Antes de fazer alguns agradecimentos nesta postagem chamada gratidão, tenho que explicar o motivo pelo qual estou fazendo estes agradecimentos.
Novembro de 2014, ainda estava nas minhas andanças, ora morando na minha barraquinha de camping, ora dando um tempo em um abrigo qualquer.
Foi em uma dessas paradas para recuperar as energias e descansar minhas canelas é que tive um acidente, que, se não foi fatal, mas me deixou profundamente triste: estava caminhando por um parque ecológico, quando, de repente, bati a "tampa do dedão" na raiz de uma grande árvore. Doeu um bocado, mas não fiquei muito preocupado naquele momento, achando que iria melhorar como das várias outras vezes que me machuquei jogando futebol ou andando por ai nas trilhas da estrada real. Sempre achei o tempo o melhor remédio para as feridas, tanto físicas como emocionais (hoje "tô inspirado!!!).
Desde pequeno fui sempre de andar muito e praticar esportes. Me lembro muito bem que passava o dia inteiro jogando bola na rua, no bairro Prado, aqui em Belo Horizonte. Naquela época não havia tanto trânsito naquela região, e pouco se falava em assaltos e bandidos, a não ser nos filmes de Hollywod. Nos finais de semana e durante as férias, a turma do bairro ia até o colégio Loyola para jogar bola em um dos vários campinhos de terra que havia por lá. Disse "havia" mesmo sem ter certeza, pois provavelmente já devem ter construído algo naquele enorme espaço no lugar dos campinhos, pois, além do fato da diminuição das áreas de lazer nos grandes centros ser uma realidade, a garotada hoje em dia só quer saber de estar "conectada" mesmo nas redes sociais, só jogando futebol nos vídeos games. Com certeza os estudantes do Loyola na hora do recreio hoje em dia estão mexendo nos seus smartphones e tablets, ao invés de estarem correndo atrás de uma pelota e gastando suas energias.
Me lembro muito bem daquela época. Depois de quase duas horas jogando bola, ainda voltávamos a pé para casa, que ficava distante cerca de 2km do colégio. Às vezes pedíamos carona na Avenida do Contorno, o que era conseguido rapidamente e sem complicações naquele época.
Já de noite, brincávamos de queimada, war, banco imobiliário, e esconde esconde. Mas a área do esconde esconde não se limitava à algumas dezenas de metros, era permitido se esconder no quarteirão inteiro! Entrávamos nos edifícios, subíamos nos telhados das casas, escondíamos nos jardins das residências que ainda não tinham muros na entrada.
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durante quase dois anos essa foi a minha humilde residência |
E assim fui crescendo, sempre jogando o meu futebolzinho para tirar o stress do dia a dia. Mas a idade foi chegando e notei que, a partir dos 40 anos, a galera da pelada onde frequentava na cidade de Ipatinga passou a me apelidar de "o goleirão", pois, a partir daquela fase de minha vida começaram sempre a me escalar para atuar debaixo das traves. Até que gostava, me considero um bom goleiro. É uma sensação boa voar até a bola, evitar um provável gol e ver a cara de raiva dos atacantes quando praticava uma boa defesa. Mas, convenhamos que, correr, suar e fazer um gol é muito melhor e mais saudável também. E fora que ainda tinha que ouvir a galera zoando quando tomava um frango. Os caras faziam gracinha querendo driblar todo mundo, perdiam a bola e eu ainda tinha que me esfolar todo no campinho de terra para evitar o gol do adversário. Aquela pelada era tradicional em Ipatinga, muito concorrida, às vezes chegava a ter três ou quatro times de "fora". ('time de fora" na pelada são os ruins de bola, os mais velhos, os que sobraram na hora de escolher os times no par ou impar. Geralmente cada partida dura dez minutos, a não ser que um time faça dois gols primeiro).
É jogando futebol que consigo esquecer quase que totalmente as minhas paranoias. Às vezes pinta sim uma mania de perseguição, pensando que todos estão olhando para mim, mesmo que a pelota não esteja nos meus pés. Também assistindo um bom filme consigo um pouco fugir da realidade desse mundo em que vivemos.
