quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Esquizofrenia não é só esquizofrenia

    Antes de começar o post, gostaria de esclarecer novamente que não tenho aqui e em lugar nenhum de definir o que é esquizofrenia e tampouco mostrar o caminho para se livrar desse transtorno.
    Não sou formado em psicologia e nem em psiquiatria, mas o que vivi e passei acredito que me  credenciam para escrever algo sobre o assunto. Além de estudá-lo, infelizmente (ou felizmente?) tenho experiência e prática com a esquizofrenia. Só quem passou e passa por isso sabe do que estou falando.
   Não tenho a solução, apenas posto o que penso e sinto, e creio que isso ajuda de certa forma quem está lidando pela primeira vez com essa questão, seja direta(portador) ou indiretamente (familiares, namorados, patrões, etc).
    Nos grupos do facebook sobre os vários transtornos mentais, pude perceber uma enorme preocupação das pessoas no fato de acharem que tenham esquizofrenia. Vou tentar exemplificar:
    Uma pessoa, em um local público, "cisma" que está sendo observada. De vez em quando ela olha para os lados para tentar constatar se isso realmente corresponde à realidade ou não. Ao perceber que a galera está "pouco se lixando" para ela, continua a fazer normalmente o que estava fazendo antes. Isso é uma cisma, incomoda, é claro, mas não chega a impedir que a pessoa realize algo, como, por exemplo, ir à um shopping ou ao cinema.
    Agora, se a pessoa se incomoda e muito com esse pensamento de que está sendo observada, chegando a ficar tensa, isso já pode ser uma neurose. Por exemplo, o cara está sozinho, comendo uma bela pizza quatro queijos em um shopping. O local está relativamente vazio e ele se sente confortável naquele ambiente. Mas, de repente, as mesas começam a ficam ocupadas por casais e grupos de amigos. A musculatura vai se contraindo, a respiração já não é tão tranquila e serena. A pizza já não está tão atraente e a cerveja já não está descendo redonda. O cara evita olhar para os lados e come apressadamente a pizza. Isso já é uma neurose, é um distúrbio, mas não interfere na atividade do indivíduo e nem o seu raciocínio lógico.
    Agora, outra situação parecida, mas com reação um pouco diferente:
    A pessoa está em um local comendo a mesma pizza deliciosa de quatro queijos e, quando chegam várias pessoas ela começa a ficar tensa, e já começa a cogitar em ir embora. Olha para os lados, e, quando vê as pessoas rindo, tem a certeza absoluta de que o alvo da gozação é ela. Acredita firmemente que estão falando dela, e sua autoestima vai lá pra baixo. Ela tem duas saídas: ou deixa a pizza no prato ou vai embora, pois não sabe quanto tempo vai aguentar aquela situação, correndo o risco de mandar alguém "tomar suco de caju". Ou seja, ela teve a certeza em sua mente de que estavam falando dela, a sua neurose acabou virando realidade e virou uma psicose. Se o indivíduo ouvir comentários a seu respeito e que não foram reais, ai a chance de ser uma esquizofrenia é alta.
    Resolvi falar um pouco sobre isso, pois, devido a falta de informação e ao estigma que a esquizofrenia carrega, muitas pessoas ficam simplesmente apavoradas só de imaginarem que tem a possibilidade de serem esquizofrênicas.
esquiSofrenia?
Nas redes sociais várias pessoas postam perguntas como a da imagem acima. Mas as coisas não são bem assim. Muita gente tem mana de perseguição, às vezes se sentem o salvador da pátria, outras chegam a conversar sozinhas. O que o esquizofrênico tem, os "os ditos normais" também podem ter, só que em menor grau. ou seja, isso não chega a atrapalhar muito a qualidade de vida do indivíduo, e nem o seu raciocínio e nem a perda do contato com a realidade.

