O cabeludo...
No último dia 10 resolvi dar uma boa podada na minha juba. Não exatamente por que queria, foi meio a contragosto, mas acabei cortando as minhas madeixas. Sinto que existe um preconceito que a maioria das pessoas têm ao diferente e ao incomum e ao que é considerado errado pela sociedade. Provavelmente pensam que homem que é homem tem que ter cabelo curto, de preferência o tradicional corte social, ou então os cortes que estão na moda, como o moicano, o corte preferido dos jogadores de futebol e de alguns cantores de "sertanejo" universitário...
Gosto de usar cabelo grande, e não fumo um baseado (só experimentei três vezes na minha vida..).
Não sou um criminoso, não sou ladrão e sempre trabalhei para me sustentar até o momento em que não tive condições e acabei me aposentando. O visual cabeludo era como se fosse um cartão de visita, era o meu estilo mesmo: um cara meio esquisito, e diferente. Não me ofendo se me falarem que sou assim, pois considero esses dois termos um elogio. O nosso planeta até hoje foi governado pelos ditos normais e nem é necessário falar o que estamos passando...
Mas a sociedade rotula os cabeludos como vagabundos, drogados e marginais. Simplesmente não acreditam que um cabeludo possa ser careta e certinho. Gostaria de dizer que também não sou moralista. A pessoa pode fazer o que quiser de sua vida, desde que sustente o seu vício e não prejudique ninguém. Quando trabalhava, ia muito à São Thomé das Letras, e 90% dos turistas fumam a erva, até me sentia discriminado lá por ser careta. Os hippies nunca me incomodaram, são da paz e sobrevivem através de seus trabalhos de artesanato.
Em Belo Horizonte, a situação está ficando complicada. A população está ficando paranoica não é à toa. A cada 15 minutos, ocorre um roubo na capital mineira. O objeto mais visado é o celular, é claro, e de preferência os de tela sensível ao toque. (depois que me roubaram, só uso um simples mesmo, para não chamar a atenção). Hoje em dia qualquer ser estranho que ande nas ruas é um assaltante em potencial, ainda mais se for um cabeludo. Será que as pessoas até hoje não repararam que 99,99% dos meliantes têm cabelo curto, e alguns até raspam a cabeça? Será que nunca viram uma cadeia superlotada nos telejornais ou então na internet?
alguém está vendo um cabeludo nesta cela? |
Oras, se por acaso eu fosse um meliante, provavelmente iria cortar o meu cabelo, para tentar ser uma pessoa com o menor número de características "chamativas". Não iria ter um visual diferente, para dificultar um provável reconhecimento de um crime e até uma perseguição policial;
- Quais as características do meliante? - perguntaria o policial.
- Ah! É um cabeludo, com cara de mal e esquisito... - informaria a vítima.
Moro na região nordeste de Belo Horizonte, onde tem ocorrido o maior número de assaltos, depois da área central, obviamente. Perto da estação do metrô, algumas mulheres chegavam a segurar suas bolsas quando me viam. A sensação que eu tinha era como se estivessem me chamando de ladrão, e isso doía um pouco e estava me deixando cada vez mais irritado.
Sair para almoçar estava se tornando um martírio, ia a passos largos e apressados. Sei que, neste exato momento alguns leitores devem estar pensando que isto é coisa da minha cabeça, apenas mais uma das inúmeras paranoias que tenho, mas infelizmente não é. Posso estar apenas aumentando um pouco a realidade, mas dava para perceber o medo de algumas mulheres ao me verem. Via com os meus próprios olhos quando seguravam a suas bolsas ao me verem. Era um ciclo meio estranho: eu, paranoico, ficava olhando a bolsa das mulheres, para ver se elas iam fazer este gesto com medo da minha pessoa. E elas, também paranoicas, se protegiam ao me verem olhando suas bolsas, e então colocavam a mão na alça, pensando que eu estava de olho em seus pertences.... Era uma situação extremamente chata e irritante...
Cheguei até a ir por um caminho alternativo para se chegar ao restaurante popular: pela Br não teria que passar pela estação de metrô e assim teria o menor contato possível com as mentes paranoicas das pessoas desta capital.