Infelizmente é um pouco difícil encontrar uma galera na faixa dos 45 aos 50 anos para jogar um futebolzinho, e então me arrisco a jogar com a garotada mesmo. E aí alguns caras ficam dando uma de "Neymar" para cima de mim, fazendo gracinhas, dando pedaladas, etc... Ai haja paciência e fôlego para ficar correndo atrás dessa galera, confesso que de vez em quando dou umas entradas meio fortes, só para avisar que não estou para brincadeira, mas não é nada sério, é só um "chega pra lá mesmo". Mas, modéstia à parte, se eu jogar com caras da minha idade, ainda "mato a pau", isso se antes me deixarem pegar um ritmo de "pelada", pois quando fico muito tempo sem correr tudo fica enferrujado,
Então, a solução que encontrei para tirar o stress do dia a dia foi correr sozinho mesmo, apesar dessa prática ser um pouco monótona na minha opinião. Correr e andar é uma necessidade para mim, não somente para aliviar o stress provocado pelas minhas paranoias como também para ajudar o organismo a produzir a tal da
"endorfina" e outras "inas" mais....
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a topada na árvore causou a redução dos espaços interfalangeanos... |
Bem, voltando ao problema que tive no dedão do pé esquerdo, pensei que se tratasse de mais uma das inúmeras lesões que tive ao longo de minha vida que melhoraram com um pouco de gelo e com o passar do tempo. Mas não, a cada dia que se passa, parece que a dor ao caminhar aumenta mais, pois o local é onde apoiamos o nosso corpo ao caminhar, principalmente nas subidas. A sensação que tenho é que tem um osso encostando em um outro osso...
Na minha primeira ida ao posto de saúde por conta dessa lesão, o médico, "super atencioso" nem olhou para o meu pé e apenas recomendou passar água morna no local. Talvez seja aquela água milagrosa que cura os jogadores profissionais: quando o time está ganhando, os caras caem em campo, fazem cara feia, rolam de um lado para outro, esperam a maca chegar para serem retirados do campo. Ai o médico joga uma água na canela deles e num passe de mágica estão de pé pedindo autorização ao juiz para entrar em campo novamente. O médico do posto de saúde só não me avisou em qual farmácia posso comprar dessa água milagrosa.
Confesso que naquele momento deu uma vontade enorme de falar algumas coisas para aquele "doutor", que ficou apenas escrevendo algo em uma folha que estava sobre sua mesa. Mas consegui me conter. Com o passar do tempo a dor foi só aumentando e então tive que desistir das minhas andanças e cancelar o meu objetivo de conhecer o centro oeste e o norte do Brasil. Se já não é nada fácil andar com uma mochila de 11kg nas costas em boas condições, imagine com o pé machucado. A verdade é que a mochila durante esses dois anos se transformou em parte do meu corpo, era como se tivesse engordado 11kg de uma hora para outra. Até dava uma sensação esquisita de alívio quando dava para caminhar sem a mochila.
Com endereço fixo, procurei outro posto de saúde e tive um outro tipo de atendimento, como podem verificar na carteira nacional de saúde que recebi quando era um "caminhante" e a que recebi quando estava com um endereço fixo.... Claro que o médico também foi muito legal comigo, além de me ouvir, mostrou realmente que trabalha com vontade e seriedade. Não sou só de criticar, existem sim bons profissionais no sus, que não se aproveitam da condição de funcionário público...
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acima, o cartão que recebi quando era um "caminhante"
abaixo, o cartão que recebi quando passei a ter um endereço fixo |
Foi solicitado então um raio x, que demorou cerca de seis meses para sair. Foi constatado que houve uma redução dos espaços interfalangeanos do dedão do pé esquerdo. Então, mais uns seis meses tive que esperar para ser atendido pelo ortopedista, que me receitou um medicamento e algumas sessões de fisioterapia. Ou seja, da contusão até o início da fisioterapia passaram-se cerca de um ano e seis meses, isso por que fui insistente. Quando detonei o meu tendão de aquiles na minha primeira andança, foi pré agendado uma consulta com um ortopedista, mas até hoje não me chamaram... Isso foi em 2012, mas, por sorte a dor dessa lesão foi diminuindo aos poucos, até sumir por completo. E ainda tem gente que diz que o sus (letra minúscula mesmo) é um serviço eficiente....
