quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Mensagem de natal do esquizo

 O natal do Covidão

    Ontem, anti-véspera de mais um natal, fui, como sempre, almoçar no restaurante popular. A movimentação, claro, foi maior que a de costume.  Quando falo de costume, uso como parâmetro a circulação de pessoas deste atípico ano. Não houve aquela imensa aglomeração de pessoas e carros como nos anos anteriores, mas foi maior do  que deveria ser, em virtude da pandemia. 
    Mas, o que notei de diferente mesmo não foi a maior quantidade de pessoas e de carros circulando no centro da cidade. O olhar das pessoas estava um pouco diferente. A pandemia não mudou apenas a nossa rotina diária, nos mudou um pouco por dentro. Claro que existem pessoas que não ligam para nada e continuam a viver como se nada estivesse acontecendo, mas nota-se que a maioria das pessoas está um pouco cansada de viver no meio de tantas dúvidas. Dúvidas sobre até quando iremos ter que viver dessa maneira, com medo de tudo e de todos. Medo de contrair uma doença um pouco desconhecida, medo do tratamento que ainda não existe, medo de uma vacina que não foi testada o tempo que deveria ser. 

O que mudou em minha vida?

    Para mim, particularmente, no convívio social pouco ou quase nada mudou. Sou um cara antissocial e minha rotina nesse aspecto continua praticamente a mesma; acordar, tomar café, internet, filmes, séries, andar de bike, internet, comer, dormir, e ver mais filmes e séries. Às vezes gravo algum vídeo ou faço alguma postagem para este blog que escrevo desde o ano de 2012. 
    Mas, para mim, mesmo não mudando muita coisa, não estou gostando da situação. Não sou egoísta, não gosto de ver as pessoas em situação complicada. Claro que não sou um santo, se tem pessoas que desejam o meu mal, desejo que Deus lhe dê em dobro o que desejam para mim.
    A verdade é que as pessoas felizes de verdade não se preocupam tanto com a vida alheia. Aqui onde moro o desemprego atingiu alguns moradores, que, infelizmente tiveram que morar nas ruas. Outros estão passando dificuldades, e alguns, infelizmente, parecem não aceitar muito a ideia de  verem uma pessoa aposentada e meio que é um pouco alheia à tudo o que acontece em sua volta. Digo alheio pois meio que naturalmente fico distante de tudo, mas não no sentido de me alegrar com o infortúnio de outras pessoas. 
    O que mudou um pouco na minha vida foi a questão da hipocondria. No início foi complicado lidar com a situação de poder pegar um vírus desconhecido através do ar, dos objetos, e no contato com as pessoas. Acho que foi algo semelhante o que aconteceu com o surgimento da AIDS. As pessoas tinham medo de cumprimentar ou de se aproximar de uma pessoa com HIV. Mas o pior de tudo nesta pandemia é a dúvida, a cada dia aparecem notícias novas. Notícias e opiniões diferentes que nos deixam mais confusos ainda. Uns dizendo que precisamos nos preocupar e outros afirmando que não, que a doença mata um número baixo de infectados. Mas, e as sequelas da doença? Tem ou não tem? As dúvidas estão sendo tão prejudiciais quanto o próprio vírus. 

A saúde mental na pandemia

    O estrago que o vírus está causando não é somente nas pessoas que se contaminaram. A saúde mental da população em geral piorou. O consumo de ansiolíticos e antidepressivos aumentou consideravelmente. 
    Acredito que não tenha uma pessoa que não esteja sofrendo o impacto dessa pandemia. Algumas mais, outras menos. Até mesmo aquelas pessoas que vivem naquelas cidadezinhas do interior estão sendo atingidas, mesmo que o vírus não tenha circulado por esses lugares. É que boa parte dessas cidades foram fechadas para o turismo, afetando consideravelmente a arrecadação. As que não foram fechadas os moradores provavelmente ficam com receio de ter um contato com algum viajante ou turista que esteja por esses lugares. 
    A saúde mental está prejudicada pelas incertezas que esse vírus está deixando no ar, tanto no sentido literal como no figurado. Não temos certeza se a economia no mundo não sofrerá um colapso. Não sabemos se quando sairmos de casa voltaremos contaminados. Não sabemos se iremos resistir ao vírus, não sabemos até quando teremos que viver desta maneira, com medo de tocar nos objetos e nas pessoas, com medo de andar, com medo de respirar, enfim, com medo de viver. 

