Estrada real: lá vou eu!!!
saudades dos marcos da estrada real.... |
Gostei demais das minhas andanças pelos estados do Espírito Santo e São Paulo, mas a simplicidade e a receptividade do povo do interior de Minas Gerais não tem igual. E pão de queijo também né? O problema no dedão do meu pé esquerdo ainda continua, mas já deu uma boa melhorada depois que comecei a usar um tênis super macio e com a numeração um pouco maior do que a uso costumeiramente (uso o número 41, mas o vendedor me passou um tênis de número 43 e ficou muito bom, não apertando o dedão que está com problemas).
Então passei a pesquisar no "Dr. Google" alguns exercícios de fisioterapia para os joelhos que é a articulação que está mais sofrendo no momento pelo fato de ter que andar sem forçar o dedão problemático. A cada dia que passou estou sentindo menos pressão no joelho e também menos dores musculares quando vou almoçar no restaurante popular, aqui "pertim" de casa. Deve dar quase 4km na ida e volta, mas como todo bom mineiro que sou...
- Isso é coisa da idade mesmo... - me disse o maledito, ao ouvir o meu breve relato sobre a situação do meu dedão, sem ao menos dar uma olhada no meu pé... E olha que naquele dia usei meia limpa e caprichei no banho de manhã.
Assim como não me entreguei e não me entrego na luta pela minha saúde mental, também não irei me entregar na luta pela minha saúde física e pelo simples direito de ir e vir. Confesso que tentei o pior quando o meu tornozelo ficou bastante inchado pelo fato de estar andando incorretamente. Me lembro daquele dia, foi um domingo e o meu tornozelo doía muito, mal dava para andar. Supliquei uma muleta nos grupos do facebook e fui para a UPA por volta das onze horas da manhã. Fui transferido para um hospital e voltei sem nenhuma melhora por volta da meia noite. Havia saído do hospital com a agulha do soro “milagroso” ainda no braço, sem o pessoal da segurança perceber, pois estava com blusa de frio. Mas, para o meu azar ou sorte, quando cheguei em casa o sangue havia coagulado e não seria mais possível deixar o sangue se esvair até a última gota. Acho que não iria estar aqui escrevendo estas linhas se o sangue não tivesse coagulado.
Mas deixemos as coisas tristes para trás. Estou fazendo a minha fisioterapia e confesso que está dando melhores resultados do que a que fiz com as “profissionais” no centro da cidade. Lá o atendimento é padronizado em dois modelos: quem estava imobilizado devido à uma cirurgia ou fratura e a fisioterapia dos idosos. Somente isso. Os exercícios eram passados e as profissionais ficavam no zap zap boa parte do tempo. E nada de diálogo e atendimento individualizado. O jeito então é seguir a minha fisioterapia, ouço o que o meu corpo está querendo me dizer e ai vou dosando a carga.
Depois da fisioterapia, irei começar a fazer alguns exercícios mais leves com aqueles aparelhos coloridos que a prefeitura de Belo Horizonte coloca nos parques, praças e outras áreas. A maior parte das pessoas que fazem estes exercícios são da terceira idade, me sinto um pouco estranho no meio deles, mas o bom que já vou me acostumando e aí não será um impacto tão grande assim que chegar a hora de ficar somente nesses aparelhos.
Assim que começar a fazer os exercícios com certa fluidez, passarei a correr, ou melhor, a trotar e depois sim a correr. E ai logo depois irei fazer os exercícios um pouco mais puxados, para estar em forma para pegar a mochila (11kg) e pôr os pés na estrada.
cachoeira Tabuleiro, no caminho dos Diamantes, com 273m de altura, é a segunda maior do Brasil... |
Creio que em dois meses estarei pronto para percorrer sem sofreguidão os belos caminhos do meu estado. Claro que tem um pouco de sofreguidão sim, afinal estamos em Minas e são muitas serras. Além das intermináveis subidas e descidas, tem o calor, o frio, a chuva, as trilhas... Mas confesso que foram os melhores perrengues que já enfrentei em toda a minha vida. Quero suar, correr, andar, pular na água (não sei nadar), Quero ganhar água gelada quando estiver sedento no caminho e avistar uma simples casinha na beira da estrada de terra e "trocar dois depois de prosa" com o povo do interior das minhas Minas Gerais. Me lembro das minhas risadas quando me perguntavam se eu estava pagando promessa ou fazendo penitência ao me verem com a mochila nas costas....
Missão dada é missão cumprida! Fiz apenas dois dos quatro caminhos da Estrada Real. O tempo é implacável e, se bobear, não vai dar tempo de terminá-los. Já inventaram um quinto caminho, chamado de "Caminho religioso", que é basicamente o Caminho Velho, só que incluíram algumas cidades, começando na "devotíssima" cidade de Caeté-MG e terminando em Aparecida do Norte, em território paulista. Sei que estou correndo um risco do meu pé piorar ainda mais no caminho, mas estou sentindo que pelo sus não irei conseguir nada. Não sei se irei me acostumar a conviver com essa dor no pé, mas vamos lutar.
Então é isso pessoal, acredito que em alguns meses estarei postando não mais nesse quarto onde estou morando atualmente e sim em uma lan house em uma cidadezinha ou povoado do interior de Minas Gerais.
Irei fazer os dois caminhos restantes de uma vez só. O Caminho dos Diamantes, (395km) que começa em Diamantina e termina em Ouro Preto, e o Caminho Novo (515km) que começa em Ouro Preto e termina em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Claro que irei dar uma parada de alguns dias em uma pacata cidade qualquer para descansar minhas canelas, pois não sou maratonista e a minha intenção não é chegar logo "nos finalmente"* e sim ter esse contato maior com a mãe natureza. Vou sentir saudades da minha caminha, do meu home theather, do notebook, do ventilador que ameniza o calor da tarde, de poder tomar banho na hora que der vontade, de poder usar o banheiro assim que der vontade também. Sentirei também muitas saudades dos filminhos que assistia pela internet na TV, graças ao bendito cabo HDMI, que, para mim, é a maior invenção do século...
Só espero que o meu anjo da guarda não peça aposentadoria depois que resolvi voltar as minhas andanças....
Pode parecer um simples problema, mas não é. O problema é o local onde está o problema, que é uma importante articulação, sempre a usamos ao dar um passo. E então ando de uma forma errada, para não sobrecarregar e detonar ainda mais a articulação. E ai o corpo cobra:a musculatura da perna dói um bocado e as articulações também. No começo não era visível o problema, mas com o tempo as coisas foram piorando e o dedão está um pouco deformado, como se pode ver na imagem acima.
E é literalmente uma bola de neve, pois engordei três quilos e meio devido ao sedentarismo. E com o aumento de peso, as articulações sofrem ainda mais.
Algumas pessoas se ofereceram para ajudar no pagamento da consulta, mas já retirei a postagem em que pedia ajuda, pois, como já relatei, consegui uma consulta gratuita com um especialista dos pés super gente boa. Quem ainda estiver em condições de me ajudar entrem em contato comigo pelo email ou pelos comentários do blog.
juliocesar-555@hotmail.com