Hoje em dia não dou mais tanta importância para o que as pessoas pensam de mim. Enlouqueci e surtei quando dava importância para os comentários e opiniões alheias. A língua é o chicote do povo, é uma arma que pode ser mortal. (versículo da bíblia).
Infelizmente foi preciso surtar, enlouquecer, ter uma experiência de quase morte e comer o lixo que o diabo amassou para constatar que o problema está em quem gosta de criticar e caluniar o próximo e não em quem está sendo criticado, desde que não tenha prejudicado ninguém. Pense bem: se alguém lhe faz uma crítica, tenta te humilhar sem nenhum motivo, o problema está em você ou na pessoa que te critica? Pessoas que criticam apenas por criticar ou tem um vazio enorme dentro de si ou então inveja. Chego a me perguntar por que alguém iria invejar um cara que não tem dinheiro e não teve uma carreira de sucesso e nem fama. Mas, analisando a situação, é fácil termos inimigos: basta termos paz e sermos felizes. Isso incomoda e muito pessoas que não tem esses "bens" preciosos. Hoje chego a ter pena desse tipo de pessoa, que deseja destruir o próximo através de fofocas e comentários maliciosos e mentirosos. De dia até que podem mostrar um sorriso meio forçado, irônico, mas, de noite, quando colocam suas cabeças no travesseiro, não tem como disfarçarem o que se passa em suas mentes e corações.
Então, voltando ao assunto do corte de cabelo que resolvi fazer, gostaria de dizer que, apesar de não condicionar os meus atos à opinião alheia, resolvi dar uma aparada na juba, para não chamar tanto a atenção das pessoas. Meu cabelo é um pouco volumoso, e isso pode gerar um certo medo nas pessoas quando fico muito tempo sem apará-lo. Quando ele está molhado e úmido, fica até legal, ainda mais se usar um cavanhaque, mas, depois que vou para o sol e ele seca...
alguém tem alguma dica de um bom shampoo para reduzir o volume dos cabelos? |
No último dia 5 ocorreu algo comigo que pode explicar bem toda esta situação; estava sacando uma grana no caixa eletrônico. Como sempre, estava ouvindo um som no fone de ouvido. De repente um senhor de idade se aproxima de mim e me fez uma pergunta, que não entendi bem o que era. Só ouvi a palavra "caixa vazio". Então respondi que a maioria dos caixas vazios estavam com problemas. Mas o senhor não se afastou de mim, e ainda ficou olhando a tela do caixa. Aquilo já estava me enervando e tudo piorou quando ele tentou tirar o meu cartão do caixa. Não sei como tive a paciência naquele momento, apenas disse para ele ter um pouco mais de educação, e não estava entendendo nada. E ele continuou a ficar me olhando, iria falar certas coisas que não prefiro não colocar aqui no blog. Mas uma funcionária do banco se aproximou dele e o levou para dentro da agência. O segurança apenas ficou observando a situação. De início pensei que o senhor de idade estava perturbado, que era coisa da idade mesmo. Mas, quando saí da agência é que entendi toda a questão: ele provavelmente havia perdido o seu cartão. Mas por que suspeitou logo de minha pessoa em uma agência grande e que estava lotada de pessoas? Por que logo eu? Ele não poderia ter sido mais educado? E se fosse eu quem tivesse feito aquilo? Provavelmente o segurança iria me chamar a atenção, e ai é que pensariam que eu seria um ladrão. Outro dia uma mulher ficou me encarando em uma outra agência. Estava sacando o meu dinheiro, e, quando o mesmo apareceu para ser retirado no caixa, peguei-o e mostrei para a mulher, que ainda continuou a me encarar. Ai, confesso que fui deselegante: perguntei se o problema dela era falta de homem ou coisa parecida. Sei que isso não se deve fazer, mas por que ela estava me encarando?
Não é paranoia da minha cabeça, é a triste realidade das grandes cidades. No Rio de Janeiro está complicado até de se tomar um banho de mar... Existe remédio contra a realidade? Não vou procurar um psiquiatra para essa questão, pois nenhum medicamento irá resolver o problema deste país. O que posso fazer é me dopar e assim não ter reação quando esse tipo de preconceito acontecer.