De volta ao natal



    Mas natal para mim nunca significou muita coisa. Não condiciono a minha alegria ou comportamento à datas. Por exemplo, nunca fui  em um cemitério no dia de finados. As pessoas que já faleceram não estão lá, não me interessa um monte de ossos. Espero que as pessoas que gosto e que já se foram estejam em um plano superior e melhor do que este em que estamos vivendo. Elas estão guardadas em minhas lembranças e penso nelas vários dias do ano, não somente no dia de finados.
    Não tenho nada contra as festas e confraternizações de fim de ano, afinal temos que nos divertir, celebrar, festejar, E cada um faz isso de sua maneira. Festejar para mim não significa me embebedar e me empanturrar de comida. Festejo e celebro a vida dia a dia, da minha maneira. Todos os dias festejo a chance de estar vivo e com relativa saúde, pois, devido aos surtos, passei por situações complicados e posso dizer que tive uma experiência de quase morte. E uma experiência dessas nos muda completamente por dentro. A natureza é onde procuro celebrar e festejar a minha vida. E nessa festa não precisa de tantos convidados: apenas a natureza, os animais, o ar puro e o criador. O som não é o batidão, é o som do vento, do canto dos pássaros e o ambiente não é agitado, é de uma paz infinita. 
    Natal tinha algum significado quando eu era criança, pois ficava naquela expectativa de receber algum presente bem bacana para me divertir. Não gostava muito daquelas reuniões de família, e ficava calado no meio da festa, assistindo televisão enquanto as pessoas comiam e bebiam.  Nunca acreditei em papai noel, apesar de que, naquela época as crianças eram bem mais inocentes do que as da geração de hoje. Mas ficava com aquele negócio de ter que ser bonzinho o ano inteiro para merecer presente. 
    Porém, se ele existisse, eu iria pedir um mundo com mais respeito e compreensão.  
     Gostaria de desejar muita paz, proteção e luz para todas as pessoas que se cuidaram e que irão se cuidar nestas festas de fim de ano, fazendo a confraternização apenas com pessoas do seu convívio diário. Aos que irão cair nas baladas, festas e comemorações em massa, desejo boa sorte e que tenham responsabilidade sem que precise que algo aconteça com si próprio ou com alguma pessoa mais próxima.
    Que tenhamos um feliz ano novo, livre não somente do Covid, como também de um vírus que é o pior e mais mortal de todos: a maldade humana. 


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Divagações esquizofrênicas 19: O dia a dia de um esquizofrênico e o seu mundo (o quartinho)

           Divagações de um esquizofrênico em um mundo de "normais"...



O acidente

    Olá pessoal, meu nome é Julio Cesar tenho 52 anos e não sou "o esquizofrênico" e sim uma pessoa que tem os sintomas que as pessoas chamam de esquizofrenia. Tenho minhas qualidades e defeitos como qualquer outro ser humano. Não sou inteligente e nem tenho baixa inteligência, me considero na média e apenas um cara esforçado que consegue aprender certas coisas na base do esforço e repetição. 
    Para quem me acompanha no youtube, no último vídeo relatei sobre o acidente que tive de bicicleta. Foi um acidente sério, voltei ao local onde capotei e vi que "voei" por uns sete metros após bater em uma moto. O dedão do pé direito saiu do lugar e tive dores em várias partes do corpo, se não fosse o capacete acho que não estaria aqui para contar-lhes mais esta história. 
    Mas já estou recuperado 90%, o punho e o cotovelo que ainda doem um pouco. 
    E sempre procuro tirar lições de tudo o que acontece em minha vida, principalmente das negativas. Eu estava descendo na contramão na maior velocidade, ouvindo heavy metal no fone de ouvido na maior altura. Por sorte sempre uso o capacete para proteger meu cabeção. 
    Mas fazia aquele caminho há dois anos sem maiores problemas. Na verdade a principal causa do acidente foram as paranoias. Me lembro que estava totalmente distraído na hora do acidente, a moto apareceu assim do nada e não teve como me desviar totalmente dela. A gente começa a ter pensamentos paranoicos do nada e de repente estamos totalmente distraídos e envolvidos com esses pensamentos.            Não me lembro exatamente no que estava pensando, mas basta sair pelas ruas para as paranoias começarem a tomar conta da minha mente. É algo que não desejo à ninguém. 
    Me lembro também que estava muito agitado, pois  há muito tempo não tomava o diazepan. Sentia que precisava de algo mais forte para dar uma boa apagada, mas havia esquecido o nome do antialérgico que geralmente tomamos com o antipsicótico clorpromazina. Fui no grupo esquizofrenia e me informaram que era o fenergan. Mas acabei me esquecendo de comprar e aí sofri o acidente dois dias depois. 
    A minha bike, que batizei de Margarida, apenas sofreu "escoriações" e teve o pedivela entortado, pois a batida foi meio forte. O conserto fica em 80 reais, quem puder ajudar entre em contato pelo email:
memoriasdeumesquizofrenico555@gmail.com
Julio Cesar dos Santos de Oliveira
   Agência 2332 Ipatinga MG
   Caixa Econômica Federal
   Operação 023
   Conta 00016678-2
Sentia que estava precisando dar uma "apagada"...


    Muitos devem estar pensando: "Ah, por que ele não toma os medicamentos para ter uma vida melhor?". Olha, fiz isso durante seis anos e não tive qualidade de vida nenhuma, apenas engordava e ficava o dia inteiro dormindo. Sem contar o fato de que meus sentimentos sumiam, me sentia um robô, tanto física como emocionalmente. 
    Mas tudo isso é passado, aprendi a lição e agora não vou andar mais na contramão, e, quando for ouvir música no fone, vou fazer uma playlist de músicas românticas internacionais...
    E o melhor de tudo é que o cara da moto não sofreu nada, apenas o retrovisor da sua moto que quebrou. É o que sempre acontecia nos meus surtos, a única pessoa prejudicada era eu mesmo. Então por isso sinto que posso ir testando o meu limite de ficar sem os antipsicóticos, ficando na dúvida se minhas surtadas atuais são produtos da esquizofrenia ou da abstinência das medicações que usei ao longo desses anos. 