Nesse tempo todo de espera, tive que parar com as minhas caminhadas, com os exercícios físicos e apenas na hora de almoçar é que ando uma certa distância, o que é muito pouco para uma vida saudável. Engordei 3kg e estou todo enferrujado, como se tivesse envelhecido dez anos em um ano e seis meses.
Além da perca de qualidade de vida na parte física, tem a parte mental e psicológica também. É aquela velha frase: "men sana in corpore sano". O exercício físico tira o stress, relaxa, libera a endorfina e melhora o humor, o que é essencial para aguentar algumas zoações, principalmente de estranhos. Como sempre digo, nunca escondo a minha condição, pois sou aposentado e tenho que comprovar a minha renda para os donos dos imóveis de quem alugo um quarto. Infelizmente tem que ser quarto, meu sonho era poder alugar um barracão, ter a liberdade, privacidade e ficar sozinho mesmo, até que gosto da minha companhia, convivo muito bem com meus pensamentos. Quem tem medo de ficar sozinho talvez tenha medo de seus próprios pensamentos, pois a solidão geralmente leva à reflexão e a algumas conclusões.
http://www.asomadetodosafetos.com/2016/05/a-solidao-pode-transformar-voce-em-uma-pessoa-feliz.html#comment-2095
A "fisioterapia"
Terminei, sem sucesso e nenhuma melhora, as vinte sessões de fisioterapia indicadas pelo ortopedista. Comprei a glucosamina, que é um suplemento um pouco caro para os padrões de um aposentado. Como ganho um salário mínimo e ainda tenho que pagar aluguel, não tive dúvidas em apelar para o blog e os leitores. E fui prontamente atendido! Com a grana que recebi comprei o medicamento e deu também para pagar as passagens do metrô aqui de Belo Horizonte, que, na verdade é apenas um trem um pouquinho mais rápido. O ar condicionado é bem fraco e, além de lento, chacoalha bastante. Apesar do desconforto, prefiro ainda pegar o metrô de Belo Horizonte do que o de São Paulo...
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metrô de Belo Horizonte |
Muito obrigado de coração aos que me ajudaram, sem essa ajuda provavelmente teria que fazer um empréstimo ou então vender alguma coisa que tenho, ou a TV ou o home theather. Mas sempre é complicado vender algum aparelho eletrônico por um preço razoável. As pessoas sempre querem um descontinho, dão aquela pechinchada, ai temos de início colocar um valor acima do que queremos, para, quando for baixar o preço, ai sim conseguir vender pelo valor que desejávamos.
Tive uma contribuição misteriosa: apareceu na minha conta salário um valor que não foi possível descobrir a origem, nem mesmo instalando o plugin da caixa econômica no meu notebook. E esta conta que recebi a contribuição não divulgo atualmente aqui no blog, por questões paranoicas e de segurança também. Já divulguei essa conta há alguns anos atrás, mas agora consegui abrir uma conta alternativa para vender o livro. Seria então a dilma (com letra minúscula mesmo) fazendo uma gracinha com os aposentados numa desesperada tentativa de não ser afastada ou então aumentar o rombo para o seu sucessor? Brincadeiras à parte, provavelmente foi uma pessoa que fez o depósito em uma agência lotérica e não quis se identificar. Então vai o meu agradecimento pelo blog.
