Não é a primeira vez que abordo sobre os fones de ouvido aqui no meu humilde blog. Antes de lesionar o dedão do pé esquerdo não saia de casa sem antes ligar o player de música do celular e aumentar o volume até o máximo possível.
Já havia até procurado programas para conseguir aumentar ainda mais o volume dos telefones. Mas isso não existe. Para ter um som bom e alto, o celular deve ter os componentes adequados e de qualidade para isso. E os fones também estão nessa. Não será um aplicativo que fará o seu celular ter aquele sonzão que fica parecendo ser uma caixinha de som.
Mas depois que detonei o meu hálux esquerdo passei a andar mais de bicicleta mesmo. E, por medida de segurança, passei a deixar o celular em casa. Belo Horizonte é uma grande e, como tal, tem um trânsito complicado e chegando a ser caótico nos horários de pico. Apesar dos motoristas da capital mineira serem bem educados devemos estar atentos 100% ao trânsito, tanto visualmente como auditivamente falando.
O fone de ouvido é como se fosse uma válvula de escape do mundo real. Com ele não presto tanta atenção ao que está acontecendo ao meu entorno. E também me livra de ficar escutando aqueles papos bestas, apesar de sempre ter uma pessoa chata que insiste em conversar com a gente mesmo vendo que estamos com os fones de ouvido:
- Tá calor hoje né?
- Acho que vai chover...
- Você viu o jogo ontem?
As vozes que escutava, reais ou imaginárias, quase não chegam ao meu cérebro quando estou escutando música. E, quando chegam, não soam tão nítidas, às vezes tenho a leve impressão que o ruído faz parte da música que estou escutando no momento, principalmente se for um heavy metal bem pesado, tipo Sepultura ou Slipknot...
Esse desligamento quase total do mundo real que o fone de ouvido me proporciona é uma maravilha, mas pode ser um tanto o quanto perigoso quando estou pedalando. E por ainda querer viver um bom tempo resolvi parar de usar.
E ultimamente estava ficando um pouco irritado, prestando muita atenção ao que acontecia à minha volta. Prestava atenção se estavam falando de mim, se estavam rindo de mim, ou se estavam planejando algo contra a minha pessoa. Coisas que todo bom paranoico têm...
O jeito foi arriscar e sair em um belo domingo de sol com a bike e o fone de ouvido. Fui ajustando aos poucos o volume em um nível que dava para escutar e apreciar a música, e também ouvir as buzinas dos carros...
Foi uma delícia! Novamente andando nas ruas quase que completamente desligado de tudo! Além de me desconectar desse mundo complicado em que vivemos, a música também tem o poder relaxante. Claro que irei procurar evitar de ouvir heavy metal quando estiver pedalando. A não ser quando estiver atrasado para algum evento.
A única coisa chata no fone de ouvido é que é quase um produto descartável, alguns têm um prazo de validade maior do que o outro, mas todos acabam estragando mais dia menos dia...
De agora em diante não sairei de casa sem o meu amigo inseparável fone de ouvido. E que se dane o mundo com suas discussões inúteis e chatas...