Mas, voltando ao assunto capilar, já tentei diversos métodos para dar uma diminuída no volume do meu cabelo, mas nenhum deu resultado. Até azeite de oliva já tentei, mas é muito complicado e o cheiro é meio estranho...
Não é paranoia da minha cabeça, é a triste realidade das grandes cidades. No Rio de Janeiro está complicado até de se tomar um banho de mar... Existe remédio contra a realidade? Não vou procurar um psiquiatra para essa questão, pois nenhum medicamento irá resolver o problema deste país. O que posso fazer é me dopar e assim não ter reação quando esse tipo de preconceito acontecer.
Mas, voltando ao assunto capilar, já tentei diversos métodos para dar uma diminuída no volume do meu cabelo, mas nenhum deu resultado. Até azeite de oliva já tentei, mas é muito complicado e o cheiro é meio estranho...
Já me falaram em um tal de corte de cabelo chamado "pigmaleão"(acho que é assim que se escreve) e vou tentar da próxima vez. Mas vou seguir a minha vida em frente, sem deixar que o mundo e a sociedade em que vivemos modifique a minha maneira de ser. Não prejudico ninguém e fico em paz quando estou sozinho, então o problema maior está nas pessoas que se incomodam com a minha maneira de levar a vida e de ser. A pior loucura que um sujeito pode cometer é querer agradar a todo mundo...
A eterna luta entre o bem e o mal em nossas consciências...
é bem assim... |
Semana passada tive um problema e tanto em um grupo do facebook chamado Depressão. Faço parte de vários grupos de transtornos mentais, pois é onde eu me sinto em casa e compreendido. Os membros do grupo estavam comentando sobre namoro e a diferença de idade entre os casais. Então me lembrei que, quando tinha 23 anos, havia namorado uma garota de 13 anos. E resolvi comentar o fato neste grupo. Em menos de um minuto vieram enxurradas de ofensas e xingamentos. À princípio, fiquei sem reação, abismado por tamanha repercussão por um namoro que eu tive e que havia respeitado e muito a Patrícia (nome fictício).
Me chamaram de pedófilo, de doente, uma mulher do grupo rogou uma praga para que o meu bilau caísse e outro disse que iria cortá-lo. Não tive muito tempo para responder e tentar explicar o que havia realmente acontecido. A sensação que tive é que havia violentado a menina, tamanha era a revolta de alguns membros desse grupo, até fui excluído sem chance de defesa. Até um serial Killer tem chance de se defender... Existem vários grupos de depressão no facebook, e contei o mesmo fato e não me condenaram ou me julgaram. Creio que o que aconteceu foi mais uma descarga de sentimentos negativos para cima de minha pessoa. Algumas pessoas infelizmente guardam ódio em seus corações e não perdem nenhuma oportunidade de fazer esse descarrego em outras pessoas. Esses sentimentos negativos envenenam essas pessoas, e parecem que sentem necessidade de descarregar um pouco disso, já que, se guardarem dentro de si mesmas, certamente iriam ter uma doença psicossomática. Gostaria de deixar bem claro que foram umas quinze pessoas em um grupo com oito mil membros que me condenaram sem chance de me explicar. E é isso o que vou tentar fazer aqui no blog.
Mas, para a minha felicidade tenho este blog, em que posso contar o que penso e o que se passa comigo. Vou tentar explicar o que aconteceu. Conheci Patrícia no carnaval de 1993. Estava trabalhando em uma festa como operador de som. Ela se aproximou e começou a conversar comigo. Pelo diálogo, Patrícia parecia ter uns quinze anos. Conversava normalmente, apesar de ser um pouco tímida. Depois de um pouco de conversa, ela me pediu um beijo. Fiquei encantado com a simplicidade dela e a beijei. Depois, no outro dia, na mesma festa, nos encontramos novamente. E no outro final de semana combinamos de sair para ir ao cinema. Na época estava passando nas telonas o filme "Ghost, do outro lado da vida". Eu queria assistir um filme de terror, mas ela acabou me convencendo a assistir essa deliciosa comédia romântica. Rimos muito e, no entardecer, fomos tomar um sorvete. No caminho, uma mulher nos encarou com um certo ar de reprovação. Neste instante é que me dei conta da situação: eu, um adulto de 23 anos namorando uma garota que estava entrando na adolescência. Até o meu cabelo era maior do que o dela...
