No último dia 17, quando fui pegar o resultado do hemograma, vi uma enorme fila no posto de saúde. No início dela havia uma mulher aplicando uma vacina nas pessoas. Como bom hipocondríaco que sou, não pensei duas vezes e entrei na fila.
Quando chegou a minha vez a "vacinadora" me fez uma série de perguntas:
- Quantos anos você tem?
- Trabalha na área de saúde?
- Tem alguma comorbidade?
Como não preenchi nenhum dos requisitos básicos, não consegui tomar a vacina, apesar de fazer cara de pidão para a vacinadora...
A vacina em questão é para a gripe, e o público alvo são os idosos, crianças, trabalhadores da área de saúde, população indígena, etc. Mas deveria ter uma cota para os hipocondríacos, pois sempre sobra muito desse tipo de vacina, por que muitas pessoas que fazem parte do público alvo tem uma certa rejeição, por preconceito e falta de informação... Pensam principalmente que irão ter uma reação alérgica grave, ou que poderão ficar doentes, pois a vacina nada mais é do que os próprios vírus enfraquecidos e detonados, que estimulam o organismo a produzirem as defesas.
Sai do posto meio frustrado, pois não quero e nem posso pensar em ficar doente. Quem tem família, até que a dor é amenizada quando uma forte gripe aparece. Sopinha na cama, ficar o dia inteiro na cama assistindo televisão, suquinho, etc. E a mamãe medindo a temperatura corporal...
Eu tenho que me virar, quando fico doente é complicado. Me lembro que, quando ainda estava nas minhas andanças, cheguei a pegar uma forte dengue. Estava em Belo Horizonte, morando por ai na minha barraca de camping. A cabeça começou a doer muito, as articulações também, enfim tudo doía. Fora a moleza, a lesmeira geral que tomou conta do meu corpo. A mochila parecia estar pesando mais de 150kG! O jeito foi pegar um pedaço de papelão, me deitar na calçada e pegar a minha manta para me cobrir, pois também estava com febre e calafrios.
Fiquei um bom tempo pensando no que fazer. Era sábado, os postos de saúde estavam fechados e teria que ir em uma UPA ou então em um hospital qualquer. Mas não iria conseguir andar muito com a mochila e com a moleza que estava sentindo. O jeito foi me deitar e descansar.
De repente uma ideia surgiu do nada em minha cabeça: O SAMU! Liguei então para o 132 e, a princípio os caras não queriam me ajudar, alegando que o serviço era somente para emergências. Expliquei então melhor a situação e, após uma hora, eles chegaram. Foi a salvação, não iria conseguir chegar à lugar nenhum naquele estado e com a mochila nas costas.
Fui levado para uma UPA que não conhecia, por volta de uma hora da tarde. Nos corredores, muita gente passando mal: uma senhora de idade vomitando à todo instante, uma linda loira deitada em uma maca com aquela cara de quem não está muito bem e que recusou o jantar. Havia também um senhor de idade reclamando que estava há dois dias naquele lugar e que não era liberado. Enfim, um caos, dos cinco médicos que eram parar estar no plantão, apenas dois estavam trabalhando...
Dei um piti quando uma mulher bem vestida aparentando estar bem foi atendida na minha frente. Parecia que ia para uma festa. Ai comecei a reclamar, disse que a prioridade era para quem estivesse com dengue e comecei a dar uma de chato, pois notei que quem fica muito quietinho nestas situações é atendido por último. Cheguei a pegar algumas folhas no balcão para ver se o meu nome estava constando, só para pressionar mesmo e para que elas quisessem se verem livres da minha persona no grata. Até que deu resultado, fui atendido por volta das dez horas da noite, e, depois de tomar o soro e o paracetamol já estava me sentindo bem melhor...
O hemograma
e a luta continua... |
Conheço bem o meu organismo. No sedentarismo que me encontro, e com a comilança desenfreada de besteiras, já estava prevendo que os meus triglicerídeos estariam altos, algo em torno dos 400mg. E quase acertei, quando abri o resultado constatei que sou bom nessas coisas, pois o meu sangue está com 490mg dessa gordura indesejada. O restante está em ordem, todos aqueles numerozinhos estão dentro dos valores limítrofes: os monócitos, os basófilos, os neutrófilos, etc...
Nem vou me consultar com o médico, pois sei que ele irá me receitar a sinvastatina. Os médicos deveriam, além de dar a medicação, conselhos para evitar que o problema ocorra. Não quero detonar o meu fígado, e vou fazer alguns cortes no meu orçamento (que nem a dilma) para voltar a tomar o ômega 3. Com essa gordura do bem, já consegui abaixar uma vez os níveis de triglicerídeos de 580mg para 270mg! Claro que também passei a fazer exercícios físicos e dei uma maneirada na comilança desenfreada de besteiras...
