segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Quetiapina: parte 2

    Há muito tempo ando estressado e com o nível de energia lá embaixo. Como já disse anteriormente, a minha vida está parecendo um vídeo game mesmo, preciso urgentemente fazer algo para aumentar a minha vida deste jogo para conseguir chegar ao final desta fase.
    Houve o caso do opala preto que avistei em frente ao abrigo e algumas vozes comentaristas andam me perturbando um pouco. Tive poucas vozes de comando até hoje, e me sinto aliviado por isso. Não deve ser nada agradável ouvir uma voz lhe mandando fazer coisas como agredir uma pessoa, etc As poucas vozes que tive não foram muito sérias, apenas me mandavam entrar em alguns estabelecimentos comerciais. Em 2003, quando entrei em uma lanchonete, todo sujo. o balconista não teve muita paciência e foi logo me dando um forte soco no peito. Só não parei no meio da rua por que havia uma árvore no meio do caminho.
Mas no geral só tive ajudas nos momentos mais difíceis, não posso reclamar de maus tratos durante os surtos.
    Mas chega de falar do passado. Depois de oito meses me sentindo um estrangeiro em São Paulo, senti que era hora de voltar para Belo Horizonte e para o abrigo, para acabar de juntar uma grana e concluir o projeto de morar novamente em um quarto. Mas infelizmente o abrigo não é mais o mesmo. Não vou entrar em detalhes, mas as coisas agora costuma ficar meio tensas por lá. O resultado não poderia ser outro: stress total e a sensação de que se continuar assim, poderei surtar de novo. Então tenho que dar uma "apagada" geral para colocar os pensamentos em ordem e dar uma respirada.
    Analisando todos os medicamentos que já havia experimentado, cheguei a conclusão de que clorpromazina seria o ideal para esse caso, apesar de ter me dado um baita torcicolo da última vez que a experimentei no início do ano em São Paulo.
    O clínico geral com quem pego a receita do diazepan me disse que não poderia trocar a medicação. Foi marcado então uma consulta com a psicóloga da unidade de saúde, mas eu não poderia esperar um mês para conversar sobre a situação. O clínico me informou que eu iria me consultar com um psiquiatra com que eu havia encontrado há uns doze anos atrás. Ele foi o primeiro com quem conversei. Me lembro muito bem,  a consulta demorou cerca de uns sete minutos e o cara nem olhou para mim, apenas fazia algumas anotações e respondia friamente às minhas perguntas. Eu não gosto muito que me encarem fixamente por muito tempo(acho que ninguém gosta) mas também não precisa ter medo né?
    Então desisti de tentar o medicamento com este psiquiatra, provavelmente não teria paciência e nem tempo para ouvir um esquizofrênico que acha que sabe alguma coisa e que já tenha em mente a medicação a ser usada. Procurei então um hospital, indicado por um amigo que frequenta o parque. Infelizmente o pessoal da psiquiatria já estava de férias e só seria atendido em janeiro.

