segunda-feira, 12 de março de 2018

A esquizofrenia melhora com a idade?


A esquizofrenia melhora ou piora com o passar dos anos?

    Primeiramente gostaria de dizer que a intenção desta postagem não é definir o que é e quando começa a velhice, visto que, na minha humilde opinião, tudo depende muito de nossos hábitos alimentares, físicos e principalmente de nossa mente, que pode estar ou não envelhecida muito mais do que o nosso corpo físico. Confesso que às vezes me sinto envergonhado ao ver pessoas com mais idade do que eu esbanjando saúde, bom humor e disposição para realizar as tarefas do dia a dia.
    Meu humor é bastante instável, tem dias que acordo me sentindo um jovenzinho, dá até vontade de vender "tudo" o que tenho (uma TV LCD, um frigobar, um notebook CCE e um home theather da LG) e sair por aí viajando pelos caminhos da estrada real.
    Mas tem dias que acordo tão mal que penso logo em ir ao posto de saúde e marcar uma consulta com o clínico geral para agendar o maior número de exames possível. Teve época que cismava que tinha algum problema no coração, outra que tinha aids, e atualmente ando cismado que tenho algum tipo de câncer qualquer.  (neste momento pensei em câncer de próstata, mas não quero fazer o exame não, existe um exame de sangue preliminar que, dependendo do resultado, consegue descartar o exame do dedão). Essa cisma de câncer começou a aparecer depois que o apresentador Marcelo Resende faleceu no ano passado devido à complicações no pâncreas. 
    Mas, como a postagem se refere à relação esquizofrenia x velhice, gostaria de começar com um texto publicado na Scientific American sobre o ícone da superação da esquizofrenia, que é o nosso querido John Nash. Infelizmente ele nos deixou no ano de 2015, devido à um acidente automobilístico. 
   John Nash foi diagnosticado com esquizofrenia por volta dos 30 anos, tendo passado por inúmeros tratamentos e internações. A partir desse momento sua vida não foi mais a mesma, só voltando ao convívio social aos 50 anos de idade. 
     Mas o que aconteceu para que sua condição melhorasse a ponto de ter o seu casamento reatado no ano de 2001? A esquizofrenia realmente melhora com o passar dos anos? Seria o amadurecimento? Uma experiência prática com o transtorno? 
    Como sempre costumo dizer, não sou muito fã do Control V + Control C, mas às vezes isto se torna necessário para ilustrar e melhorar o entendimento da postagem. Abaixo na íntegra o texto que conta um pouco sobre essa fase da vida de John Nash. 

