terça-feira, 17 de outubro de 2017

Como abaixar os triglicerídeos de 653mg para 145mg em cinco meses!!!

   
    24/02/2017   Lá estava eu, as seis e meia da manhã na fila do posto de saúde do bairro para fazer a coleta de sangue para descobrir a quantas andam as gorduras no meu sangue. Já sabia que as taxas não seriam das mais baixas, devido ao meu sedentarismo provocado pelo meu hálux rigidus (o dedão do pé detonado). Ultimamente a única coisa que andava rígida em mim era o dedão do pé mesmo, já o resto prefiro nem comentar...
    E, aliando-se ao meu sedentarismo, a comilança desenfreada de chocolate, torta de chocolate, sorvete de chocolate, pudim e outras besteiradas mais. Se tivesse exame para detectar a taxa de chocolate no sangue... Já fiquei um mês sem comer chocolate, quando estava internado em uma clínica de recuperação. Naquele local haviam pessoas tentando se livrar do vício das drogas, do álcool, e eu do vício do chocolate. 
     Estava mais cansado do que de costume naquela manhã e quase dormi na fila. Depois de quase três horas saí do posto de saúde e em uma semana o resultado saiu e não poderia ter sido outro: 653mg de triglicerídeos e o colesterol também estava bem alto.
    A tristeza (não vou mencionar o termo depressão..) por não poder fazer o que mais gosto na minha vida me empurrava cada vez mais para o empanturramento descontrolado. Andar para mim é sagrado, o direito de ir e vir está entre os primeiros da minha lista. É só ver o relato de minhas andanças pelo nosso Brasil. Andar pela estrada real é um cansaço gostoso, um perrengue muito mais do que desejado e que pretendo volta a fazer ano que vem, caso meu pé tenha o problema solucionado.
    Então, a partir daquele dia me dei mais essa missão: abaixar os triglicerídeos para o nível normal e tentar terminar os outros dois caminhos da estrada real. Esse objetivo foi traçado obviamente também para melhorar a minha qualidade de vida. 
    Então diminui os doces, as massas, comecei bem de leve a fazer alguns exercícios físicos e passei a tomar três cápsulas de 1000mg de ômega 3 por dia. É uma gordura que pode vir de várias fontes: peixes de águas geladas, linhaça e outros mais. Mas, nessa quantidade, teria que comer quase uma dezena de salmão por dia. Então, a solução foi tomar o ômega 3 em cápsulas mesmo.  Quem acompanha o blog sabe o quanto aprecio esse tipo de gordura, faz bem a saúde física e mental. 
    Passei a consumir ovo cozido, já que meio que recentemente ele foi absolvido pela comunidade médica e não aumenta mais o colesterol. Quando era criança tinha medo de comer ovo, pois todo mundo afirmava que a gema dele continha colesterol para mais de dois dias!!!

    Aos poucos, fui emagrecendo e voltando ao meu peso normal. Comecei a ficar mais ágil, a andar com mais facilidade, e a raciocinar melhor também. Passei até a publicar mais postagens com menor intervalo de tempo, apesar da falta de assunto. 
    Com a ajuda de leitores do blog, consegui comprar um tênis super macio, o que ajudou ainda mais na minha parcial recuperação. Fico andando meio capengando, só a cirurgia para aliviar a dor do meu dedão do pé esquerdo. Mas com esse tênis a dor é bem controlada e dá para ir levando, sem ter aquela vontade enorme de falar um palavrão, pois é o que me dá na cabeça quando sinto dor. Que me desculpem os puritanos, mas falar um "bom palavrão" na hora da lesão alivia e muito a dor.
dedão do pé detonado..
     E passei até a jogar um futebolzinho de leve, que para mim também faz um efeito devastador na tristeza. O stress e os pensamentos negativos vão  embora juntamente com o suor. Passei até a treinar para o campeonato de futebol que é realizado todo ano entre todos os centros de convivência aqui de Belo Horizonte. Não é para contar vantagem, mas meu time foi campeão invicto  e  fui o artilheiro da competição. Improvisei um tênis cheio de borracha macia como solado para poder correr meio de lado sem detonar muito o tornozelo e outras articulações. O tênis me fazia chutar meio esquisito, não dava para pegar por debaixo da bola, o jeito então foi fazer gol de bicudo mesmo. 
peguei um tênis velho e colei um solado de borracha para não doer o dedão