Passei a me sentir muito mais disposto, mais ágil e com o raciocínio mais rápido. O sangue sem as gorduras do mal fica mais leve, e flui com mais facilidade, exigindo menos esforço do coração para bombeá-lo para todo o nosso organismo. Até "naquilo" o ômega 3 ajuda, pois as artérias começam a ficar mais liberadas e ai o sangue flui com mais facilidade e melhorou a minha disposição nesta área.
Enziplus
Ganhei uma mini geladeira para carro. Aqui onde moro tem uma "geladeira comunitária", mas um cara praticamente assassinou a coitada que fica na cozinha. Um indivíduo meteu a faca na geladeira, por que a carne congelada estava presa no gelo. Só que ele errou alguns golpes, ferindo gravemente a coitada da geladeira, e o seu gás acabou escapando pelas perfurações e agora não funciona mais.
A dona do imóvel nem quis saber, queria que todo mundo pagasse o conserto da geladeira, que fizéssemos uma vaquinha para pagar o técnico, sendo que o orçamento ficou em 240 reais e cada um teria que desembolsar 50 reais para ter a geladeira funcionando novamente.
Claro que não aceitei a proposta. Quando a proprietária me propôs a vaquinha, fiquei calado, pois ela sabia quem foi o assassino da geladeira, pois eu não faço comida, a não ser ovo cozido e miojo. Creio que ela entendeu o meu silêncio, fiquei calado para evitar polêmica. Não posso pagar pelo erro dos outros, ainda mais um erro grosseiro desses. O cara mete a faca na coitada e eu tenho que pagar o conserto? Quando ela estragou, nem tinha ideia do que estava acontecendo, só vi que estava fazendo um barulho estranho e que havia deixado de gelar. Para mim, ela estava fazendo o degelo automático, não tenho muita experiência em geladeiras, pois sempre tive frigobar mesmo.
A mini geladeira que ganhei é ótima, da marca Black & Decker. Pensava que ela só conseguiria no máximo manter a temperatura do que fosse colocado nela. Ou seja, para conseguir uma água gelada, teria que colocar em uma geladeira para depois colocar na mini geladeira. O cara que me passou essa mini geladeira disse que ela estava com um mau contato. Então refiz todas as soldas e fui atrás de uma fonte de 12V. Como a grana estava curta, corri atrás e postei em alguns grupos do facebook que estava precisando de uma fonte. Não demorou dois dias e um cara gente boa me disse que poderia pegar uma em seu local de trabalho!
No dia seguinte fui buscar a fonte e, quando cheguei em casa logo a liguei na mini geladeira que, para a minha felicidade, começou a funcionar perfeitamente. E ela não só mantem a temperatura dos produtos, ela chega a gelar também, a água ficou bem geladinha depois de uma hora. Existem muitas pessoas boas no mundo, e creio que sejam a maioria. Acho que o mundo ainda não está no seu final, o bem sempre vai prevalecer contra o mal.
Agora estou podendo tomar o enziplus, que é um ótimo produto natural, já citei aqui no blog umas três vezes. Estou me sentindo mais disposto fisicamente e, consequentemente, psicologicamente também. A digestão está melhor, parece que o aparelho digestivo volta a funcionar como éramos mais jovens. E com isso tudo fica melhor. Parece que todos os órgãos funcionam melhor também, não sei explicar qual tipo de mágica que esse produto causa em nosso organismo. Só tomando para saber. Gostaria de deixar bem claro que não trabalho para o fabricante do produto, mas só estou compartilhando algo que me fez e me faz muito bem.
Também vou voltar a tomar o cloreto de magnésio. Ele me deixou menos ansioso, me ajudou a dormir melhor e até estava começando a melhorar o meu dedão machucado. O cloreto de magnésio é ótimo para as articulações. Comecei a tomar também o colágeno também, para melhorar de uma vez esse dedão. O colágeno também é bom para as articulações. O médico mandou que eu colocasse o pé debaixo do chuveiro na água morna que o problema seria resolvido. Isso foi à sete meses atrás...
Depois ainda temos que ouvir que não podemos nos automedicar e que não devemos procurar os farmacêuticos... Mas como se nem somos atendidos nos postos de saúde? E, quando somos, não temos um bom atendimento?