Cersam
     A solução foi procurar o Cersam. na primeira tentativa não fui atendido, me disseram que eu poderia continuar com a risperidona, que em Belo Horizonte não é fornecida gratuitamente. Além de tudo, este medicamento me dá um prejuízo danado, ao aumentar ainda mais a minha gula por doces e massas. 
    E a coisa estava tensa no Cersam naquele dia. Um cara com as mãos enfaixadas, já sedado, conversava com as enfermeiras. O SAMU também havia chegado com um cara totalmente apagado, provavelmente deve ter tomado um sossega leão. Um senhor reclamava que o seu filho estava andando pelado pelas ruas. Ou seja, o meu caso era "fichinha" em relação ao que estava sendo atendido por ali. 
   Fui embora e desisti da clorpromazina, é cansativo e muito frustante não ser atendido quando mais precisamos. Ou será que o pessoal espera o caso virar uma emergência? Mas, depois de alguns dias vi que a coisa estava piorando e resolvi pegar um encaminhamento para o Cersam com uma assistente social do abrigo em que estou ficando no momento. Nem quando estou no parque, ouvindo música clássica ou Yanni, estava conseguindo relaxar e parar de pensar que estou sendo observado. O parque era o meu refúgio e no ano passado era como se fosse um paraíso para mim. Estava dando algumas más respostas para alguns abrigados e não estava com a mínima paciência para ouvir o que era discutido ou conversado nas dependências do albergue. Para falar a verdade, geralmente a conversa não me interessa mesmo. 
    Mas ninguém tem nada a haver com as minhas paranoias e voltei então ao Cersam. As coisas estavam mais calmas desta vez. Devia ser umas oito horas da manhã e fui informado que o psiquiatra só chegaria na parte da tarde. Como era o dia do almoço de confraternização do natal, fui convidado a ficar por lá mesmo
    No refeitório havia muitos pacientes. Alguns deitados no chão, outros isolados em seus cantos. Um ou outro era mais agitado e comunicativo. Prestei atenção em quase todos os pacientes e alguns se aproximavam bastante do que é considerado normal pela sociedade, acho que se estivessem na rua passariam desapercebidos. Havia muitos que estavam tranquilos, mas seus olhares não demonstravam nenhum emoção ou sentimento, creio que devido ao fato de usarem os medicamentos. 
    Havia também três estagiárias bonitas, e os caras não davam muita trégua para elas. Uma parecia incomodada e acabou se retirando do refeitório, dizendo estar incomodada com a fumaça dos cigarros que os pacientes fumavam. As outras duas tiravam algumas fotos e pareciam estar se divertindo com a festa. 
     Quanto a mim, não estava me sentindo bem, apenas resumia a cumprimentar os pacientes e responder algumas perguntas que me eram feitas. O almoço estava uma delícia, mas não queria almoçar, a única coisa que desejava naquele momento era ter em mãos a clorpromazina e o fenergam para dar uma desligada do mundo. 

O psiquiatra
    Por volta das três horas da tarde fui atendido pelo psiquiatra, que parecia ter cara de gente boa. Mas na hora de me atender me pareceu ser uma pessoa esquisita: coluna ereta, sem encostar na cadeira. E olhava fixamente para mim, e parecia que não piscava os olhos. Os óculos de grau davam a impressão que seus olhos eram maiores do que realmente eram. Ele fez algumas perguntas e só respondia: sim, sim sim...
Sentei-me de lado para evitar aquele olhar invasivo, e ele parecia estar meio estressado com tanto serviço naquele Cersam. Comecei a ficar nervoso e confesso que com muito custo não xinguei o cara. Por que será que ele não encosta na cadeira, dá uma relaxada e conversa normalmente comigo?- me perguntei. 
    No final da consulta, ele, só para me contrariar, não me passou a clorpromazina. Disse que eu tinha que tomar um novo medicamento chamado quetiapina, pois era o melhor para o meu caso. Não deu muita atenção quando eu disse que me senti bem quando usei a clorpromazina, apesar de ser um dos primeiros medicamento usados para combater os sintomas da esquizofrenia. Havia dito que a quetiapina me havia dado muito sono na única vez que a usei, mas ele mesmo assim o receitou para mim. E, para comprovar que eu estava tomando o medicamento, o engoli no Cersam mesmo, por volta das quatro da tarde, para também conseguir acordar cedo no dia seguinte.  