O problema não era tanto a diferença de idade, e sim nos estágios em que nos encontrávamos. Por exemplo, não há tanta diferença entre um casal em que um tenha 33 e o outro tenha 43 anos, pois ambos são adultos. Confesso que, na hora em que a mulher me encarou, fiquei meio sem graça, e sem saber o que fazer e dizer para a Patrícia. Então a levei até o ponto de ônibus e nos despedimos sem nos beijarmos. Ela havia me perguntado o que havia acontecido, por eu estar um pouco estranho. Ficou com o semblante triste, parecia que sabia o que estava acontecendo e que nunca mais iríamos nos encontrar. O nosso contato era o telefone da firma onde eu trabalhava, na época ainda não havia o telefone celular, se tinha era coisa de rico mesmo...
O problema não era tanto a diferença de idade, e sim nos estágios em que nos encontrávamos. Por exemplo, não há tanta diferença entre um casal em que um tenha 33 e o outro tenha 43 anos, pois ambos são adultos. Confesso que, na hora em que a mulher me encarou, fiquei meio sem graça, e sem saber o que fazer e dizer para a Patrícia. Então a levei até o ponto de ônibus e nos despedimos sem nos beijarmos. Ela havia me perguntado o que havia acontecido, por eu estar um pouco estranho. Ficou com o semblante triste, parecia que sabia o que estava acontecendo e que nunca mais iríamos nos encontrar. O nosso contato era o telefone da firma onde eu trabalhava, na época ainda não havia o telefone celular, se tinha era coisa de rico mesmo...
Não quero aqui me defender, dar uma de santinho. Tenho os meus erros e defeitos, mas nesta situação não tive maldade nenhuma. Respeitei e muito aquela menina. E, naquela época, tinha 23 anos, mas a mentalidade era de um garoto de 17, no máximo. E, como já disse, a Patrícia conversava como se tivesse uns 15 anos. Confesso que até o momento em que a mulher me olhou com cara de reprovação, não havia pensado um minuto sequer na diferença de idade que havia entre nós. Sequer cogitei em fazer sexo com ela e não passamos de beijos e abraços, nada de mão boba. Tenho a consciência tranquila, tanto que narrei esta situação no livro que escrevi, para tentar melhor ilustrar como eu era uma pessoa distraída e um pouco sem maldade. Não tive pai, e a minha mãe tem problemas de audição, ou seja, tive que aprender as coisas da vida com a prática e com os meus próprios erros. Não tive ninguém para dizer o que era correto e aceito pela sociedade. E até hoje vou aprendendo e tentando compreender esse mundo maluco.
Hoje, mais maduro, aprendi que existem pessoas que só sabem condenar e que não gostam de nos vermos em paz. Para termos inimigos, não é preciso ter sucesso ou ser rico, basta ter paz e ser feliz. Naquele grupo geralmente apenas postava o que colocava aqui no blog, ou então tentava dar conselhos que eu imaginava que fossem bons. O principal deles era de que a nossa felicidade não deveria depender única e exclusivamente de uma pessoa, pois algumas mulheres colocavam a culpa de suas desilusões e infelicidade em algum homem que as haviam traído. E nunca postei nada negativo, não gosto de ficar me lamentando por coisas do passado, o que passou, passou. Mas não condeno as pessoas que fazem isso, também é bom desabafarmos nos momentos difíceis. Tentava ajudar as pessoas daquele grupo com mensagens positivas, mas algumas pessoas desses grupos se identificam mais com as mensagens negativas e até condenam quem posta algo positivo. Quando uma pessoa posta que está bem, algumas pessoas vão logo perguntando: "Se você está bem, então o que está fazendo aqui neste grupo?"