O dia a dia

    Muitas pessoas pedem para que eu poste  no canal vídeos falando sobre o meu cotidiano. Mas, se eu postar todos os dias vídeos sobre a minha rotina, a maioria das pessoas irá pensar que estou postando o mesmo vídeo sempre. A minha vida é um pouco monótona e entediosa, ainda mais agora na pandemia. 
Basicamente fico boa parte do dia na net e na tv, pois ligo o notebook na telona via cabo HDMI, pois não gosto muito da programação da tv aberta. 
    Antes da pandemia todas as quartas feiras ia ao centro de convivência jogar um futebolzinho, que era o meu melhor antiestresse.  Os bicudos que eu dava na bola, os meus xingamentos e a  extravasada na hora dos gols me deixavam bastante relaxado. O meu centro de convivência é tricampeão do torneio da primavera que tem aqui em BH dos centros de convivência. E, modéstia à parte, fui artilheiro nas três edições. Não sou de contar vantagem sobre isso  pois futebol é um jogo coletivo. Meu nome futebolístico é Juliovik, a lenda viva do futebol. Tenho 52 anos mas ainda jogo razoavelmente bem, e, quando as canelas começarem a doer, vou jogar no gol, também sou bom debaixo das traves (também com as mãos grandes...)



    Minha outra diversão é a bike. Às vezes saio para pedalar nas redondezas, tipo uns 60 70km. E todo dia pedalo 6km para ir almoçar no restaurante popular. É um bom vício pedalar. 
    Antes da esquizofrenia aparecer em minha vida já tinha esse estilo não muito agitado de vida, o que me fazia falar era o trabalho. E sempre gostei mais do dia do que da noite. Cachoeiras, praias, enfim, sol e ar puro era o que me fazia sentir bem. 
    Mas acredito que também seja uma pessoa introvertida, não devemos botar tudo na conta da esquizofrenia. Não gosto de ficar conversando com todo mundo, não é o meio estilo ser popular. 
   O resto sou um pacato cidadão, que gosta de ouvir música, ler, aprender coisas novas e ficar em paz, por isso levo uma vida mais reclusa, o mundo atual está uma loucura total. Gosto de assistir filmes e seriados, mais de humor mesmo. Quem tiver alguma dica que poste nos comentários, acho que já assisti quase todos desse gênero. 
   E outra coisa que gosto de fazer é comer: como todo bom mineiro gosto de pão de queijo, pastel de queijo, biscoito de queijo, doce de leite, rocambole e outros quitutes da culinária mineira. 
    Sou tão antisocial que nem celular tenho. Aliás, até que tenho o aparelho, mas não uso o chip por que cancelaram pois não coloquei crédito. Uso o celular apenas para ouvir música, não fiz a recarga do chip pois somente a operadora que me ligava para me oferecer planos de internet.. Ou seja, estava pagando para eles me ligarem... No final do mês tinha que ficar pensando em alguém para ligar e jogar conversa fora para usar os créditos e não jogar dinheiro fora. 
     Às vezes nem música estou ouvindo, mas ando com os fones no ouvido, para ter uma desculpa de falar que não ouvi determinada conversa. 
    Sou tão antisocial que só uma vez na minha vida comprei sapatos, gosto de tênis mesmo, e de usar tênis velhos que se se acomodam ao formato de nossos pés. 
   Terno e gravata meu corpo nem sabe o que é isso. Acho que me sentiria meio que enforcado usando um acessório vestimental na minha garganta. 
    Sou tão antisocial que em boa parte dos dias quando coloco minha cabeça no travesseiro de noite consigo contar as palavras que foram ditas por minha pessoa. 
    Não gosto muito de conversar sobre o que é certo ou errado, sobre o tempo, sobre política, sobre religião. Gosto de conversar com pessoas que tenham algo para me ensinar, gosto de aprender. Não sou inteligente, mas apenas esforçado e curioso. Me lembro que às vezes só ficava perto das pessoas que considerava inteligente apenas para ouvi-la falar. 
    Enfim, gosto da minha companhia, tenho paz quando estou sozinho com os meus pensamentos. Não tive sucesso financeiro, mas, por tudo que passei me considero um vencedor, e ter a consciência tranquila não tem preço. Acredito que não valha a pena ficar babando ovo de ninguém para obter algum tipo de vantagem. E a liberdade, não só de ir e de vir, e sim de ser quem eu sou mesmo de verdade, Se isto não agrada muitas pessoas, o problema é delas, pois não obrigo ninguém a conversar comigo e a gostar de mim.  Mas hoje em dia a coisa está tão complicada que se você estiver em paz já corre o risco de ter inimigos... 
    Este mundo infelizmente parece que não deu certo, se tem gente que acha que deu, deve estar ruim da cabeça... 
    Espero que ainda dê tempo de consertá-lo e que o criador tenha misericórdia de todos os que são de boa vontade.

Meu quartinho



     Resolvi pintar o meu quartinho. Não é meu, mas, como passo a maior parte do dia nele, decidi dar uma melhorada no visual dele para melhorar o astral. Incrível como uma boa pintura e uma cor mais alegre mudam o ambiente. Usei verde com azul e o resultado ficou legal, às vezes dá uma impressão que o quarto é verde, outras que o quarto é azul e outras azul piscina ou outra cor. 
     Também aprendi a mexer com cimento, para tampar alguns buracos nas paredes. Aprender coisas novas pode ser uma ótima terapia. 
    É um quarto simples, deve ter quatro meses por três. Mas não tenho vergonha de mostrá-lo, teria vergonha sim de dizer que roubei, enganei ou matei para conseguir algo. Sempre quando deito à noite e coloco a cabeça no travesseiro tenho  a consciência tranquila. Claro que errei muito nesta minha vida, principalmente pelo fato de não me conhecer completamente. Sempre quando via a famosa frase do filósofo Sócrates "Conhece-te a ti  mesmo", ficava meio intrigado, com os pensamentos vagos, como se à procura de respostas que não sabia onde encontrá-las. Foi preciso surtar  e passar por situações complicadas para começar a me entender um pouco. 
     Gosto de dinheiro, mas não faço loucuras e nem faria para tê-lo. Como disse, ter paz, consciência tranquila e liberdade são os meus maiores bens. 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Desistências

 Quem nunca passou por momentos difíceis em suas vidas?