Também vou voltar a tomar o cloreto de magnésio. Ele me deixou menos ansioso, me ajudou a dormir melhor e até estava começando a melhorar o meu dedão machucado. O cloreto de magnésio é ótimo para as articulações. Comecei a tomar também o colágeno também, para melhorar de uma vez esse dedão. O colágeno também é bom para as articulações. O médico mandou que eu colocasse o pé debaixo do chuveiro na água morna que o problema seria resolvido. Isso foi à sete meses atrás...
Depois ainda temos que ouvir que não podemos nos automedicar e que não devemos procurar os farmacêuticos... Mas como se nem somos atendidos nos postos de saúde? E, quando somos, não temos um bom atendimento?
No último post estava muito mal, nem tive ânimo para escrever qualquer coisa no caderno para postar no blog. Apenas abri o blog e digitei aquelas palavras que apareceram em minha mente naquele momento. Acho que foi a primeira vez que postei quando não estava me sentindo bem, talvez seja por isso que muitas pessoas pensam que resolvi o problema da esquizofrenia em minha vida.
A questão do tédio é um ciclo vicioso. Estamos desanimados fisicamente para tentar sair da rotina, e então o tédio aparece e nos deixa mais desanimados ainda. E o contrário também acontece. Estamos entediados, não achamos graça em nada, não procuramos nos exercitar, ocupar a mente, e ai começamos a sentir isso na parte física. Temos que estar bem fisicamente e termos a vontade de realizar certas coisas para sair desta situação.
Central de Downloads do Esquizo
Esta semana estou disponibilizando na CDE o livro "Reflexões de um Esquizofrênico" de Fraklin Mano. De início, pensei que se tratava de um relato de um portador de esquizofrenia, a sua relação com o transtorno, os perrengues, etc. Mas, como o próprio título sugere, o que está no livro são as reflexões de um portador de esquizofrenia sobre vários temas, e não sobre esquizofrenia. Achei muito interessante, ainda não o li por completo, mas vale a pena ler. Abaixo algumas de suas reflexões, em relação ao nosso país:
Os brasileiros levam a corrupção a sério
O Brasil é país onde a população mais leva a corrupção a sério, pois vão até as últimas consequências para legalizá-la e concretizá-la através do voto.
Ficção Brasil
É complexo sobreviver em um país onde frequentemente as agências dos correios e bancos entram em greve e a saúde, educação, segurança e transporte públicos não passam de ficção.
Subserviência hereditária
A escravidão acabou, mas a subserviência no Brasil é hereditária.
Indultos aos presidiários
Preso é preso e pronto. Depois de cumprir toda sua pena pode comemorar quantas datas quiser, antes disso, o Estado ao dar indultos, é cúmplice da reincidência.
Como a maioria deve saber, para acessar a Central de Downloads do Esquizo basta clicar na imagem ao lado direito superior da página.
Inclusão de pessoas com deficiência psicossocial no mercado de trabalho
Outro dia, nas minhas andanças pelos grupos do facebook, me deparei com um post com o título parecido com o que estou postando agora.
Antes de tudo, o que é uma pessoa com deficiência psicossocial? É a mesma coisa que uma pessoa que tem um transtorno mental?
Quem tem um transtorno mental e já passou pelo pior, e que se encontra estabilizado, porém com algumas sequelas, pode ser chamado de deficiente psicossocial. As sequelas podem ser o isolamento, a desconfiança, e outros pensamentos e comportamentos. Ou seja, o indivíduo tem alguns resquícios do transtorno, mas já não tem crises e surtos, ou seja, tem algumas condições de ingressar no mercado de trabalho.
Então foi regulamentada uma lei que equipara os portadores de diversos transtornos mentais aos deficientes com o intuito de terem acessos aos mesmos benefícios no mercado de trabalho. Uma empresa com mais de cem funcionários tem a obrigação de ter um certo número de empregados com deficiência. Então a partir da data em que a lei foi regulamentada, portadores de vários transtornos mentais podem tentar voltar a trabalhar: portadores de esquizofrenia, depressão, síndrome do pânico, síndrome de asperger, autismo, paranoia, síndrome de Rett, dentre outros.