Hoje, mais maduro, aprendi que existem pessoas que só sabem condenar e que não gostam de nos vermos em paz. Para termos inimigos, não é preciso ter sucesso ou ser rico, basta ter paz e ser feliz. Naquele grupo geralmente apenas postava o que colocava aqui no blog, ou então tentava dar conselhos que eu imaginava que fossem bons. O principal deles era de que a nossa felicidade não deveria depender única e exclusivamente de uma pessoa, pois algumas mulheres colocavam a culpa de suas desilusões e infelicidade em algum homem que as haviam traído. E nunca postei nada negativo, não gosto de ficar me lamentando por coisas do passado, o que passou, passou. Mas não condeno as pessoas que fazem isso, também é bom desabafarmos nos momentos difíceis. Tentava ajudar as pessoas daquele grupo com mensagens positivas, mas algumas pessoas desses grupos se identificam mais com as mensagens negativas e até condenam quem posta algo positivo. Quando uma pessoa posta que está bem, algumas pessoas vão logo perguntando: "Se você está bem, então o que está fazendo aqui neste grupo?"
E foi com a intenção de desabafar que escrevi sobre este assunto. Realmente naquela época não tinha essa maldade. Tive que surtar, enlouquecer, quase morrer, comer o lixo que o diabo amassou, para me conhecer melhor e a me entender como pessoa. Não sou um pedófilo, não violentei a Patrícia, e tenho certeza absoluta que, se ela por acaso tem lembranças de minha pessoa, sei que são boas e positivas, pois, como já disse, a respeitei como se deve respeitar uma mulher que gostamos. De que adianta o casal ter uma idade compatível se não há respeito? Se o cara mata a mulher caso ela queira a separação, ou então ela corta o bilau do cara se for traída? Garanto que respeitei Patrícia do que muitos casais "maduros" se respeitam...
E confesso que até hoje não havia me dado conta dessa questão da diferença de idade entre a gente. Foi preciso ser esculachado naquele grupo para pensar melhor a respeito. Hoje em dia, já penso diferente daquele Júlio que tinha 23 anos, mas com mentalidade e maldade de um garoto de uns 17 anos. Concordo que a diferença, não de idade, mas de fase, não é muito aconselhável para se namorar. Confesso também que ficaria chateado se tivesse uma filha de 13 anos e um cara adulto a quisesse namorar. O que pega não é a diferença de idade, e sim a fase da vida dos envolvidos. Afinal com 13 anos a pessoa está entrando na adolescência hoje em dia. Na minha época as coisas eram um pouco diferentes. Éramos crianças até os 15 anos. Confesso que brincava de esconde-esconde até essa idade. Por volta dos 16 anos é que comecei a me enturmar com caras da minha idade e acabei virando rockeiro. E tudo começou a mudar quando tive que começar a trabalhar aos 17 anos, mas ainda tinha um pouco de criança dentro de mim. ( acho que tenho até hoje, ainda bem).
Acho que só comecei a conhecer a maldade dos humanos por volta dos 27 anos, em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Trabalhava em uma firma de sonorização e era muito querido pelos clientes da firma. E ganhava um salário bem mais alto do que o resto dos funcionários. Isto gerou uma revolta neles e ai começou uma série de intrigas. Queriam de qualquer jeito me prejudicar e me desestabilizar, e conseguiram, e acabei surtando aos 32 anos de idade. Pessoas que eu havia ensinado um pouco a arte de operar uma mesa de som simplesmente queriam me prejudicar para ocuparem o meu lugar. Essa ingratidão me deixou um pouco deprimido.
Mas, como disse, não sou de me lamentar, Tenho mais que agradece do que reclamar da vida, pois até dos momentos difíceis procuro tirar proveito e aprendizados. E, foi conhecendo a esquizofrenia que passei a me conhecer melhor. E, o mais importante, cheguei à conclusão de que posso ter a consciência tranquila, apesar dos inúmeros erros que cometi na minha vida, e que ainda cometo.
Quando era evangélico, perguntei para o pastor da igreja que frequentava:
- O que vai acontecer com os povos que não conhecem a bíblia? Afinal, eles não têm culpa de não terem conhecido a palavra de Deus, afinal, ninguém foi até á eles para lhes mostrar o evangelho. Será que eles irão para o inferno?