Mas logo desinstalei o aplicativo da caixa, pois esse plugin pode deixar a internet lenta e o computador também
http://www.creditooudebito.com.br/por-que-aplicativo-seguranca-banco-sempre-trava/
Voltando ao assunto, essa inatividade toda, além de me fazer ganhar peso, também me deixou mais estressado, impaciente, cortando mais da metade do meu pavio, que creio ser bem longo. O psiquiatra queria até me passar um antipsicótico forte e chegou a"sugerir" uma injeção de halol, que recusei, é claro. Ele simplesmente bloqueou o diazepan e me receitou também um antipsicótico leve chamado stelazinne. Fiquei desesperado quando fui tentar pegar o pan nosso de cada dia no posto de saúde e constatar que o mesmo havia sido bloqueado para o meu uso. No outro dia voltei ao psiquiatra e foi uma confusão danada, sendo necessário chamar o segurança do posto de saúde. Mas não saí de lá com a receita do diazepan. O problema é que alguns profissionais da área da saúde mental enxergam o indivíduo apenas como uma mente e um cérebro, creio que deveriam nos olhar como um todo, ou seja, algo real está me deixando irritado, que é a dor no meu pé e a péssima qualidade no atendimento. Estou uma ano e seis meses andando com dores no pé, e creio que o problema poderia ter sido resolvido facilmente se fosse tratado no início. Ou seja, o psiquiatra estava imaginando que um antipsicótico qualquer me faria aceitar a situação, ser humilhado e não ficar revoltado com toda esse descaso. Como disse, o primeiro médico nem chegou a olhar para o meu pé, apenas mandando passar água morna afirmando que o problema seria solucionado. Resumindo, o antipsicótico me deixaria um pouco dopado, e assim aceitaria ser mal atendido nos postos de saúde. Simples assim.
Considero uma revolta normal, aceitável, seria estranho se aceitasse tudo passivamente... Estranho como que todos podem se exaltar, chutar o balde, fazer caras e bocas... Todos, menos quem tem um tipo de transtorno mental, por que logo imaginam que vamos sair por ai quebrando tudo o que vemos pela frente...
E, por falar em antipsicóticos, os exercícios físicos, as caminhadas, além de serem um vício, são também bons antipsicóticos. Tudo o que nos ajuda a não pirar é antipsicótico: ocupar a mente, fazer algo que gostamos e por ai vai...
E, de repente, sou impedido de continuar com essa prática tão sadia. Agora já não tenho certeza se o meu pé irá melhorar, afinal foram-se um ano e seis meses sem atendimento e andando forçadamente com esse problema, o nosso corpo é uma máquina que se desgasta se não for utilizada corretamente, não tem como fugir disso.
Era um problema simples, que agora virou um drama para mim. Me sentia feliz nas andanças, apesar dos perrengues que passava, Agora, além de ter que lutar contra um inimigo interior chamado esquizofrenia, agora tenho que aprender a convier com essa limitação física?
Sempre digo que não tem como comparar o sofrimento físico com o mental, São duas coisas bem distintas, o problema no sofrimento mental é que, além da dor na alma temos que conviver com a incompreensão das pessoas, achando que estamos de frescura e que somos preguiçosos.
Me compadeço de quem está em situação pior do que a minha, mas não uso a miséria alheia para me confortar e assim ficar mais feliz. Se todos seguissem esse raciocínio, o mundo não teria tristeza, afinal sempre encontramos alguém em pior situação do que a nossa. Não irei ficar feliz por não ter uma perna por saber que existem pessoas que não possuem as duas pernas...
Mas não vou desistir, apesar de estar sem energias para lutar. Ainda tenho esperança de voltar a andar normalmente, jogar um futebolzinho, voltar com as minhas andanças para completar os quatro caminhos da estrada real. Aliás, agora são cinco caminhos, pois criaram um caminho religioso, que começa em Caeté, aqui pertinho de Belo Horizonte, e termina em Aparecida do Norte, no interior de São Paulo. Mas esse caminho não pretendo fazer, pois 70% dele é o caminho velho da estrada real, que fiz há alguns anos atrás.
http://www.portalterrasaltas.com.br/novidades-detalhes.php?cod=86
Foi uma decepção a fisioterapia, esperava, no mínimo, um melhor atendimento e ser ouvido. Apenas fazia alguns exercícios para reforçar a musculatura da perna, vinte minutos por cada sessão. Cheguei a perguntar se poderia fazer outros exercícios em casa e a fisioterapeuta apenas disse que podia. Também perguntei se poderia indicar exercícios mais específicos para o dedão do pé, mas ela disse que aqueles que eu estava fazendo eram suficientes.