    

    Depois que a esquizofrenia apareceu em minha vida, tive vários momentos de desânimo total, a ponto de tentar o autoextemínio ou então ficar inerte à tudo e à todos.
    Um dos piores momentos foi em 2004. Estava tão debilitado fisicamente e mentalmente que pedi demissão da firma onde trabalhava, em uma pequena cidade do  interior de Minas Gerais. 
    Com a grana do acerto, fui em uma churrascaria para fazer a minha última refeição, e depois fui na casa da luz vermelha para ter a minha última transa. Estava mais aliviado do que desesperado. Acho que estava me sentindo mais leve por não ter que ver mais tantas pessoas. Estava tão tranquilo que fiquei ouvindo a garota de programa falar sobre seus problemas conjugais, que havia ido para aquele lugar pois seu marido era muito violento.
    No dia seguinte comprei um colchonete, um radinho e um monte de pilhas. Não tinha mais coragem de tentar tirar a minha vida, então queria deitar em uma calçada, ligar o radinho de pilha e ficar lá até morrer. 
   E fiquei assim sexta feira e todo o final de semana. Na segunda feira começou a agitação no centro, várias pessoas passavam pela calçada para me ver. Tive que tomar diazepan acho que de hora em hora para não surtar. Apareceu um policial e me deu um tapa nas costas, pois eu estava deitado de bruços. Depois apareceu uma ambulância e mais policiais. Provavelmente alguém havia me denunciado por estar tomando medicamento por seguidas vezes. Eles não foram muito amigáveis comigo. Mas, antes que me abordassem novamente apareceu uma assistente social e foi possível ouvir ela dizendo que me conhecia e que eu era um cara trabalhador e que não usava drogas e que gostava de praticar esportes. O policial até veio a se desculpar comigo. 
    Então fui levado para um albergue e permaneci por lá por mais de um ano, convivendo com ex detentos, pessoas em situação de rua e trecheiros que viajam pelo Brasil meio sem destino certo. Comecei a fazer o tratamento e hoje estou indo bem, não estou curado, mas só tenho que agradecer por estar vivo para poder contar estas histórias. Acho que meu anjo de guarda trabalha muito bem e que sou um cara de sorte, apesar de não ser rico e só ter uma bike usada e uma tv LCD de 32 polegadas. Ah, e tenho um notebook da Dell, que consegui comprar quando estava viajando por aí com a minha mochila economizando a grana do aluguel. 
   Mas me considero um cara de sorte, não era nem para estar vivo, mas estou. Estou vivo e ainda consegui me entender um pouco como pessoa após os surtos. Loucura para mim hoje em dia é querer agradar à todos deixando de ser você mesmo. 
   Podemos tirar lições até das piores situações em que vivemos em nossas vidas. 

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

O vizinho aloprado

     Quem não tem um vizinho sem noção e chato?


    Quem me acompanha sabe que moro em um quartinho de aluguel, juntamente com vários outros inquilinos, aqui em Belo Horizonte.
    E estamos sujeitos a ter todo tipo de vizinhos, desde os mais quietinhos  até os mais bagunceiros. 
Mas um dos vizinhos que tenho é estranho: fica conversando acredito que no celular, boa parte do dia e principalmente das dez das noite até às seis da manhã. 
    Os quartos ficam lado a lado e de madrugada qualquer barulhinho acaba virando um barulhão. O inquilino do andar de cima que fica andando de um lado para outro, os gatos brigando à procura de parceiros e por aí vai. Não tenho certeza se esse vizinho conversa sozinho ou então tem um outro notívago do outro lado da linha.
    Já pedi várias vezes para que ele parasse com a faladeira de madrugada, mas em vão. O outro vizinho parece não queixar-se da falação, talvez por ter um sono pesado. Esse outro vizinho ronca um pouquinho, mas não me incomoda muito. Mas já repararam que toda pessoa que ronca é a primeira a dormir e sempre tem um sono pesado?
    Mas, voltando ao vizinho aloprado, a solução que encontrei foi deixar o ventilador ligado no máximo. Como era um ventilador antigo a zoeira do equipamento se sobressaía a voz do falastrão. 
   Mas no final do mês passado o ventilador queimou e não teve conserto. Passei várias noites em claro escutando o diálogo do elemento. Claro que perdi a paciência e zoei o cara sem noção, que parecia se divertir com a situação.
    Como a grana estava curta resolvi pedir ajuda aos meus amigos virtuais, tanto do facebook como do meu canal no youtube e lá do blog. 
    Fui na loja e achei um lindo ventilador por um bom preço. A vendedora, ao observar que fiquei encantado com o visual do aparelho disse que o preço da etiqueta estava errado. Não era 150 reais e sim 200 reais.
    E, para piorar, o cartão que me ofereceram era de uma anuidade de dez reais. À princípio achei bem barato, mas depois a vendedora disse que a anuidade seria paga mensalmente. 
     Não tenho motivos para ter cartão de crédito com "anuidade mensal" de dez reais e então voltei para casa sem o lindo ventilador.
     Mas, como disse, havia pedido ajuda para meus amigos, que mais uma vez me deram uma força. 