A soneira
    - É de quantas miligramas? - perguntei para a enfermeira na hora de tomar a quetiapina.
    - Não sei...- ela me respondeu, me mostrando que a embalagem já cortada não tinha essa informação. 
    Resolvi tomar mesmo não sabendo a dosagem, não estava mais aguentando aquela situação e tinha que apagar por pelo menos uma noite. o problema seria acordar no dia seguinte, às cinco horas da manhã. Levantar e acordar, com condições de andar né? A clorpromazina eu conheço, não dá muito sono, o fenergam, que é usado para tirar a alergia ao medicamento, é que nos dá a sonolência. Mas o bom que a ressaca não dura muito tempo, ao contrário da maioria dos antipsicóticos. 
    Depois de tomar a quetiapina, fui correndo pegar o ônibus de volta para o abrigo. Para a minha sorte o remédio só começou a fazer efeito depois que já havia chegado e estava na fila de entrada. Comi um pedaço de bolo antes, pois sabia que seria difícil estar com vontade de jantar às sete e meia da noite. Com alguma dificuldade consegui tomar um banho e cair na cama. Comecei a falar meio embolado com os vizinhos de beliche e apaguei. 
    De manhã, aquela canseira e dificuldade para me levantar. Fui me arrastando para o banheiro e depois para o refeitório. Não conseguia raciocinar direito e peguei algumas coisas na mochila. Assim que sai do abrigo, comi dois pedaços de pudim. Estava com muita fome, uma sensação menor do que a risperidona, mas esse medicamento parece aumentar o apetite também. 
    Fui para o Cersam chateado, o psiquiatra não me ouviu, quando lhe disse que era meio fraco para remédios. Queria tomar metade da dose mínima, e provavelmente me deu inteira, pela experiência que tive no ano passado. Estava muito mais lento e cansado do que na primeira vez que havia experimentado a quetiapina. 
    Conversei com a assistente social e ela me disse para dar um crédito para o psiquiatra, dizendo que ele era muito bom. Para mim psiquiatra bom é aquele que conversa normalmente com a gente. Ela também disse que esses efeitos colaterais da quetiapina duram apenas três meses! Do jeito que ela me disse isso, parecia que era algo muito simples ficar noventa dias com aquela enorme sensação de cansaço e sonolência. Como já disse, tenho que me virar sozinho, não posso ficar tanto tempo parado. 
parece que os sentimentos somem quando uso a quetiapina...
     Mas o pior da quetiapina é a robotização, tanto no sentido físico como no emocional. Ficamos lentos demais e não ficamos muito tranquilos também, mas também não achamos graça em nada! Me parece uma lobotomia química, para ser sincero. Não sou contra os medicamentos, sempre costumo dizer isso, preciso sempre estar repetindo, para não ser mal interpretado. Digo que são um mal necessário em alguns casos, e algumas vezes pode ser por algum tempo apenas. 
     Voltando ao Cersam. o psiquiatra aparecia de vez em quando para chamar os pacientes. Se assustou quando me viu pela primeira vez, pois eu não estava com cara de quem estava satisfeito com a medicação. 
    - Olha o que você fez comigo! - era o que eu queria dizer com um olhar de poucos amigos. 
    Devia ser umas três horas da tarde e a ressaca da quetiapina não havia cessado, e já estava quase na hora de tomar mais um comprimido. Como iria reagir tomando o remédio já estando sonolento e cansado? 
    Acho um pouco de responsabilidade desse pessoal dar os medicamentos às pessoas e depois dispensá-las. Se por acaso essas pessoas moram um pouco longe e têm que atravessar ruas e avenidas movimentadas:? Vi que poderia ficar mais sonolento e cansado do que já estava e resolvi que o melhor a ser feito era tentar uma outra alternativa...