Esquizofrenia não é só "esquizofrenia"
    Antes dos surtos, eu me definia como um cara muito tímido, retraído e com muitos complexos, principalmente de inferioridade. Nada muito além disso. Ia à shows e não reparava em nada além de quem estava se apresentando. Não conseguia me aproximar das garotas, mas saia de casa e me divertia com os meus amigos, principalmente os rockeiros, para demonstrar um pouco da minha rebeldia, pois desde criança já me sentia diferente dos demais. 
    Depois dos surtos e da esquizofrenia ter saído do estado de latência, as coisas começaram a ficar um pouco tensas pro meu lado. 
    Na imagem acima uma pessoa com TOC indaga se esse distúrbio possa ser um indício de esquizofrenia. Não sou psiquiatra para poder dar um diagnóstico, mas, poso dizer que as chances são mínimas, pois ela não relata os sintomas clássicos da patologia da mente dividida que são as alucinações e a mania de perseguição. Mas é sempre bom alertar os pais estarem sempre atentos aos seus filhos, pois a esquizofrenia também é comportamento e pensamento. Hoje em dia quando se vê uma criança agitada logo se fala em hiperatividade e já se fala em medicação. Creio que devem se preocupar mais quando uma criança é por demasia quieta e calada. Eu era assim quando ia na casa de desconhecidos, e isso era confundido com bom comportamento e educação. 
    Mas resolvi criar este post para comentar os diversos comportamentos que adquiri depois dos surtos, e creio que alguns portadores também tenham adquirido. É como se a esquizofrenia levasse a pessoa a ter outros distúrbios mentais. Esses outros distúrbios não são incapacitantes, mas incomodam e muito a vida de quem os tem. 

TOC
    Depois dos surtos fiquei com alguns comportamentos meio chatos. Para resumir, TOC são manias e rituais que uma pessoa acredita que são obrigadas a realizarem, caso contrário, poderá acontecer uma catástrofe ou então "as coisas" não irão dar certo.
    Isso acontece comigo, principalmente no futebol quando acompanho o meu time, seja pela TV ou pelo rádio. Na verdade, não sei nem se posso acompanhar o meu time. Se ele ganha e estou assistindo o jogo, chego à conclusão que ele ganhou por minha causa e então fico confiante para a próxima partida. Mas quando ele não ganha o próximo jogo vem a sensação de ser o pé frio e o causador da derrota, que a minha influência não foi boa para os jogadores. Então resolvo não assistir o próximo jogo. E se ele perde novamente o jogo e eu não estou assistindo, volto a assistir, pois ele perdeu por que eu não estava emitindo as minhas vibrações positivas. Não sei se deu para entender, o negócio é meio complicado mesmo. Até hoje não cheguei à conclusão se devo ou não acompanhar os jogos do meu time (não vou falar qual é). Quem adivinhar o time que eu torço vai ganhar um livro no formato PDF. Não vale dizer quem eu já revelei.
    Essa mania se estende para outros setores da minha vida. Se algo deu certo e funcionou bem, procuro fazer exatamente igual na próxima oportunidade, chegando a ser um ritual mesmo. Não é o fato de fazer algo com cuidado e dedicação, é fazer a coisa com os mesmos mínimos e insignificantes detalhes da vez anterior que deu certo. Chega a ser um sofrimento.