    Comecei a pesquisar os ventiladores nas tradicionais lojas e encontrei o mesmo modelo da loja pela metade do preço!!!
    Como sou paranoico também no mundo virtual, não fiz a compra através de cartão e sim boleto bancário.
    O produto demorou um dia útil para chegar em casa e estou muito satisfeito com o ventilador. Além de lindão ventila que é uma beleza! Não é dos mais potentes, é mais indicado para ventilar um quarto de tamanho pequeno a médio. A única coisa que não gostei foi não ter a possibilidade de incliná-lo para baixo. Então resolvi fixá-lo na parede e está dando aquela refrescância nesse inverno que está tendo tardes quentes aqui na capital mineira. 
    Agora, além de poder me refrescar, estou podendo dormir novamente sem ter que ficar ouvindo a voz do vizinho aloprado que conversa com um outro ser aloprado ou então conversa sozinho mesmo. Eu mesmo converso comigo, adoro conversar com pessoas inteligentes (shasuashaushas).  Mas sempre procuro sempre ter meus diálogos interiores durante o dia e até às dez da noite. 
    Obrigado de coração aos que me ajudaram mais uma vez. 
    Vou colocara abaixo o link do ventilador, que ainda está em promoção. Como disse, ele não é para grandes ambientes, ele tem apenas 75W, mas funciona bem.
https://www.magazineluiza.com.br/ventilador-de-mesa-britania-bvt310-turbo-385cm-3-velocidades/p/020431400/ar/arvm/



sábado, 28 de março de 2020

Live- Bate papo informal sobre esquizofrenia e outros assuntos aleatórios

  Ontem tomei coragem e fiz uma live no youtube. O isolamento quase que total por conta do coronavírus me deu vontade de falar um pouquinho. Até que estava mais ou menos à vontade, o vizinho "trevoso" não estava em seu quarto.
    O cara até que enfim arrumou um emprego e as energias ontem de noite estavam boas. Mas é sério, é sempre bom todas as pessoas estarem bem, até mesmo com quem você não tem muita afinidade, pois estando felizes provavelmente irão esquecer de você. Parece que ele descontava em mim a sua frustração por estar desempregado e eu aposentado.
    Até assino um documento e passo o meu salário de aposentado para quem passar por pelo menos metade das situações pelas quais passei por conta da esquizofrenia.
    Mas uma simples live não é uma tarefa tão fácil assim para a minha pessoa. Antes dos surtos me comunicava super bem quando queria, e isso não acontecia com frequência, pois sempre fui um pouco antissocial. Conseguia falar bem nos trabalhos escolares, não tinha nenhum receio, não ficava nervoso nem nada. Ontem deu um friozinho na barriga até que gostoso para a vida de um cara entediado por causa do dia a dia de um fóbico social ainda mais isolado por conta do coronavírus. 
    É bom sentir essas emoções, o coração dar uma disparadinha, aquela ansiedade de realizar alguma tarefa, coisa que os medicamentos não me deixavam sentir. 
     Obrigado à todos que sempre estiveram me acompanhando aqui no blog, no canal no youtube e na página do face. 

sexta-feira, 27 de março de 2020

Live no youtube

Hoje farei uma live no youtube, sem maiores pretensões. É apenas um bate papo descontraído sobre esquizofrenia e outros temas mais.
Por causa da quarentena não estou jogando futebol, o que era a minha principal válvula de escape. Lá eu gritava, xingava, dava uns bicudos na bola e o meu stress ia embora junto com o suor.
Apesar de ser difícil de encarar uma câmera, ainda mais ao vivo, irei fazer esta live com os meus amigos do blog, do canal do youtube e da página no facebook.
Aguardo todos vocês.
O link para a live
https://www.youtube.com/watch?v=Ab7CFwyFNDg

quarta-feira, 18 de março de 2020

Paranoias diárias do dia a dia-7 Coronavírus

Coronavírus e a hipocondria


    Falar que praticamente o mundo inteiro sabe que todos estão alarmados com a propagação do covid-19 é chover no molhado. É só ligar a TV ou acessar a internet que não tem como não ficar não informado sobre esse assunto. 
    Mas e os hipocondríacos e paranoicos, como ficam nesta história que mais parece aqueles filmes de hollywood de final do mundo?  Nós já vivemos paranoicos com essa questão de vírus sem os vírus estarem presentes, imaginando esses seres em todos os lugares nos fazendo lavar a mão mais do que o de costume.