Conclusão
sonhar não custa nada...
     No meu caso, em particular, é um dilema e tanto tomar ou não os medicamentos. Não se pode chegar à uma conclusão, pois moro sozinho desde os dezessete anos e sempre tive que me virar. Para mim, é quase impossível tomar os medicamentos e exercer qualquer atividade renumerada, a não ser que o seu patrão seja bastante compreensivo. Se o transtorno é incapacitante, os medicamentos não deixam de ser também de uma certa forma. 
    No início do ano eu não fui ao show do Yanni, em São Paulo, por causa das minhas paranoias. Cheguei a ir até o ginásio do Ibirapuera, mas não comprei o ingresso. Mas, se estivesse tomando algum medicamento, também não iria, pelo fato de estar sonolento e meio robotizado, não achando graça em nada. Analisando os fatos, prefiro não tomar os remédios e ficar em casa, mas com as minhas emoções, para, pelo menos rir e chorar com os filmes e coisas que assisto na TV. Sem emoções jamais! E também, por que não, sonhar um pouco de vez em quando. Não há nada demais em sonhar, o que não podemos fazer é ficar muito tempo no mundo do sonhos...
    Não escrevo este blog para desestimular as pessoas a tomarem os medicamentos. Relato apenas as minhas experiências com eles. Cabe a cada portador estudar não só a patologia como os remédios e tudo o que possa melhorar a sua qualidade de vida. Cada um, com a ajuda do psiquiatra, deve tentar achar o melhor medicamento e a dose certa para cada caso, o que às vezes pode se tornar uma difícil tarefa. 
    Dizem que em três meses nos "adaptamos" aos medicamentos. Não creio que o termo certo seria adaptação e sim se acostumar, viciar mesmo, como acontece com o diazepan, que, no início dá até uma pequena sonolência. Mas, com o passar do tempo já não faz mais o mesmo efeito e ai temos que ir aumentando a dose. Já cheguei a tomar 20mg e a tomar o levozine mas vi que, se continuasse naquele ritmo, iria ficar como o Michael Jackson, tendo que tomar até anestesia para dormir. O levozine faz dormir, mas temos que colocar um pinico debaixo da cama, pois é quase impossível ir ao banheiro de madrugada. Já o diazepan sinto que atrapalha um pouco a minha memória. Então resolvi ir aos poucos diminuindo o diazepan e hoje tomo apenas 5mg e, quando estiver em um ambiente tranquilo, tomar 2mg para, quem sabe, um dia estar livre dos medicamentos. 


-obs: desculpem os prováveis erros de português, é que, apesar do corretor do blog, estando em uma lan house, não dá para se fazer um trabalho como se estivesse em meu quarto. 1
    

14 comentários:

  1. Feliz Natal Xará. Essa barreira do novo medicamento IMPOSTO a você vai ser superado. Continue na tentativa do remédio desejado. Sobre os médicos, e algumas pessoas, percebi isso que em muitas vezes é mais medo da gente(do portador de doença mental) do que antipatia, não me pergunte porque pois não faço a minima ideia :/. Abraço e se cuida.

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    1. Feliz natal e ano novo para você também. Não sei por que, mas eles parecem não acreditar na gente quando dizemos que nos sentimos bem com determinado medicamento, tentam nos impor o que eles acham o correto. Claro que toda regra tem exceção e já tive psiquiatras que dialogavam comigo numa boa.

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  2. Feliz Natal Xará. Essa barreira do novo medicamento IMPOSTO a você vai ser superado. Continue na tentativa do remédio desejado. Sobre os médicos, e algumas pessoas, percebi isso que em muitas vezes é mais medo da gente(do portador de doença mental) do que antipatia, não me pergunte porque pois não faço a minima ideia :/. Abraço e se cuida.

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  3. Há um ano e meio tomo "remédios psiquiatricos" e eles são muito confusos se por um lado você parece não se sentir bem com eles por outro você não pode parar de toma-los, muito chato

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    1. É um dilema e tanto esse de tomar ou não os medicamentos. É preciso se conhecer muito para tomar uma decisão dessas.

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  4. Olá amigo como vai? tudo bem? acompanho seu blog a algum tempo show de bola queria saber como faço para comprar teu livro mas gostaria de ser o impresso, passo por o mesmo problema hoje tomo queotiapina, depakote, lithium, e um antidepressivo, sou militar e me obrigam a trabalhar as 7 da manha e ficam me fiscalizando, ja fiquei internado em tres clinicas vou tambem escrever um livro, tem cinco dias que parei de tomar os remedios, mas me sinto muito mal, acho que é tipo uma abstinencia, so a gente sabe como somos negligenciados pelos psiquiatras que as vezes sofrem os mesmos ou ate mais transtornos mentais que a gente, feliz natal atrasado....