É uma das piores fases da minha vida essa que estou vivendo agora. Me pergunto como pode uma simples topada do dedão do pé em uma raiz de uma árvore me impedir de andar? Vou viver o resto da minha vida assim, tendo apenas condições de andar um pouco por dia, um limite? Ou vou ter que usar bengala? A fisioterapeuta parece que não acreditou na dor que estou sentindo, pois sempre me indicava os mesmos exercícios do que todos estavam fazendo lá. Oras, se os problemas são diferentes, por que os exercícios têm que ser os mesmos? Apenas fazia pressão com o pé usando uma bola, andava em linha reta olhando para frente, e subia em um aparelho para testar o equilíbrio. Queria fazer algo mais, insistir mais no tratamento, mas parece que não queriam a minha rápida recuperação. E as fisioterapeutas que me atenderam não gostam de serem contestadas, já até me mandaram procurar a gerência para reclamar. O que elas gostam mesmo é de ficar no whatsapp boa parte do tempo...
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o melhor "plano" de saúde é não adoecer... |
É uma pena que os profissionais da saúde mental no Brasil não olhem condição física da pessoa ao fazerem o diagnóstico, dando a impressão que somos apenas um cérebro e que não temos mais nada além disso. E a solução para tudo são os antipsicóticos e antidepressivos. Eu me recuso a tomá-los, pois não quero ficar mais calmo e assim aceitar essa imoralidade que é o atendimento pela rede pública. Não quero ficar feliz com uma pilula milagrosa, ela não irá "consertar" o meu pé, não irá devolver o meu direito de andar por ai. Sei quando preciso me acalmar, sei quando estou chateado por um motivo real, sempre faço minhas orações pedindo para que a única pessoa prejudicada com essa minha condição de "esquizofrênico" seja eu mesmo. Resolvi colocar aspas por que hoje em dia a mídia parece fazer questão de dar uma ênfase a qualquer deslize que uma pessoa que tenha esquizofrenia cometa, e esquecendo que os ditos normais não fazem coisas piores. E para piorar, essas pessoas cometem certos crimes em nome de um "amor", por causa de um real, e por ai vai.
Mas é isso, acho que foi um dos posts mais tristes que já fiz, mas não tem como disfarçar. Cada passo que dou hoje em dia é uma dor no sentido literal mesmo. Não quero aqui dar uma de coitadinho, que tenham pena de mim. Esta postagem é apenas mais um desabafo sobre o atendimento pelo sus. Em minha mente paranoica cheguei a pensar que esse tratamento era apenas para mim, que o sus também estava contra a minha pessoa. Mas não, sei que a realidade é essa para todos, basta ir em algum hospital ou Upa para constatar que toda a população é maltratada.
Sinceramente não sei o que fazer, Será que vou ter que estudar fisioterapia para encontrar uma solução para o meu caso? Pois, quando descobri que o que tinha era um transtorno chamado esquizofrenia, tive que aprender a usar o computador, conhecer pessoas que tinham o mesmo problema do que eu para começar a entender melhor o assunto, e, consequentemente, a mim mesmo.
Mas, agora, o problema é físico, e a situação é a mesma. Os profissionais da saúde parecem não gostar de nos esclarecer sobre o que temos, pois não obtive nenhuma resposta para os problemas que estou enfrentando neste momento em razão da minha atual limitação para andar. Na época dos surtos mais graves, caía, me estrepava todo, quase fui dessa para outra, mas tinha condições físicas para lutar, o que, sem poder andar, não sei como vou conseguir sair dessa.
O jeito vai ser consultar o "Dr. Google" mesmo...