1° dia: parecendo um feriado facultativo
    Imagine agora como estamos nessa real pandemia? Estou me sentindo mal pra caramba. Já sou de falar pouco, agora é que não falo mais mesmo. Penso que alguém infectado irá falar comigo e que uma gotícula de saliva irá cair bem na minha boca ou olho e ficarei infectado. Hoje fui no centro e estava falando como aquelas pessoas que tiveram  AVC, com a boca meio fechada. E quando deu para fazer mímica eu fiz. Fiquei pé da vida quando a moça do caixa não entendeu que eu queria uma palha italiana quando eu apontei para o doce e fiz o número um com o indicador. Aí tive que abrir a boca, falando meio de lado... 
     Não saio de casa para praticamente nada, apenas para ir no restaurante popular e no sacolão comprar algumas  frutas, principalmente o limão, por causa da vitamina C. Quase todo dia tomo dois sucos de limão, coisa de hipocondríaco mesmo, já imaginando que  algum vírus esteja no meu corpo. Me sinto melhor sabendo que meu corpo tem a quantidade adequada dessa  vitamina que é a mais indicada para melhorar o nosso sistema imunológico. 
    "Por sorte" sou aposentado, não tenho que pegar ônibus para ir ao  trabalho. Imagino como deve estar sendo para os trabalhadores em um ônibus totalmente fechado por causa do ar condicionado. Como devem se sentir quando alguém tosse ou espirra em um ônibus lotado no horário de  pico?
    Sem contar aquele negócio de ferro que as pessoas usam para se apoiar. Já imaginava milhões de vírus antes do corona, agora então é que não pego ônibus. Vou de bike mesmo.
 o blog também é de humor mais ou menos negro...

     Em relação ao fato de se isolar por causa da propagação do vírus, para a minha pessoa não muda muito, pois sou uma pessoa bem antisocial mesmo, não sendo necessário nenhuma recomendação extra. Confesso que senti um certo alívio ao ver as  ruas mais vazias, mas isso não quer  dizer que eu esteja satisfeito com a situação. Ser antisocial é uma coisa, agora ser uma pessoa do mal é outra completamente  diferente. Era quinta feira e o centro de Belo Horizonte mais parecia um dia de feriado qualquer. 
   Entrei no sacolão para comprar limão e não tinha álcool em gel para os clientes limparem as mãos antes de pegarem nas frutas. O terror tomou conta de mim ao olhar aquelas frutas brilhantes de cera.  Elas estavam bonitas, mas minha mente me fazia enxergar um monte de vírus circulando por aqueles limões. A primeira coisa que pensei era desistir, ficar todo esse tempo sem comer frutas.  Mas e como ficaria o meu sistema imunológica sem a dose diária de vitamina C?  É, o jeito foi pensar em uma alternativa, e então decidi comprar os limões e depois passar no supermercado para comprar água sanitária para fazer uma boa limpeza nas frutas.

2° dia: Quase tudo fechado, paranoia aumentando....
     No segundo dia de ida ao centro para pegar o rango no restaurante popular, o cenário muda completamente em Belo Horizonte. Se ontem parecia um feriado, hoje já tinha algum aspecto daqueles filmes de fim de mundo. Poucos carros nas ruas, o comércio praticamente todo fechado, com exceção de farmácias, padarias e outros mais. Não vi nenhuma pessoa sorrindo, rostos desolados em sua maioria, ou então demonstrando aquele ar de preocupação, sem saber muito ao certo como será o futuro não só do país como do mundo.
       Muitas pessoas com máscaras pelas ruas. Como não encontrei na farmácia para comprar, acabei usando uma que tinha comprado para pintar a bike, mesmo não estando com os sintomas da doença. Mas é melhor usar assim mesmo do que ficar na paranoia de pegar o tal do corona. Porém não adianta muita coisa, quem é paranoico está sempre ferrado. Você se livra de uma paranoia, mas aí aparece outra. Agora estou pensando que está todo mundo pensando que eu estou com o tal do corona,  por estar usando  máscara.... E em minha imaginação estão todos olhando para a minha pessoa pelas ruas. E quando uma  me encarava, pensava que estavam me recriminando  por ter postado  memes sobre a pandemia no meu perfil as redes sociais.
      Ontem fiquei um pouco agitado e comprei doce para me acalmar. Hoje não foi diferente, consegui deixar de me empanturrar  na hora do almoço, para tentar diminuir os meus triglicerídeos, que estão um pouquinho acima do limite. Semana passada fiz um hemograma para ver como estou antes de iniciar as minhas pedalanças.
    Mas consegui segurar a vontade de comer doces até por volta das 3 horas da tarde. O jeito foi ir ao supermercado, pois teria que sair de qualquer jeito mesmo, para pegar a receita do diazepan no posto de saúde. Ainda tenho alguns, mas, como ando meio agitado por causa dessa pandemia, melhor me precaver.
    O posto de saúde quase vazio, e entreguei a receita para a moça que estava na porta, pois estavam atendendo uma pessoa suspeita de estar infectada. Sexta feira é dia de trocar receitas, mas, como estou agitado resolvo não insistir para pegar o diazepan e vou embora.
    O supermercado estava com bastante gente, não sei se é por causa do medo do desabastecimento ou por ser sexta feira mesmo. Estou bem agitado e tento pegar um abacate para comer com um pouco de açúcar, mas estão todos verdes. À medida que vou ficando ansioso vai aumentando a vontade de comer doces. Não vejo nada em minha mente de saudável que seja capaz de me acalmar sem me dopar. O jeito é comprar porcaria mesmo. Compro aqueles doces de banana e um biscoito de chocolate da piraquê. A briga com os triglicerídeos fica para depois.
     Na fila um cara tosse, e eu, apesar de estar com a máscara, chamei a atenção. Muita ansiedade para ir embora, fico imaginando que os seguranças estão imaginando que estou nervoso por que estou roubando algo. E fico encarando eles. Se eles me encararem acabo mostrando o dinheiro para eles. Infelizmente é o que passa na minha cabeça e é a minha reação. Nessas situações não sei o que é real e o que é coisa de minha cabeça. Às vezes até brinco com o segurança para ir atrás de mim para me vigiar, mas hoje, por causa da tensão do coronavírus, não estou bem para brincadeiras.
    Meu vizinho disse que estava faltando itens básicos como arroz, ovos, feijão. No supermercado que eu fui estava tudo tranquilo, não vi ninguém comprando além do considerado normal, ou seja, um carrinho cheio. Já estava imaginando que todos os supermercados já estavam com falta de comida e que em breve todas as pessoas iriam estar passando fome e com isso começariam a saquear a cidade.
     Não sei como será daqui para frente, Tenho que me vigiar para não surtar. E surtar é surtar mesmo, não é qualquer piti que uma pessoa dá, já que o termo surtar está sendo muito usado e banalizado ultimamente.