- A pessoa que não teve oportunidade de conhecer o evangelho será julgada de acordo com a sua consciência. - me respondeu o pastor.
Já um outro pastor me afirmou que todos serão condenados, Um outro chegou a me dizer que todos que não conheceram a bíblia serão salvos. Ou seja, três situações para um mesmo fato. Mas acredito no pastor que falou sobre a consciência. Por exemplo, um índio, que não tem contato com a "civilização", tem os seus rituais em que usam plantas alucinógenas para terem contato com os "espíritos" (ou supostos espíritos). Fico me perguntando: eles têm consciência de que, pela ótica do ser humano dito civilizado, estão se drogando? Se por acaso tivéssemos nascido em uma tribo indígena, não estaríamos fazendo o mesmo? Ou se tivéssemos nascido na Índia, não estaríamos cultuando a vaca e outros animais?
Foi o que aconteceu com a Patrícia. A minha consciência está tranquila e até hoje não tive nenhum sentimento de culpa. Posso ter certeza de que nenhum outro namorado que ela deve ter tido a respeitou mais do que eu. Pode ter respeitado tão quanto, mas não mais.
Não ofereci dinheiro para a Patrícia, apenas respeito e carinho. Não sei se o que fiz é um crime previsto na lei, não consultei nenhum advogado antes de publicar o fato no livro e tampouco agora no blog. Cheguei a pensar em perguntar para um policial sobre este fato, mas voltei atrás, por que o mais importante é ter a consciência tranquila. Além de não oferecer dinheiro, ela é que tinha o meu contato. Não sabia onde morava, e o nosso relacionamento durou cerca de quinze dias, ou seja, três encontros.
Até quando surtei e tive um enorme sentimento de culpa, não havia pensado neste assunto. Estava me condenando demasiadamente por ter supostamente contaminado algumas pessoas com o vírus HIV, já que na cidade onde morava rolava um boato de que eu estava com aids. E é aquela história: uma mentira dita várias vezes acaba se tornando verdade, e até eu mesmo acabei acreditando neste boato, quando surtei. Quem leu o livro e acompanha o blog sabe muito bem como foi essa história, em que cheguei a acreditar que até os laboratórios estavam contra a minha pessoa, falsificando os resultados que davam negativo. Pensava que alteravam para negativo para que eu não tivesse acesso aos medicamentos e assim morresse mais rápido e com maior sofrimento. Cheguei a pedir para a polícia me prender, pois me considerava um assassino, só pelo fato de imaginar que poderia ter contaminado algumas pessoas, apesar de quase sempre me cuidar nas relações que tive.
Resumindo, hoje sei que errei ao namorar uma menina de 13 anos, mas também a minha consciência está tranquila, pois, como disse várias vezes, a respeitei muito e na verdade quem a estava namorando era um cara meio sem maldade com uma mentalidade de uns 17 anos, no máximo.
Não ofereci dinheiro para a Patrícia, apenas respeito e carinho. Não sei se o que fiz é um crime previsto na lei, não consultei nenhum advogado antes de publicar o fato no livro e tampouco agora no blog. Cheguei a pensar em perguntar para um policial sobre este fato, mas voltei atrás, por que o mais importante é ter a consciência tranquila. Além de não oferecer dinheiro, ela é que tinha o meu contato. Não sabia onde morava, e o nosso relacionamento durou cerca de quinze dias, ou seja, três encontros.
Até quando surtei e tive um enorme sentimento de culpa, não havia pensado neste assunto. Estava me condenando demasiadamente por ter supostamente contaminado algumas pessoas com o vírus HIV, já que na cidade onde morava rolava um boato de que eu estava com aids. E é aquela história: uma mentira dita várias vezes acaba se tornando verdade, e até eu mesmo acabei acreditando neste boato, quando surtei. Quem leu o livro e acompanha o blog sabe muito bem como foi essa história, em que cheguei a acreditar que até os laboratórios estavam contra a minha pessoa, falsificando os resultados que davam negativo. Pensava que alteravam para negativo para que eu não tivesse acesso aos medicamentos e assim morresse mais rápido e com maior sofrimento. Cheguei a pedir para a polícia me prender, pois me considerava um assassino, só pelo fato de imaginar que poderia ter contaminado algumas pessoas, apesar de quase sempre me cuidar nas relações que tive.
