domingo, 7 de julho de 2024

Pedalanças -2 Irei viajar de bike!!!

 Cicloviajar é preciso


    Quem me conhece pessoalmente ou através deste humilde blog e do meu canal no youtube sabe que gosto de viajar. Viajo da maneira e do jeito que posso. Em 2013 e 2014 fiz algumas andanças pela região sudeste a pé. Primeiramente fiz o Caminho dos Jesuítas, pelo litoral do Espírito Santo, entre as cidades de Vitória e Anchieta. Conheci lindas praias e até fiquei meio perdido em uma praia deserta, a água havia acabado e nada de encontrar casas pelo caminho. 
    Logo comecei a tomar gosto por essas andanças. Fiz então o caminho velho da estrada real, entre as cidades de Ouro Preto, em Minas Gerais, até Paraty, no Rio de Janeiro. Foram 710km de muitas aventuras, alegrias e perrengues.
     A minha terceira andança foi a mais curta. Apenas 100km por cidades próximas a Belo Horizonte. É o caminho de Sabarabuçu, também da estrada real. É o mais curto, porém o mais difícil, devido as serras bem íngremes. Se você não está subindo, está descendo. 
   Depois, percorri quase todo o litoral do estado de São Paulo,  o chamado Caminho dos Jesuítas. Comecei em Peruíbe, no sul do estado, até a cidade de Caraguatatuba. Depois fui para a capital e tive a oportunidade de conhecer a terra da garoa. 
O litoral de São Paulo é muito bonito. 



  Infelizmente quebrei o dedão do pé esquerdo no ano de 2014 e passei alguns anos sem saber o que fazer, pois não consegui atendimento pelo SUS. 
    Ficar de uma hora para outra sem poder fazer o que mais gostava foi um duro golpe. Mas, aos poucos, a fratura foi se calcificando. Passei a usar um tênis macio e às vezes colocando um solado extra de EVA comecei a andar mais ou menos normal. Eu mesmo fazia esses solados extras e ficava bem macio e então comecei a andar bem. Comecei até a voltar a jogar um futebolzinho, e fui campeão cinco vezes seguidas no torneio da primavera aqui em Belo Horizonte. É um campeonato realizado todos os anos entre os usuários dos serviços da saúde mental aqui da capital mineira. 
     Por volta do ano de 2017 redescobri a bicicleta. Comprei uma bem ruinzinha por um valor alto pelo que ela valia. O cara me vendeu a bike sem ela ter condições de subir. Só andava na reta. O cara morava longe e voltei para casa 30km empurrando na subida e andando muito mal nas retas. Cheguei um pouco detonado, mas o entusiasmo inicial se sobressaía a qualquer cansaço. 
    O tédio estava me dominando e corroendo a minha alma, até que, em 2019 resolvi fazer uma cicloviagem. Mas a bike que havia comprado não era boa e ainda tinha uma enorme solda onde fica o selim. Então procurei anúncios de bike usadas e encontrei um quadro de alumínio bem baratinho. 
   Coloquei algumas peças razoáveis nela e saí para a estrada. Enfrentei alguns perrengues de cicloviajante de primeira cicloviagem, mas foi uma  das melhores viagens que fiz durante os meus 56 anos de existência! A melhor que fiz foi o caminho velho da estrada real, pois o que gostava de fazer mesmo era andar no meio da natureza. 
    Foram 3050km em dois meses. Fui até a divisa do Espírito Santo com a Bahia, e desci o litoral capixaba até Marataízes, quase na divisa com o Rio de Janeiro. Fui até Cachoeiro do Itapemerim, e conheci a casa onde Roberto Carlos passou a sua infância. 
casa do Roberto Carlos em Cachoeiro do Itapemerim