John Nash
  "O matemático norte-americano John Forbes Nash, que morreu em 23 de maio em um acidente de carro, era conhecido por suas décadas de batalha contra a esquizofrenia.
   Sua árdua luta foi retratada primorosamente no filme “Uma Mente Brilhante”, de 2001, premiado com quatro Oscars no ano seguinte.
    Mais tarde na vida, Nash aparentemente tinha se recuperado da doença; o que, segundo ele, havia acontecido sem medicação.
    Mas com que frequência pessoas se recuperam de esquizofrenia, e como uma doença tão destrutiva desaparece?
    Nash desenvolveu sintomas esquizofrênicos no final da década de 50, quando tinha cerca de 30 anos, e depois de ter feito contribuições pioneiras para o campo da matemática, inclusive a extensão da teoria dos jogos, ou a matemática de tomada de decisões.
    Segundo o jornal The New York Times, foi nessa época que ele começou a exibir um comportamento bizarro e a experimentar episódios de paranoia e delírios.
    Ao longo das décadas seguintes, ele foi hospitalizado várias vezes e vivia tomando medicamentos antipsicóticos intermitentemente.
Mas na década de 80, quando Nash estava na casa dos 50 anos, sua condição começou a melhorar.
    De acordo com o New York Times, em meados da década de 90, ele escreveu a um colega em um e-mail que: “Em última instância, emergi do pensamento irracional sem outros remédios, exceto as mudanças hormonais naturais do envelhecimento”.
    Nash e sua esposa Alicia morreram aos 86 e 82 anos, respectivamente, em um acidente na New Jersey Turnpike, uma rodovia pedagiada, quando estavam a caminho de casa voltando de uma viagem em que Nash tinha recebido um prestigiado prêmio por seu trabalho.
    Estudos realizados na década de 30, antes que medicações para esquizofrenia estivessem disponíveis, constataram que cerca de 20% dos pacientes se recuperavam por conta própria, enquanto 80% não conseguiam fazer isso, explicou Gilda Moreno, psicóloga clínica no Hospital Infantil Nicklaus, em Miami.
    Estudos mais recentes constataram que, com tratamento, até 60% dos pacientes com esquizofrenia podem alcançar remissão, o que pesquisadores definem como tendo sintomas mínimos por pelo menos seis meses de acordo com um estudo de revisão, de 2010, no periódico especializado Advances in Psychiatric Treatment (em inglês).
    Não está claro por que apenas alguns pacientes esquizofrênicos melhoram, mas pesquisadores sabem que diversos fatores estão associados a resultados melhores.
    Nash parece ter tido muitos desses fatores a seu favor, observou Gilda Moreno. [Consulte “Cinco tratamentos controversos de saúde mental”, em inglês.]
    Pessoas que têm um início mais tardio da doença tendem a ter um quadro de recuperação melhor que aquelas que experimentam seu primeiro episódio de psicose na adolescência, explicou Moreno. (“Psicose”, no caso, se refere a perder contato com a realidade, o que se manifesta por sintomas como delírios.)
    Nash tinha 30 anos quando começou a apresentar sintomas de esquizofrenia, que incluem alucinações e delírios.
    Além disso, fatores sociais, como ter um emprego, uma comunidade de suporte e uma família capaz de ajudar com tarefas cotidianas, também estão ligados a resultados melhores para pacientes com esquizofrenia, salientou Moreno.
    Nash teve colegas que o apoiaram e o ajudaram a encontrar empregos onde pessoas o protegiam. Também teve uma esposa que cuidou dele e o levou para sua casa mesmo depois de o casal se divorciar, o que pode tê-lo impedido de se tornar um sem-teto, de acordo com um episódio do programa da PBS “American Experience”. 
   “Ele tinha todos esses fatores de proteção”, resumiu Moreno.
   Alguns pesquisadores observaram que pacientes com esquizofrenia tendem a melhorar à medida que  envelhecem.
    “Sabemos que, como regra geral e com exceções, à medida que pessoas com esquizofrenia envelhecem, elas apresentam menos sintomas, como delírios e alucinações”, declarou o doutor E. Fuller Torrey, psiquiatra especializado em esquizofrenia, em uma entrevista ao programa  “American Experience”, com foco em Nash.
    No entanto, Moreno salientou que muitos pacientes piorarão com o tempo, se não tiverem acesso a cuidados médicos adequados e não estiverem em um ambiente de suporte.
    “Quando você tem um esquizofrênico que teve vários episódios/colapsos psicóticos, existe um caminho descendente, de declínio”, explicou Moreno.
    De acordo com ela, pacientes sofrem financeiramente porque não podem trabalhar, fisicamente porque não conseguem cuidar de si mesmos, e socialmente porque seus comportamentos bizarros os distanciam de outros.
    Pode ser que pessoas que têm ambientes de suporte adequados sejam as que são capazes de viver até uma idade mais avançada, e ter um resultado melhor, acrescentou ela.
    Ainda assim, não há nenhuma garantia de que alguém vá se recuperar de esquizofrenia: um paciente pode ter todos os fatores de proteção, mas não se recuperar, salientou Moreno.
    A maioria dos pacientes lida com seus sintomas por toda a vida, mas muitos também são capazes de desfrutar uma existência gratificante, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH)."
Futuras pesquisas sobre as causas da doença podem levar a melhores formas de prevenir e tratar a doença, avalia o NIMH.
Publicado em Scientific American em 4 de junho de 2015.