Resumindo, hoje sei que errei ao namorar uma menina de 13 anos, mas também a minha consciência está tranquila, pois, como disse várias vezes, a respeitei muito e na verdade quem a estava namorando era um cara meio sem maldade com uma mentalidade de uns 17 anos, no máximo.
Me desculpem por esta parte da postagem ter sido um pouco longa, mas é realmente uma questão complexa. Não acho muito legal um cara de 23 anos namorar uma garota de 13, mas na época eu tinha uma idade mental um pouco abaixo da idade física e não conseguia enxergar maldade em nada. E também sempre aparentei menos idade do que realmente tenho, e então sempre apareciam garotas com menos idade do que a minha.
Passe livre...
Creio que deve ser a terceira vez que toco neste assunto um pouco polêmico: o passe livre para os portadores de esquizofrenia. É um pouco polêmico pelo fato de haver controvérsias sobre o fato da esquizofrenia ser considerada ou não uma deficiência mental. E essa lei parece que é interpretada de várias formas nos municípios do nosso país. Não entendo muito de leis, mas creio que deve ser uma lei municipal e não federal. Ou se é uma lei federal, cada cidade a interpreta de uma maneira. Já tive o passe livre na cidade de Ipatinga-MG. Não teve nenhuma burocracia na hora de adquirir este benefício, apenas apresentar a documentação e o laudo psiquiátrico. Em São Paulo quem faz tratamento nos diversos CAPS espalhados pela cidade também tem esse direito.
Infelizmente aqui em Belo Horizonte a situação é bom complicada. O portador de esquizofrenia tem o direito do transporte para fazer o seu tratamento. O que fazem então? Apenas fornecem os vales transportes na quantidade exata, isso quando não falta o vale transporte na rede. Muitos têm que se locomoverem a pé, para fazer o tratamento ou então frequentar algum centro de convivência, a fim de fazer algum curso ou oficina. Infelizmente para o pessoal da saúde mental o tratamento consiste apenas em se entupir de medicamentos. Esquecem de outras coisas como: se sentir útil, ocupar a mente com algo que lhes agradem, a própria convivência com outros portadores, e por ai vai. A maioria não tem nenhum tipo de benefício, nem a aposentadoria e muito menos o LOAS. Só o direito de ir e vir já é uma grande possibilidade de uma boa melhora no tratamento. Em Ipatinga eu cheguei a fazer alguns cursos e isso me fez muito bem. Infelizmente o transporte público aqui em Belo Horizonte é caro, e não tem como gastar quase sete reais todos os dias em transporte para frequentar cursos ou palestras ou qualquer outra coisa, a fim de diversão mesmo.
Neste momento está tendo esse tipo de problema: está faltando vales transporte para quase todos os centros de convivência aqui da capital mineira. O campeonato de futebol e outros esportes, que iria acontecer na próxima semana, foi cancelado. Nem adiado foi, não vai ter mesmo esse ano. O pessoal do centro de convivência que frequento estava animado para o campeonato de futebol, estávamos até treinando duas vezes por semana. Eu, apesar da idade (46 anos) também estava começando a me animar, as dores que apareciam depois dos treinos já estavam diminuindo, pois estou há quase nove meses num sedentarismo brabo. Depois que aluguei o quarto, agora só fico no PC e na TV. Mas consegui emagrecer um pouquinho e já estava melhor fisicamente. E o pessoal fica animado quando chega o campeonato. Foi possível sentir a frustração do pessoal ao saber da notícia do cancelamento.
Por que será que aqui em Belo Horizonte é tão difícil de se conseguir esse benefício? Eu mesmo já tentei, e pude constatar que o mesmo só é concedido aos portadores que tem um déficit mental que seja bem fácil de se constatar. O portador tem que ir acompanhado e tem que ser comprovado que é praticamente incapaz de se locomover sozinho pelas ruas da cidade. O sofrimento mental para um portador de esquizofrenia não depende do fato do mesmo ter ou não déficit mental e sim na gravidade do caso e na sua situação econômica e familiar, dente outras coisas. O apoio e a compreensão da família são muito importantes.