No meu caso em particular, sou sincero. Sempre trabalhei como operador de som, e gostava do que fazia. Não importando se trabalhasse principalmente nos finais de semana e feriados, pois aquilo era também uma diversão para mim. Gostava de festas, música, shows ao ar livre. Me sentia útil fazendo parte da festa, mesmo não aparecendo. Operador de som é igual juiz de futebol, se não aparecer para a galera, é sinal de que o serviço está sendo bem feito. Mas, a partir do momento em que a esquizofrenia apareceu em minha vida, tudo mudou. O contato com as pessoas passou a ser um stress para mim, sem contar que não suporto mais som alto. Até tentei voltar a fazer alguns bicos, fazendo serviços simples. Mas o problema não era a quantidade de canais e microfones utilizados, e sim a quantidade de pessoas que compareciam ao evento. Me lembro que fiquei muito mal ao fazer um pequeno serviço (voz e violão) em uma reunião. Mas o salão estava lotado, e o som me incomodava muito, hoje em dia não tenho muita referência se o som de um show está bom ou não. Qualquer som, principalmente os agudos, me irritam e muito, parecem que entram para dentro de minha mente. Me lembro que neste dia que fiz o serviço comi uns trinta pedaços de bolo e pão de queijo, para me acalmar, pois havia muitas pessoas naquele evento.
Me lembro também que fiz uma festa de aniversário e comi uns cinquenta doces de chocolate. Não era brigadeiro não, festa de rico não tem brigadeiro, beijinho etc. Tem outros doces com nomes mais sofisticados, mas no final é tudo a mesma coisa, chocolate, leite condensado, etc. E a tensão foi tão grande que comi os doces antes do jantar. Ninguém estava pegando os doces na mesa, só eu mesmo, que tentava disfarçar, passando toda hora perto da mesa e pegando um doce, mas uma mulher ficava lá para vigiar, mas não dizia nada. Só depois de ficar empazinado é que me acalmei...
Vi que não compensava passar por estas situações, e que poderia voltar a ficar mal novamente. Mesmo ganhando um salário mínimo, resolvi que o melhor a ser feito era parar com a carreira de operador de som, evitando assim o stress, que é um dos principais desencadeadores de um surto psicótico.
Não pensem que eu gosto de vida boa, ficar o dia inteiro no pc e na tv. Queria fazer algo, ganhar um salário hoje em dia não está dando para fazer muita coisa. Mas não sei o que fazer, existe algum serviço que se possa fazer sem que eu tenha que entrar em contato com muitas pessoas? Serviço pesado já não aguento mais, já estou quase na casa dos 50...
Quem se interessou pela chance de voltar ao mercado de trabalho, abaixo estão os links que achei mais interessantes sobre esta nova lei:
http://oab-rj.jusbrasil.com.br/noticias/2748813/artigo-deficiencia-psicossocial-romeu-kazumi-sassaki
O INSS também conta com um apoio a quem pensa em retornar ao mercado de trabalho, depois de ser aposentado por invalidez. Eu não penso em fazer isso, pois sinceramente não sei em que posso trabalhar. Não creio que um simples medicamento vai resolver todos os meus problemas e paranoias sem me detonar fisicamente. E moro sozinho, se eu tiver uma recaída não quero passar por tudo o que já passei, morando nas ruas. Já cheguei a ficar três dias em um asilo quando surtei no trabalho. Já cheguei a ficar praticamente um ano em um albergue, onde aparecia todo tipo de pessoas: as com boas intenções e os que não tinham intenções e os que tinham más intenções, os que tinham acabado de sair da penitenciária, e por ai vai. Não é comodismo, é uma situação complicada em que não consegui encontrar uma solução ainda...
Não esqueçam de votar na enquete sobre este assunto, no lado superior direito da página. Também tem outras enquetes para serem votadas, gostaria de saber a sua opinião sobre os assuntos postados no blog. Obrigado pela participação e pela visita de todos.
Os trabalhos do vencedor do Nobel de 1994 e sua luta contra a esquizofrenia foram retratados pelo personagem estrelado por Russel Crowe no premiado filme de 2001. O ator, inclusive, disse estar chocado com a morte do casal e manifestou solidariedade às suas famílias.
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Luto
O matemático norte-americano retratado no filme “Uma mente brilhante”, John Nash, faleceu na tarde deste sábado (23) em um acidente de carro.
Segundo relatos, Nash, que tinha 86 anos, havia acabado de retornar da Noruega com sua esposa Alicia, 82, quando o táxi em que estavam se acidentou em uma rodovia de Nova Jersey. Os dois faleceram antes mesmo de chegar ao hospital. O motorista do táxi e o motorista do outro carro ficaram feridos.Os trabalhos do vencedor do Nobel de 1994 e sua luta contra a esquizofrenia foram retratados pelo personagem estrelado por Russel Crowe no premiado filme de 2001. O ator, inclusive, disse estar chocado com a morte do casal e manifestou solidariedade às suas famílias.