O meu ponto de vista
    Gostaria, antes de tudo, de dizer que não me acho o dono da verdade e tampouco o "sabe tudo". O blog é apenas um relato de minha experiência com a esquizofrenia, os meus estudos e o convívio com outras pessoas que têm algo semelhante ao que tenho. 
    No meu caso em particular, sinto que a esquizofrenia, com o passar do tempo e com a chegada da velhice (estou com 49), melhorou em alguns pontos, mas piorou em outros. Obviamente a experiência prática no assunto me fez evitar situações que poderia desencadear um provável surto psicótico: stress, discussões, maus hábitos, pessoas que querem o nosso mal, etc... Procuro sempre aprender com os meus erros, e também com as situações difíceis, para que não ocorram novamente. Procuro também me conhecer o melhor possível, para identificar todos os meus pontos fracos
   Para ajudar, tive a “sorte” de me aposentar e assim evitar as várias noites que ficava sem dormir, devido a minha profissão ser a de operador de som. É uma profissão que eu adorava, mas, que, depois do surgimento da esquizofrenia passou a ser algo quase que inviável de se fazer, pois ultimamente não estou mais tolerando sons acima de certos decibéis, além de ter que conviver e trabalhar no meio de uma multidão de pessoas. 
o operador de som controla o áudio no meio do povão....

     Alguns profissionais da saúde mental afirmam que a esquizofrenia seja somente o aumento da dopamina no cérebro, e por isso receitam os antipsicóticos que tem como função básica abaixar os níveis desses neurotransmissores em nosso organismo. Na minha "humildissíssima" opinião  o aumento da dopamina seria apenas uma consequência da esquizofrenia e não a própria patologia. A dopamina é necessária, mas na quantidade certa, pois ela é responsável pela vontade de realizar as tarefas, assim como a serotonina tem a ver com a sensação de bem estar. 
    Infelizmente faz parte do processo de envelhecimento a diminuição de vários neurotransmissores, como a dopamina, a serotonina, etc.. A dopamina dizem que é a que mais se tem queda, por isso os problemas motores... O metabolismo também fica lento, e outras coisas também, que prefiro não comentar... 
   Resumindo, os sintomas positivos podem sim diminuir com a idade, devido aos fatores que descrevi: amadurecimento, experiência prática no assunto que ajuda a evitar situações desencadeadoras de surtos e crises, e a baixa produção de dopamina que o organismo apresenta com o decorrer da idade. 
    Mas, se por um lado os sintomas positivos tendem a diminuir com a idade, o mesmo não se pode dizer em relação aos sintomas negativos....
    No meu caso em particular os sintomas negativos aumentaram e muito com o passar do tempo e principalmente depois dos 40 anos de idade... Quem acompanha o blog pode notar que as postagens não são publicadas com a mesma frequência do que no início... E algumas postagens não são tão alegres como antigamente. Antigamente parecia que abaixava um santo em mim e em poucos minutos escrevia no meu caderninho uma postagem inteira.. Tenho o costume de deixar perto da cama uma caneta e um caderno para, quando surgir inspiração possa anotar tudo. Hoje geralmente escrevo um pouco, guardo no caderno, e espero o ânimo chegar para passar tudo para o blog.... 
     Parece que vem algo como uma depressãozinha ao descobrirmos e termos a consciência de temos uma patologia que é cercada de muitos estigmas e preconceitos. Passamos a analisar a nossa vida e chegamos à conclusão de que muitas situações poderiam ser evitadas se não tivéssemos essa doença. 
    E com a diminuição da dopamina diminui a vontade de realizar as tarefas, de descobrir o mundo que nos cerca. Por isso que muitos pacientes são chegados à um cafezinho bem forte. No meu caso compro o café extra forte e faço ele forte shasahsashausas Mas não tem adiantado muito não. 
    Como disse, os sintomas negativos são bem parecidos com uma depressão: aquela moleza que toma conta do corpo da gente, passamos a não achar mais graça nas coisas que nos arrancava sorrisos antigamente. As emoções parecem ter sumido, e isso é o chamado embotamento afetivo. No meu caso ainda tem um pouco de emoção, talvez pelo fato de ter sido uma pessoa muito emotiva até antes de surtar. 
    Passamos a ficar trancados em nossos quartos, em nossos mundos, e talvez esse isolamento ajude um pouco a não surtar, a não termos tanto contato com esse louco mundo em que vivemos. Afinal, a realidade é dura e pode sim ajudar a pirar. 
    Me lembro que, na época dos sintomas positivos pirava, andava que nem um louco pelas Brs, ficava muito mal fisicamente, mas, quando retornava à realidade tinha forças para lutar por tudo novamente. Hoje em dia ainda sinto que posso surtar, e acho que até surto, mas fico meio que acostumado à essas crises  e hoje não é qualquer coisa que me assusta. Tenho os mesmos sintomas persecutórios de antigamente, e ainda ouço algumas vozes, mas, como disse, pelo fato de não ser uma novidade essas situações não me assustam mais como antes. 
    Outro dia, do nada,  ouvi o seguinte comentário vindo de uma mulher que vi no centro da cidade, dias depois de ter publicado a postagem sobre dicas de como não engordar tomando os antipsicóticos... 
    “Vai engordar tudo de novo”...
    Estava andando na rua tranquilamente quando ouvi este comentário. Nenhuma situação de stress estava tendo naquele momento. Pelo contrário,  estava comendo um belo pedaço de pudim de leite. Na hora foi muito nítido, e não respondi, afinal se nos preocuparmos com a opinião alheia estamos perdidos... Usei a terapia do foda-se sashaushasuas
   Mas, dias depois analisei a situação e acredito que foi apenas uma alucinação auditiva, afinal o meu blog não é tão conhecido assim para uma estranha fazer um comentário somente por que postei dicas de como manter o peso. E, naquele momento estava, como sempre, ouvido música no celular na maior altura possível.  Ou seja, a pessoa teria que falar em voz alta, e a voz que escutei naquele momento estava em um tom normal. 
    Devido à essas situações fico na dúvida se qual sintoma seria “menos ruim”: os positivos ou os negativos? Seria melhor viver com energia e com a propensão de surtar a qualquer momento? Ou viver em um mundo cinza, entediado, mas com uma certa lucidez?
Confesso que tenho uma queda para os sintomas positivos... 

