormir na cidade mesmo, já que a próxima cidade fica a 34km de distância e a planilha da estrada real nos informa que é feito por muitas subidas íngremes. 
encontramos várias informações sobre o caminho no site da estrada real

     Não tinha outra coisa a fazer a não ser descansar. Achei uma pracinha perto de uma mina de água em frente da igreja matriz da cidade. E passei a tarde inteira sentado no banco observando a movimentação dos habitantes e também o monte de cachorro que ficava nas ruas. Por volta das quatro horas pergunto a um morador da cidade se conhecia algum riacho para tomar banho. Por sorte havia um riacho não muito longe do centro da cidade. Já estava bem melhor do que depois do almoço e tomei um bom banho que me deu esperanças de ter energia suficiente para enfrentar o percurso até a cidade de Morro do Pilar, que sei que é muito perrengoso, segundo o site da estrada real. 
    
o que os controles remotos estão fazendo aí?

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