   O campeonato é disputado todo ano na primavera entre todos os usuários do serviço de saúde mental da capital mineira. Haviam alguns jogadores lentos nos times, devido a medicação. Mas outros eram bem mais jovens do que eu e não pareciam estar sob o efeito dos antipsicóticos, principalmente o time que enfrentamos na final do campeonato. Foi muito difícil, pois na final e na semifinal eu estava também sob o efeito de medicamentos, havia tomado na noite anterior a clorpromazina e o fenergan, pois não estava conseguindo dormir. Passei boa parte da noite imaginando como seria o jogo da final. Me via marcando gols, roubando a bola, dando passes. Se continuasse daquele jeito, iria acordar mais cansado do que se estivesse correndo a maratona da lagoa da pampulha.  
   E o jogo da final foi complicado. Em cinco minutos já estávamos perdendo de 2x0. Fui tentar enfeitar e acabei dando a bola pro adversário fazer o segundo gol. Mas não sei como mantive a calma, mas também estava sentindo que iríamos levar uma goleada. De repente, em um lance meio despretencioso, me deram um passe um pouco a frente do meu alcance, e eu, sem titubear escorreguei pela quadra de cimento e dei um carrinho na bola para diminuir o placar. 
   Era o que precisávamos para readquirir a confiança. Não comemorei o gol e já fui logo para a barreira para impedir o chute do time adversário no meio de campo. O jogo foi mudando de figura e passamos a tocar melhor a bola. Ficamos mais calmos e numa boa tabela deixei o atacante na cara do gol: 2x2. E fim de primeiro tempo.
    Estava muito cansado, queria tomar uma ducha para relaxar a musculatura, mas o banheiro estava fechado. A clorpromazina deixa meus músculos endurecidos e também estava com um torcicolo brabo, que me impedia de jogar normalmente. Estava à beira de um colapso físico, mas disfarcei da melhor maneira possível, para não ser substituído pelo treinador. É, no campeonato a coisa fica séria, todos os times tem o seu técnico e tudo mais. 
   Segundo tempo e fomos logo virando o placar: sinceramente não me lembro como foi o o gol. Foi de um cara magrinho mas que sabia tocar a bola, só não tinha força física. Comemorei mais o gol dele do que os que eu fiz em todo o campeonato. Mas a alegria durou pouco. O goleiro do time adversário lançou a bola para o campo adversário e de cabeça, o atacante deles fez um gol em nosso goleiro que estava um pouco adiantado. E, também por causa das dores não fiz uma pressão no atacante, que teve tempo e espaço para pensar onde iria cabecear a bola.
    Mas estava concentrado e determinado. Já estou com 49 anos de idade e sabia que seria um dos últimos campeonatos de minha vida. Não perdi a calma e fui jogar mais atrás, na defesa, pois minhas pernas não mais obedeciam aos meus comandos. É, não deveria ter tomado a clorpromazina...
    Nosso time continuou jogando bem e, faltando cinco minutos para terminar a partida, o zagueiro do time adversário cometeu uma falta em nosso atacante. Na cobrança, tocaram a bola para mim, que estava no meio de campo. Chutei sem muita força, mas bem colocado no canto direito do goleiro. Mas, antes da bola entrar o nosso outro jogador entrou e fez o gol da vitória e do titulo.  Não importa o autor, o importante é que conseguimos a vitória e tirarmos a hegemonia de vários anos do centro de convivência do Barreiro, um bairro aqui de Beuzonte. Nos minutos finais só seguramos o placar, e caí duas vezes por desgaste muscular. No apito final desabei e nem consegui dar  a volta olímpica. Mas a verdade é que quem me incentivou a jogar bola foram meus companheiros de time. Eles estavam treinando para o campeonato em uma quadra não muito boa, com o piso áspero, e, para piorar, ela não é coberta. E o treinamento era uma e meia da tarde. Vê-los treinando naquelas condições me encheu de vontade também de participar, apesar do problema no pé. Então, nada mais justo do que deixá-los darem a volta olímpica, dei o meu máximo para a conquista do título, mas eles fizeram algo muito mais valioso por mim, que é de não desistir da luta, apesar das condições adversas. 
    Mas o mais importante nesse campeonato foi a participação de todos os jogadores, que fizeram um jogo limpo em todas as partidas e não houve nenhuma briga ou confusão, ao contrário de outros jogos que vemos por aí...
   Mas voltando a minha taxa de triglicerídeos, ai está ela, depois de cinco meses de ômega 3, exercícios físicos e uma maneirada nas guloseimas: 145mg. 
    A psiquiatra não queria me passar um segundo exame, quando relatei que tive uma melhora. Ela só iria me passar o exame caso tomasse o medicamento prescrito por ela. Mas eu recusei, e apesar dela não ter me incentivado, parti para esse tratamento alternativo que indico para todos. Além de baixar os triglicerídeos, me deixou melhor fisicamente e mentalmente. Essa psiquiatra até que me ouve, mas com muito esforço. Mas não adianta só ouvir, é preciso relevar e levar em consideração o que o paciente tem a dizer. Acredito que no SUS a maioria dos profissionais sejam assim. Claro que tem exceções, e gostaria muito de agradecer os profissionais da saúde mental que me ajudaram nessa minha caminhada. Em São Paulo fui muito bem atendido pela rede de saúde mental nos CAPS e sempre fui muito bem recebido na PROESQ, quando ia lá para conversar com o pessoal e ficar usando a internet do local.
    Acho que só fui uma vez em um médico particular. Deveria ter uns seis anos no máximo. O consultório era muito confortável. A minha avó estava preocupada com o tamanho do meu bilauzinho e me levou neste local Me lembro que a médica pediu para me deitar em uma maca, ficou mexendo no meu brinquedinho até ele dar sinal de vida e disse que estava tudo bem, que era da idade mesmo. Mas será que o que ela estava pensando era isso mesmo? 
      Na minha humilde opinião, o médico tem a função também de aconselhar os seus pacientes, e não de apenas um mero "preenchedor" de receitas... Pelo menos é isso o que sinto na maioria das minhas consultas pelo SUS... 
    Abaixo as medalhas que ganhei com o time campeão e a artilharia do campeonato. Mas o mais importante é não perdemos para nós mesmos no jogo da vida... 
não é de ouro, mas essas medalhas  para mim valem muito mais....
o antes e o depois, sem medicamentos...