Obs: gostaria de dizer que cada caso é um caso, principalmente quando o assunto é esquizofrenia. O que aconteceu e acontece comigo não quer dizer que vá acontecer com todas as pessoas que têm esquizofrenia. Tenho conhecimento que muitas pessoas com mais idade surtam, e ainda existe a esquizofrenia simples, que é uma esquizofrenia sem as alucinações, ou seja, seria mais na questão dos pensamentos e sentimentos mesmo, deixando o indivíduo mais nos sintomas negativos do que positivos. 


19 comentários:

  1. Acompanho seu site já há alguns anos mas não costumo comentar....
    Tenho 39 anos e há uns 14 que vivo com esquizofrenia. Sempre tomei haldol, no iníco tomava 2 comprimidos por dia e mas com uns 6 meses de uso meu pai me deu a idéia de diminuir a dose até que não precisasse mais, coisa da cabeça dele. Não discuti, apenas passei a tomar 1/4 do comprimido de 5mg. Vivi uns belos anos tendo uma vida "normal", entenda-se por sair o menos possível de casa e a maior parte do tendo na frente do PC. Com o passar dos anos reparei que tinha alucinações de vez em quando e perguntei ao meu psiquiatra se poderia ser por causa da baixa dosagem do medicamento. Ele respondeu que sim.
    Resumindo um pouco: hoje tomo metade do haldol, ainda tenho algumas alucinações mas assim como você já liguei o foda-se se alguém me xingar, etc em qualquer lugar que seja porque sei muito bem que pode ser uma alucinação. Tomar um comprimido inteiro não dá, fico na cama praticamente o dia inteiro sem vontade de fazer nada. Tomando meio faço minhas coisinhas e de vez em quando ganho meu dinheiro no meu trabalho dentro de casa.
    Enfim, o seu site me ajudou muito a conhecer essa doença e a buscar por mais informações, além de me encorajar a não desistir. Espero que continue com seus posts pois tenho certeza que ajuda a mais pessoas, como eu, que não costumam comentar. Um forte abraço e que Deus, se existe um, lhe abençõe!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá
      Fico muito feliz em saber que de alguma maneira estou ajudando com os meus escritos. Também sou da opinião de que, dependendo do caso, a dosagem dos medicamentos devem ser baixadas com o passar dos anos, afinal, a produção da dopamina diminui com o tempo.
      Experimente o ômega 3 para aumentar a disposição física e mental. Infelizmente existem muitas marcas falsas no mercado, mas vale a pena tentar usar por uns dois meses para verificar o resultado.
      Obrigado