domingo, 16 de fevereiro de 2020

Contos esquizofrênicos


    Antes de começar a postagem, gostaria de mencionar que às vezes uso o humor para retratar a minha esquizofrenia. Não tenho o costume de brincar ou zombar com a dor alheia.


       Como a maioria deve saber, tenho esquizofrenia, a tal de F20 que não tem nada a ver com caminhonete. 
    E um dos sintomas clássicos da esquizofrenia é a alucinação auditiva, as vozes.
    Mas é difícil de se lidar com elas? São muito irritantes? O que elas me dizem?
    No meu caso logo no primeiro surto grave já dei um fora nela. Estava perambulando pela BR 040, quando parei para descansar. Não estava conseguindo ficar muito perto das pessoas no centro da cidade, pois imaginava que o mundo inteiro queria me pegar. Era um belo dia de sol naquele verão do ano de 2001.
     De repente a voz me disse:
    - Você é uma alma penada!
     Sem brincadeiras e exagero, naquele momento chorei de alegria por ter recebido aquela noticia.          Afinal estava surtado e imaginando que o mundo inteiro queria me trucidar.  Mas não seria uma morte simples, com um tiro na cabeça. Em minha imaginação queriam que eu tivesse uma passagem bem sofrida. Acho que o meu sentimento de culpa exagerado tenha influenciado nessa alucinação, pois desde criança era muito encucado com esse lance do bem x mal, o que era certa ou errado, etc... Não me achava  mau o suficiente para queimar nas chamas eternas do  inferno, mas também não me achava um santinho para ir para o céu. 
    Antes de surtar por volta dos 32 anos havia feito uma análise de toda a minha vida, e comecei a me culpar por tudo de errado que havia acontecido comigo e com outras pessoas. Se o atentado de 11 de setembro nas torres gêmeas tivesse acontecido antes do surto, provavelmente iria assumir a autoria... 
    Mas por que achei a mensagem da voz do além boa naquele momento? Como disse, imaginava que estava sendo perseguido. E alma penada é invisível né? 
    Então meus problemas estaria resolvidos com essa minha nova condição de alma penada. Os meus inimigos iriam me alcançar mas passariam direto por mim e eu ainda iria dar risada e pregar uma peça neles. 
    E, além disso alma penada pode ir para onde quiser, não se cansa, pode dar sustos nos outros, pode entrar aonde quiser sem ser notado. Estava até planejando ir para o Espírito Santo curtir uma praia, mas tinha dúvida se alma  penada poderia sentir a água  gelada e a brisa do mar. Enfim, seria uma alma penada do bem, assim como o Gasparzinho, o fantasminha camarada. 
    E também alma penada não precisa se preocupar com alimentação e muito menos com roupas (detesto lavar roupas). Enfim, até que a vida de alma penada não seria má coisa para aquele momento específico de minha vida... 
    Então sai pela BR mais feliz do que nunca e o engraçado é que eu estava me sentindo mais leve mesmo. 
    De noite, quando passei na entrada de um condomínio, um monte de cachorro começou a latir. Dizem os contos mineiros que eles conseguem enxergar alma penada. Continuei perambulando pela BR e entrei em um posto de gasolina. Havia perdido a noção do tempo, a noite estava demorando a passar  e cheguei a imaginar que viver na escuridão fazia parte do meu castigo. Então subi em uma cabine de um caminhão e perguntei as horas para  o motorista que estava dormindo. Era madrugada e eu fui logo perguntando, não tendo o cuidado de acordá-lo devagar. Obviamente ele se assustou e muito, pois estava dormindo com a janela aberta. Mas, na minha cabeça ele havia se assustado por que tinha avistado uma alma penada.
   No dia seguinte, ainda estava com dúvidas se realmente era uma alma penada ou não. Resolvi sentar na entrada de um restaurante para esclarecer de uma vez por todas sobre a minha condição de alma penada ou de ser humano. . Se não me enxergassem e passassem por mim, realmente eu era uma criatura do além. Se me pedissem licença, aquela voz teria sido algo de minha cabeça. 
    Não deu dois minutos e uma pessoa me disse educadamente que não poderia ficar ali sentado. Foi o suficiente para acreditar que não era uma alma penada. Mas a voz continuou e continua até hoje a me perturbar.  E sempre será um novo desafio tentar decifrar o que ela quer dizer, ou então ignorá-la.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