Hipocondria
    Antes dos surtos, não tinha a mínima preocupação com as bactérias, germes, e outros microrganismos nocivos à saúde. Dá até para contar às vezes em que fui parar no hospital. Só acidente mesmo. Me lembro que fui parar na farmácia todo sangrando quando era criança. Havia desmontado o velocípede e jogado o guidão para o alto. Fiquei olhando o objeto voando e ai... caiu bem em cima da minha testa. 
    Cheguei a comer uma lata de brigadeiro da nestlé com o prazo de validade vencido há um ano. "Confio nas defesas naturais do meu organismo!" - era o que eu costumava dizer quando alguém me pedia para não fazer essas estrepolias alimentares. Quase não usava o merthiolate, além de arder, não me preocupava realmente com as bactérias mesmo.
     Mas, depois dos surtos, tudo mudou. Penso nas bactérias quando entro no ônibus e tenho que me apoiar naqueles canos de ferro quando não acho um assento vazio. Quando entro no banheiro, quando vou ao posto de saúde, quando pego em dinheiro, imediatamente pensa nas bactérias. Chego a pensar a lavar as mãos antes e depois de urinar. 
     Quando estive em São Paulo fiquei chateado quando fui ao posto de saúde e não me deram a vacina para a gripe, por não estar na faixa etária indicada. Até que cheguei a insistir, mas não obtive sucesso. Já em Ipatinga-MG, por volta do ano de 2008 consegui tomar uma dose da vacina contra a gripe suína, que na época era somente administrada aos idosos e as crianças. Essa gripe estava virando uma epidemia no mundo e podia até matar. Fiquei desesperado. Mas, por sorte que conhecia uma enfermeira de um posto de saúde que entendeu a minha situação. Combinamos um horário de pouco movimento e, apesar de não gostar de agulhas, foi com o maior prazer que tomei a injeção contendo os anticorpos daquela doença. 
     No mesmo albergue em São Paulo, o pessoal do posto de saúde apareceu por lá certo dia para colher o material para fazer o exame de tuberculose para quem estivesse apresentando os sintomas, como tosse por mais de não sei quantas semanas. Claro que eu queria fazer o exame, apesar de não ter sintoma nenhum. Tive que insistir, mas consegui fazer o exame. Poucos abrigados quiseram fazer o exame, e isso não entrou na minha cabeça. Como pode? Um exame gratuito, a pessoa vem até ela, e o cara não quer? 
    A funcionária do posto de saúde disse que, depois dos exames feitos, quem tivesse tuberculose seria avisado para receber o devido tratamento.
    - Mas e quem não tem, deve ser avisado também né? Tão importante saber que tem é saber que não tem a tuberculose né? - reclamei. Como é bom receber um exame e ver que está tudo em ordem...
    Quando uma pessoa tosse ou espirra perto de mim, já fico tenso. Se esta pessoa não coloca a mão no rosto e faz essas coisas para baixo, tenho que me conter para não ser chato e não pedir que ela não espalhe suas bactérias pelo ambiente. 
    Houve uma época em que tomava antibióticos sem apresentar nenhum sintoma de que estava acontecendo algo de errado com o meu organismo. Era como se fosse uma forma de prevenção, pelo menos era isso o que se passava na minha cabeça. Era para matar uma eventual bactéria que estivesse passeando pelo meu corpo... Ainda bem que hoje em dia as farmácias hoje em dia só vendem esses medicamentos com receita médica.
    Uma vez por ano, costumo fazer a cura do limão. Muito tenso, tenho que tomar cerca de 120 limões em jejum em vinte dias. No décimo dia, são dez limões, de uma vez só. Dá uma tontura nesses dias, mas, no final, sinto que isso funciona e fico mais revigorado. 

Fobia social
     A fobia social já praticamente faz parte da esquizofrenia, nem é preciso entrar em detalhes. Evitamos a vida social por medo de sermos julgados, comentados, difamados, etc. De pensarmos que estamos sendo observados, de termos uma crise, sei lá Não é exatamente a fobia social, o tratamento provavelmente é diferente da esquizofrenia, mas é uma fobia social: 
-fobia= medo 
-social= do latim, que quer dizer "associação amistosa com outros".
    Às vezes não nos socializamos por tristeza mesmo, pois não é fácil receber um diagnóstico de esquizofrenia, de tão grande que é o estigma que cerca essa patologia. Deve ser algo parecido quando alguém recebe o resultado do exame de HIV. Não sei qual o procedimento para revelar esse diagnóstico para o paciente, mas sei que deve ser dado com muito cuidado e cautela. Eu mesmo, acho que pelo fato de trocar constantemente de psicólogas devido às minhas mudanças, nunca me falaram na cara que eu tinha esquizofrenia, somente fiquei sabendo mesmo quando fui fazer a minha primeira perícia e li o laudo. 
    Mas voltando ao assunto fobia social, creio que 80% dos portadores de esquizofrenia se isolam do mundo, tem imensa dificuldade de fazer novas amizades e até de manter as antigas. Foi o que aconteceu comigo. Hoje passo 23 horas por dia no meu quarto, não tenho amigos, nem me lembro da última namorada. Meu mundo é o meu quarto, por isso fiz tanta questão de comprar uma TV LCD, um notebook e um home theather. É o cinema em casa mesmo...
    Saio para almoçar e volto apressadamente. Não há o que fazer. Às vezes dou uma passada no centro de convivência, mas nem lá me sinto à vontade. Também, às vezes, vou ao parque ecológico, me exercitar um pouco naqueles aparelhos coloridos para o pessoal da terceira idade e também curtir um pouco a natureza. 

Depressão     
A esquizofrenia tem o seu lado parecido com a depressão: falta de ânimo, apatia, embotamento afetivo, etc. São os chamados sintomas negativos. E eles são tão prejudiciais quanto os positivos. 
Até hoje não tenho isso resolvido em minha mente. Não sei se é algum problema de saúde, ou se preciso voltar a tomar a sertralina que não me deu muitos efeitos colaterais. Aliás, deu um sim, e bem estranho. Depois que passei a tomar este medicamento comecei a achar graça na programação dominical da TV aberta. Quando me peguei dando gargalhada vendo um certo programa, resolvi por conta própria parar com a medicação, pois o "abestamento" é uma reação adversa um pouco grave. 
    Bem, pessoal, é isso o que tenho a dizer. A esquizofrenia é tão complexa que engloba outros transtornos mentais, sendo até confundida às vezes com a bipolaridade: meu humor oscila bastante, de um dia para outro, ou melhor, de uma hora para outra, o que me faz evitar de marcar encontros, por não saber como estarei no dia marcado. Mas não penso em remédios para controlar isso, pois, como bom hipocondríaco que sou, já fico doente só de ler a bula dos remédios... 