uma caixa de bombom para comemorar a baixa dos triglicerídeos por que não sou de ferro...

5 comentários:

  1. Muito bem. Rsrs, vc detonou uma caixa de chocolate rsrs. Parabéns jogador pela garra. Estou sempre acompanhando. Júlio ganhei muito peso, tenho dormido pouco e sentido um cansaço. Vontade de largar tudo. Desculpe pelo desabafo. Mas acredito que só quem tem um transtorno me entende.

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    1. Obrigado
      Antes conseguia comer uma caixa de bombom na época em que ela vinha com 500gr de bombom. Hoje o metabolismo está mais lento, e devido à crise as caixas de bombom diminuíram para 250gr. Mas acho que ainda consigo comer meio quilo, mas estou conseguindo maneirar um pouco.
      Para ajudar a dormir bem seria uma boa olhar se tem ocupado o dia com tarefas que lhe agradem mas que te deixem no fim do dia com vontade de dormir.
      Aqui uso a programação da tv aberta na hora de dormir. Funciona que é uma beleza, dá um sono danada. É só programar a tv para desligar em uma hora ou uma hora e meia.

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  2. Eu entrei na dieta low carb e diminuí os triglicerídeos

    Prefiro linhaça do que estas cápsulas,o omega 3 delas oxidam com o tempo,linhaça batida no liquidificador é omega 3 sempre fresco...tomo 3 colheres batidas na água todo dia...acredito que seja mais barato também...abraços

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    1. Olá
      A linhaça é um ótimo alimento, o problema é que a quantidade de ômega 3 dificilmente é conseguida através dos alimentos, então a solução são as cápsulas concentradas mesmo.

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  3. bacana a historia, e sua melhora tambem... parabens pelos dois...

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