O jeito então é ficarmos trancados em nossas casas, e apenas sair para fazer o tratamento e nos doparmos. Infelizmente esse é o conceito de tratamento para algumas pessoas da saúde mental por aqui, pois quase não vejo ninguém lutar por esse direito que é dos portadores de esquizofrenia. Já tentei conversar com um vereador sobre o assunto, mas ele gostaria que mais pessoas entrassem nessa briga. Ele quis saber quantas pessoas seriam beneficiadas, quantas pessoas usam o serviço da saúde mental aqui em Belo Horizonte. E infelizmente eu não tenho essas informações e não vi ninguém que pudesse se engajar nesta luta. Tive que desistir. Por mim faria uma manifestação pacífica, ou no centro da cidade, ou então na câmera dos vereadores. Hoje todo mundo faz protesto e alguns são nada pacíficos, então por que não podemos protestar pacificamente? Falta coragem, incentivo? Por mim montaria a minha barraquinha na câmara dos vereadores e ficaria ali por um tempo, para chamar a atenção dos nossos políticos para esse fato. Mas sozinho é praticamente impossível que algo aconteça. Seria considerado um louco e provavelmente seria "convidado" a me retirar da câmara. Aqui sempre quando querem protestar o pessoal acampa no gramado do jardim da câmara, fazem festas à noite e outras coisas mais.
Texto: O louco
o novo filme: "O homem malucão" shaushasuahsuahsas |
Depois de quatro anos resolvi gravar um vídeo, mas não é nada de especial. Apenas "declamo" o texto "O louco", que recebi em um ônibus. Não sei se foi coincidência ou obra do destino, mas recebi esse texto que fala sobre a loucura. Na verdade acho que não foi nenhuma destas duas situações, o cara que estava vendendo os textos no ônibus "acho que me achou" que eu era um louco mesmo. E não achei ruim, na verdade fico ofendido se me chamarem de normal. O mundo até hoje foi governado pelos ditos normais, e estamos ai nesta situação, que nem é preciso comentar, basta abrir um jornal ou um site de notícias na internet.
O cabelo está mais curto e branco (estou com 46 anos), a dicção continua péssima, o desconforto na hora de gravar um vídeo também continua. A camisa é da mesma cor do que a do primeiro video de quatro anos atrás, mas é outra camisa, é que gosto da cor...
Mas, apesar do desconforto, resolvi gravar, pois acho este texto maravilhoso e que diz muito com poucas palavras. Em condições normais, falo um pouco mais alto, mas quando gravo vídeos tenho a sensação que tem alguém escutando do lado de fora e ai falo bem baixo. Tive que usar o microfone próximo da boca e ainda depois tive que amplificar o som em um editor de áudio, mas dá para ouvir perfeitamente, afinal, trabalhei com áudio por 17 anos né?
Por fim, gostaria de agradecer à todos os administradores dos grupos do facebook que publicam as minhas postagens. Sem essa ajuda de divulgação, o blog teria menor alcance do que já tem. Quanto aos que não publicam as minhas postagens, só lamento, pois nem sempre a sabedoria vem de palavras e termos difíceis.
Mas, apesar do desconforto, resolvi gravar, pois acho este texto maravilhoso e que diz muito com poucas palavras. Em condições normais, falo um pouco mais alto, mas quando gravo vídeos tenho a sensação que tem alguém escutando do lado de fora e ai falo bem baixo. Tive que usar o microfone próximo da boca e ainda depois tive que amplificar o som em um editor de áudio, mas dá para ouvir perfeitamente, afinal, trabalhei com áudio por 17 anos né?
Por fim, gostaria de agradecer à todos os administradores dos grupos do facebook que publicam as minhas postagens. Sem essa ajuda de divulgação, o blog teria menor alcance do que já tem. Quanto aos que não publicam as minhas postagens, só lamento, pois nem sempre a sabedoria vem de palavras e termos difíceis.