A bike deu ruim


   Olá pessoal, há muito tempo não peço ajuda por aqui  no blog. Confesso que fico constrangido com essa situação. Mas já alguns dias uma peça da bicicleta chamada catraca está com defeito. Está dando para andar, mas pelo barulho que ela está fazendo acho que em pouco tempo vai ficar inutilizável e poderá estragar quando eu estiver longe de casa.
    A bike hoje em dia é quase tudo para mim: um meio de transporte, uma excelente atividade física e um hobby, gosto de deixar ele brilhando e limpinha.
    Essa peça da foto é a que usei na minha viagem pela região sudeste, pensei que daria para usar um pouco caso a que estou usando desse defeito até conseguir comprar uma outra.
    Mas ela está bem ruim também.
    Depois que quebrei o dedão do pé só uso a bike como meio de transporte. Não tenho vergonha de pedir, sei que tem gente em pior situação do que a minha, mas já fiz alguns empréstimos pois sou aposentado.
    Uma peça nova custa em torno de 60 reais, mas qualquer ajuda é bem vinda. Aprendi a fazer a manutenção na maioria dos defeitos e dá para economizar na mão de obra.
    Também podem contribuir adquirindo o livro "Mente Dividida", de minha autoria. 
    Obrigado novamente à todos que me ajudaram até hoje, principalmente nas minhas pedalanças.
Conta
Julio Cesar dos Santos de Oliveira
Caixa Econômica Federal
Agência 2332
Operação 023
Conta 00016678-2
o dedão do pé esquerdo detonado. 

sábado, 8 de fevereiro de 2020

"Pré conceito": ignorância ou preguiça?

A falta de compreensão sobre alguns temas como transtornos mentais vem da ignorância, falta de interesse ou preguiça do ser humano?




    Resolvi criar um perfil fake com a finalidade de testar como está a situação atual que envolve notícias, fofocas, opiniões e pitacos tanto nas redes sociais como no mundo real. 
   O anúncio era de um sofá usado que estaria sendo doado por falta de espaço e por estar velho. Mas o texto só seria compreendido se fosse lido até o final...
    Publiquei o anúncio em vários grupos de vendas, doações e trocas em uma rede social. 
    Resultado: a maioria leu até o final e riu muito, mas boa parte das pessoas criticou e até queria chamar o Greenpeace para mim shasuahsuashass. Fora os xingamentos contra a minha pessoa e a minha  progenitora.
   Mas assim que acontece com as pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno mental. Quem não tem e não se informa sobre o assunto se acha no direito de opinar, criticar, zombar e tudo mais.  Infelizmente muitas pessoas só conseguem entender as dores que podem ser vistas ao olho humano, e às vezes nem isso, como aconteceu com o texto do sofá que seria doado.
    Não culpo todas as pessoas por esse tipo de "pré conceito". Afinal alguns transtornos mentais ainda são um mistério para  a ciência. Eu mesmo tinha muitos antes de surtar. Infelizmente a mídia pouco ajuda nessa situação, só noticiando com muita ênfase quando uma pessoa com transtorno mental comete algum ato de violência em um surto psicótico. Afinal ela não mostra casos de suicídio, talvez pensando que a verdade seja um incentivo ao autoextermínio. É preciso sim falar sobre o suicídio, a informação é a melhor maneira de combatermos todo tipo de preconceito. Segundo dados do senado federal, uma pessoa tira a própria vida a cada 45 minutos.... Ou seja, esse estratégia de omitir os fatos não está funcionando, pelo menos na questão do  autoextermínio...
Fonte: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/05/25/a-cada-45-minutos-uma-pessoa-se-suicida-no-brasil-dizem-especialistas-na-cas
   A maioria das pessoas que tem algum tipo de transtorno mental faz mais mal a si mesma do que ao próximo. Quando não tentam o suicídio se isolam em seus quartos, quase não saindo de casa para se divertir, e alguns mal conseguem estudar ou trabalhar. 
Obs: sempre borro o rosto das pessoas quando tiro algum print, mas esse não vou me dar ao trabalho de borrar, pois muitas pessoas não tiveram o trabalho de ler o texto por completo.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Perseguição à minha pessoa

E não é paranoia minha. 

    Acabo de voltar do almoço no restaurante popular. Todo dia vou e volto de bike.
E, como sempre tem acontecido ultimamente, viatura da polícia militar aciona o giroflex quando me avistam....
    O engraçado é que isso passou a acontecer depois que passei a criticar o atual prefeito de Belo Horizonte, pois a situação da cidade está caótica. Mas, como foi presidente do atlético mineiro, provavelmente será reeleito sem maiores problemas
    E também depois que passei a criticar os funcionários da rádio itatiaia, pois praticamente 100% deles que se candidatam à alguma coisa aqui em BH conseguem, e, quando não, conseguem um emprego na prefeitura...
    E, quando são convocados à trabalharem no exterior acompanhando o cruzeiro ou o atlético, geralmente faltam ao trabalho na câmara dos vereados ou dos deputados...
    Não roubei, não matei ninguém, e sou ficha limpa, como podem ver no atestado de antecedentes criminais.
    Com tanto bandido à solta pelas ruas e em alguns gabinetes eles vêm se preocupar logo comigo...
    Ontem tinha viatura estacionada 40 metros de onde moro.
    Aliás, um funcionário da rádio itatiaia, chamado Bruno Azevedo simplesmente teve que sumir da cidade, Foi encontrado, mas a emissora se negou a dar explicações sobre o fato....
    Se fugiu boa coisa não fez...
    Não tenho medo da  polícia, tenho respeito, o que é bem diferente. Medo quem tem é bandido.
    Medo eu tenho é de maus policiais e maus políticos...



Funcionário da rádio itatiaia desaparece, o provável motivo: ESTELIONATO....