     Depois, pedalei por algumas cidades do interior do Espírito Santo e Minas Gerais, em que pude concluir os 4 caminhos da estrada real, que comecei no ano de 2013. Missão dada é missão cumprida!
       Fiz esta primeira cicloviagem pela região sudeste, para pegar experiência. E também por que sou cismado. Penso que, se sair da região onde nasci irei me sentir um estranho. Quando fiz o caminho velho da estrada real estava com receio de atravessar a fronteira entre Minas Gerais e São Paulo. Pensava que os paulistas  iriam me hostilizar, mas, tenho um pouco de consciência que isso é paranoia de minha cabeça. Ter consciência de nossos problemas ajuda muito, mas não resolve todas as questões. 
    Quando pus os pés em terras paulistas, ao entrar em uma trilha no meio do mato, um helicóptero começou a sobrevoar o céu e pensei que estavam me monitorando. Era na cidade de Cruzeiro e os marcos que indicam o caminho a seguir na estrada real não estavam colocados em seus devidos lugares. Estavam jogados no chão, pois, na época a prefeitura não havia ainda feito o serviço. Por sorte encontrei um senhor chamado Jair que me deu as dicas sobre como percorrer a trilha. Se não fosse esse senhor iria ficar perdido no meio do mato e poderia escurecer. E ainda havia chovido na parte da tarde naquele dia. Ou seja, iria passar sérios apuros. E ainda o seu Jair me convidou para almoçar em sua casa que fica no início dessa trilha na cidade de Cruzeiro. Minas é conhecida pelo seu povo hospitaleiro, mas tem gente boa em todos os lugares. 
Se não fosse o seu Jair provavelmente iria ficar perdido na mata. 

     Andar por Minas Gerais é bão dimais. Ar puro, povo hospitaleiro, e a culinária então nem se fala. E também entramos em contato com a cultura desses lugares. Conheço um casal que tem condições de fazer a viagem de carro, mas preferiu fazer os quatro caminhos da estrada real a pé também. Eles dormiam em hotéis e não precisavam carregar uma barraca e uma mochila pesada nas costas, mas, pela idade deles, foi uma grande conquista também. 

Um pouco da cultura mineira. 

     Confesso que depois de 2 meses pedalando deu uma saudade de uma caminha bem aconchegante e uma TV para assistir filmes e séries. Então voltei para Beuzonte e aluguei um quartinho. 
    Mas em pouco tempo senti saudades de sentir o ventinho no rosto ao pedalar nas estradas. Planejei então uma nova cicloviagem, desta vez para o Uruguai. Seria um desafio muito grande para o esquizo aqui. Me sentia um estranho em outros estados, imagina em outro país! Mas a intenção era apenas ficar um dia por lá, pegar uma praia e voltar, só para falar que já fui no exterior. Ficaria cismado só de ficar ouvindo as pessoas falarem um idioma que não domino. Se bem que conheço um pouquinho de portunhol, pois acho muito legal falar esse idioma. Mas, infelizmente a pandemia chegou e resolvi não me arriscar e seguir as recomendações para ficarmos em casa. 
    Os anos seguintes também a pandemia não havia totalmente sido controlada e continuei em Belo Horizonte. Mas o tédio estava tomando conta de mim, estava fazendo tudo no automático, aquela rotina que detona qualquer pessoa. Estava tão entediado que nem havia comemorado o último torneio da primavera entre os usuários do serviço de saúde mental aqui em Belo Horizonte. 
      O tédio sempre foi minha companhia. Na época em que trabalhava não conseguia ficar mais de sete meses em uma firma. 
      Então resolvi fazer uma nova pedalança. Meio sem destino, sem planejar muito. Estou nos últimos preparativos finais para melhorar algumas coisas em relação à cicloviagem de 2019. E a manutenção básica, para não ficar com problemas mecânicos no meio do caminho. Está quase tudo pronto, faltam alguns detalhes, mas vai ser nos próximos dias. 
      Infelizmente parece que o custo de vida está aumentando muito e o salário mínimo está perdendo o seu valor de compra. Adquiri algumas peças da bike e outros equipamentos, mas ainda faltam algumas coisas. Quem puder ajudar é só fazer o PIX ou entrar em contato comigo pelo email abaixo. 
Pix   juliocesar_555@yahoo.com
Email  memoriasdeumesquizofrenico555@gmail.com
        Também podem me ajudar adquirindo meus livros, em que falo sobre esquizofrenia e outros assuntos, além dos diários de minhas viagens. 
       São cinco livros no formato PDF por apenas 20 reais!
      Além da ajuda financeira, orações e preces para que Deus e o meu anjo da guarda me protejam e me guiem pelo bom caminho mais uma vez nesta jornada. 
Abraços à todos e fiquem com Deus.