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    1. Feliz natal e ano novo pra você também. Trabalhar com os medicamentos é quase um sacrifício na maioria dos casos, a não ser que seja um trabalho pouco estressante e o patrão uma pessoa compreensiva. Para adquirir o livro, basta enviar um email que lhe passarei as informações.
      juliocesar-555@hotmail.com
      Escrever um livro é uma boa, o que falta é informação para as pessoas que não tem nenhum relação com a esquizofrenia.

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  5. Feliz Ano Novo Julio Cesar Santos.
    https://www.youtube.com/watch?v=8AL3ex1Kzok

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  6. Olha tenho depressão desde criança, inclusive tive surto psicotico já, ultimamente a coisa tá bem feia... tudo o que você descreve na esquizofrenia eu sinto! Talvez não tenha muita diferença, passei em um psiquiatra que me receitou uns remédios mas pqp que coisa cara, nem fiz... Psiquiatria é mesmo indústria do desespero... fatura muito na desgraça alheia e muitas vezes nem resolve...

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    1. Obrigado pela visita ao blog. O que os portadores de esquizofrenia sentem, muita gente pode sentir, e não ter a patologia, tudo depende do grau e do prejuízo que os sintomas causam à pessoa. Se sentir observado, por exemplo, pode ser uma simples cisma, passando para a neurose e, se não for tratada, pode virar uma psicose. É preciso fazer uma análise bem profunda para se chegar à conclusão se precisa ou não de ajuda médica. Abraços

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  7. eu tenho que tomar outro remédio associado ao citalo para a depressão porque o citalo não faz tanto efeito e bomba meu sono, parece que tenho outra vida à noite. Aí me deram a quetiapina 25mg (na embalagem diz que para esquizo se dá até 600!). Me bombou, ajudou MUITO no sono, mas, imagina, tendo aulas pela manhã, eu só acordava quase 08h (hora da aula). E passava podre o dia todo, podia dormir o dia inteiro e teria sono para mais dias.... chegou época de prova e tive que parar com ela (Sem falar com o psiquiatra), fiquei umas 3 semanas sem, ajudou a não ficar com sono, mas, nos outros aspectos (sono, principalmente) foi um INFERNO. Tive crises que não tinha há tempos. Agora ele mudou, me deu um novo que o preço é os olhos da cara, Valdoxan, acho que é novo (e só pra depressivo e bipolar). Não dá tanto sono, é melhor, mas sei lá, eu fico sem interesse o dia todo. Não sei se esquizofrenia é pior que depressão ou vice-versa. Não posso nem falar para a família porque depressão é doença de vagabundo (e esquizo de maluco psicopata né)... e se souber, ninguém te respeita. Ninguém faz filminho de deprimido (como fazem de quem tem câncer, p.ex.), ninguém entende que vc quase se jogou de um prédio no dia anterior e nao tem o mínimo estímulo para trabalhar, enfim... vc é obrigado a "ser normal" mesmo estando um lixo por dentro. Pior é que nem direito a suicídio a gente tem...

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    1. Olá, obrigado pela visita ao blog. Eu também me assusto quando os psiquiatras falam a dose limite para os portadores de esquizofrenia. Com 25mg de quetiapina eu demorava para curar de uma ressaca, imagine com 600mg? Sossega leão? Deve ser... Respeito quem tem câncer e outras doenças físicas, mas os transtornos mentais, além de serem quase que incapacitantes na maioria dos casos, ainda carrega estes estigmas que você acabou de citar. Mas continue na luta, que com o tempo irão descobrir alternativas melhores. Abraços

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