11 comentários:

  1. Se você acompanhava o clássico Atletico-MG e Cruzeiro do lado de fora do mineirão no passado, provavelmente é América-MG.
    Outro dia estava conversando no grupo com um portador e ele perguntou ao vazio e eu respondi(gosto de responder a quem ninguém quer responder) sobre o prosseguir ou não prosseguir com os tratamentos medicamentosos e tambem outra indagação de outro sujeito que esse mesmo exclamou - "escolhas entre viver em um mundo só meu ou admitir que vivemos em um mundo doente". Eu disse a ele para não ficar ancioso ou preocupado que o mesmo havia chegado em um ponto tal no storyboad da esquizofrenia que passavam a elogia lo, que esta coisa é sinal que havia chegado longe na esquizofrenia e que não pensasse em voltar atrás( parar com os medicamentos). Este rapaz é autor deste blog http://esquizofreniapsicose.blogspot.com.br/. AS PESSOAS QUE TEM MEDO E RECEIO DO DIAGNOSTICO DE ESQUIZOFRENIA; O DIAGNOSTICO DEMANDA UM BOM TEMPO, BOM TEMPO NÃO É 1-2a CONSULTAS, MAS PORÉM TEMPO, QUE FIQUEM TRANQUILAS OU ACEITAR A DOENÇA NÃO SIGNIFICA QUE VOCÊ NÃO POSSA "VENCE-LA". É ALGO PESSOAL DO SUJEITO E SUA CONCIENCIA, E QUE O NUMERO DE PORTADORES QUE CONSEGUIRAM VENCER A DOENÇA E TER UMA VIDA COMPLEMENTE NORMAL É INFINITAMENTE VASTA E NUMEROSA. O que reportou o Julio Cesar está tudo diretamente atrelado a esquizofrenia e suas fases(batalhas). Vamos ver se vou faturar este livro. Abraço

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  2. Infelizmente você não acertou o time. Apesar de ser mineiro de coração, meu time é de outro estado. Mas atualmente não sou tão fanático como antes dos surtos( o embotamento traz essa vantagem rsrsrs). Na época eu morava em Ipatinga, e o time da cidade estava muito bem, havia chegada às semifinais da copa do Brasil e subido para a primeira divisão do campeonato brasileiro. Mas depois caiu, e agora está na segunda divisão do mineiro. Depois vou dar uma olhada no blog do cara. Realmente o diagnóstico da esquizofrenia pode demorar até anos, e creio que foi justamente por causa disso que as psicólogas não me falavam nada sobre o assunto, pois eu não costumava ficar muito tempo em uma cidade. Vencer a esquizofrenia acho algo muito difícil, e ter uma vida completamente normal creio que seja quase impossível, pois tem o lado psicológico, que deve ser muito bem cuidado, e, no Brasil, como as pessoas dependem muito do SUS, isso fica sendo quase uma utopia. Tem esse documentário aqui, no youtube, que mostra como duas pessoas se recuperaram, mas isso aconteceu fora do Brasil, e a terapia ajudou bastante.
    https://www.youtube.com/watch?v=SAaVWb2Xlpc
    Obrigado pela visita ao blog. Se quiser, vou ter dar mais uma chance para acertar o meu time.

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    1. Gosta de Rock na juventude, andava enturmado no mesmo período, e o próprio nome sugere.....Deve ser torcedor do Santos.
      Eu assisti parte deste vídeo e este material não me diz nada. Sou da teoria psicossocial cristão pela parcimônia.

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    2. Errou rsrsrs Apesar do nome, não sou do Santos.

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  3. Se dominar o ingles leia as obras thomas szass e os escritos de jung sobre a esquizofrenia

    meu blog:

    http://darksecretpersonalityintroverted.blogspot.com.br/

    esquizofrenia não existe, é perseguição politica a quem tem um nível de consciencia mais elevado a ponto de questionar a sociedade, sendo a família uma própria instituição da sociedade.

    se esquizofrenia fosse meramente alucinações, não existiria a necessidade do psiquiatra tentar a forçar o paciente mental à sobressocialização, vida social etc lugar cheio de bullyiong mentira, sendo o valor da amizde um valor mentiroso feito pra economia movimentar. esquizofrenicos isolados socialment são capazes de não contribuir com o consumismo, logo são perseguidos e impedidos de conseguirem sucesso em suas vidas.

    segundo o espiritismo esquizofrenicos saõ espiritos do mal, que em outras vidas mataram seus amigos. sendo amizade uma parada falsa, bullying termina em morte amizade é bullying. eu vejo o ato de matar um merdamigo como uma atitude justa. nós temos qeu descobrir a natureza obscura que existe em nós, somos inimigos da humanidade, inimigos desse mundo, e estamos aqui apenas pra sermos egoístas e satisfazermos nossas necessidades, fazendo o que queremos e boicotando essa sociedade hipocrita.

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    1. Olá, vou dar uma olhada em seu blog. Concordo com algumas coisas que comentou, outras não. Mas a esquizofrenia é isso, uma incógnita para grande parte da humanidade e até para os profissionais da área da saúde mental. O blog é democrático e sinta-se à vontade para comentar. Ainda hoje questiono algumas coisas, mas creio que a esquizofrenia exista sim, só que não é um puro fator químico como a maioria insiste em dizer.

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  4. Interessante seu blog. Gostaria de pegar uma ponga no seu post e fazer duas considerações: 1. Você citou dois sintomas relevantes da esquizofrenia - alucinações e mania de perseguição. A mania de perseguição, quando atinge o nível de veracidade para o sujeito, recebe o nome de delírio: uma crença do sujeito de estar sendo vítima de perseguição. Esse tipo de delírio (persecutório) é real na mente do sujeito, de modo que só alguém do convívio pessoal pode perceber e encaminhar ao médico. Quando o tema do delírio é algo mais bizarro, estranho ou fantasioso, fica fácil uma pessoa de fora do círculo de convivência da pessoa perceber. 2. Quando você fala da "gargalhada [...], pois o 'abestamento' é uma reação adversa grave", é importante ressaltar que esse comportamento pode ser, também, um sintoma da esquizofrenia. O riso imotivado é um dos sintomas da patologia, geralmente a do tipo Hebefrênica. No seu caso foi uma reação adversa, mas em outros pode ser um sintoma do próprio transtorno. Por isso, considero importante que antes de avaliar um sintoma ou comportamento como efeito colateral de alguma medicação, deve-se procurar o médico e relatar as observações pós medicação. Até porque, depois da fase aguda (geralmente, alucinações e delírios), o paciente pode apresentar outros sintomas. E os sintomas/comportamentos pré-surto, durante o surto e pós-surto, serão importantes para que o médico chegue a um diagnóstico e, confirmando a patologia em questão, possa ter um norte ao classificar o tipo de esquizofrenia. Abraço. E parabéns pelo seu trabalho!

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    1. Olá, parabéns pelo comentário, não tenho que acrescentar nada, pois tudo o que postou foi coerente. Realmente alguns sintomas da esquizofrenia podem se parecer com as reações adversas dos medicamentos, o que torna ainda mais complicado o controle da patologia. Obrigado pela participação e costumo até dizer que os comentários são tão importantes ou até mais do que o próprio post. Abraços

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  5. Até camisinha usada tem seu valor. Se fosse de outra forma ainda imperaria o tempo medieval onde loucos eram jogados para morte penhasco abaixo.

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  6. Poxa adorei seu blog, gostaria de compartilhar que descobri recentemente que meu irmão tem esquizofrenia, porém ele toma muitos remédios fortes com que faz não ser capaz de poder trabalhar ou fazer qualquer outra atividade normal, só fica dentro de casa, muito triste.

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    1. Parece que grande parte dos psiquiatras desconhecem a palavra meio termo quando o assunto são os medicamentos. Geralmente receitam doses altíssimas de antipsicóticos, parece um atendimento padrão, todos recebem a mesma dosagem, independente da gravidade do caso, a idade e as condições de saúde do paciente. E sem contar o fato que cada pessoa reage de uma maneira diferente aos medicamentos. Alguns são mais sensíveis e tem mais efeitos colaterais do que outros.
      Tente ouvir uma segunda opinião, talvez encontre um psiquiatra que consiga achar um meio termo, não receitando doses altas de medicamentos para seu irmão.
      Abraços

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