      Excluir
  2. Oi Júlio
    Tudo Bem?
    Boa Tarde
    Júlio oq seriam os sintomas positivos e negativos da esquizofrenia?
    Um Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá.
      No início também estranhei o fato de chamarem os sintomas da esquizofrenia de positivos. Afinal, o que tem de positivo em um transtorno mental?
      É que resolveram definir sintomas positivos tudo o que a pessoa com esquizofrenia tem a mais do que a população dita normal: paranoias, desconfianças, etc... Costumo dizer que as pessoas comuns tem cismas, já quem tem esquizofrenia tem é a chamada paranoia mesmo.
      Já os sintomas negativos é o que a pessoa com esquizofrenia tem de menos do que o restante da população, como a energia e a motivação. O embotamento afetivo também está entre os sintomas negativos. O embotamento seria um empobrecimento das emoções, ficamos meio que robóticos, não achando graça em nada. É como se as emoções tivessem se escondido em algum lugar inacessível em nosso cérebro.
      Obrigado pela visita ao blog.

      Excluir
  3. Julio a parte positiva é tudo aquilo q tem de mais na sociedade?e a parte negativa oq tem de menos?

    ResponderExcluir
  4. Como respondi no comentário acima,os sintomas negativos são os que a pessoa com esquizofrenia tem de menos do que o restante da população considerada normal, que são a energia, a motivação, etc. E os positivos são os que as pessoas com esquizofrenia tem a mais do que o restante da população: cismas, desconfianças, paranoias, etc. Pois todo mundo tem suas desconfianças e cismas, mas isso não chega a atrapalhar suas vidas. Já quem tem esquizofrenia esses pensamentos podem virar realidade em suas mentes, o que é a chamada paranoia, ou psicose.

    ResponderExcluir
  5. Muito bom o seu texto, não sabia que esse famoso matemático melhorou os seus sintomas com o passar dos anos, acha que ele tinha apenas estabilizado por causa de remédios.
    Vc ainda toma alguma coisa?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Só vi o filme, mas dizem que no livro a história é um pouco diferente.
      Ainda tomo diazepan, e quando as coisas estão ficando meio fora de controle tomo por algum tempo algum antipsicótico em doses mais baixas.
      Mas acredito que pelos fatores que citei acima não estou precisando tanto desses medicamentos.

      Excluir
  6. Vc se preocupa em quando ficar mais velho(eu disse bem idoso, com uns 80 anos), acha que vai conseguir continuar morando sozinho?Já se preocupou com isso?
    Eu tenho 38 anos e moro com meus pais, os outros da minha família não querem nem ouvir falar de mim(pois já me viram em crises), tenho medo de ficar sozinha e não ter ninguém para conversar.
    Como vc lida com isso?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá
      Não me preocupo muito com o futuro não, sempre procuro olhar o presente e estar com saúde para chegar bem aos 80 anos.
      Problemas em relacionamentos familiares infelizmente são bem mais comuns do que pensamos, para boa parte das pessoas a convivência é uma difícil arte.
      Você tem medo da solidão? Digo a solidão mesmo estando no meio de uma multidão

      Excluir
    2. Q R A Mestry Badahra ( RESPONDENDO A CAMILA ) Camila , seu Caso é o de quase todos que sofrem desta horripilante síndrome, Onde o Preconceito e IMENSO, causando assim uma PIORA na incomoda situação A Socialização, seria uma Grande alternativa para todos POREM nada se faz ou existe para isso.
      Por isso tento tirar do papel o Projetobuskando (com K) até criei um espaço aqui no facebook/projetobuskando Porem como o Projeto não aceita Dinheiros patrocínios etc Ainda não tive sucesso. Convivo, com Pessoas que portam esta patologia(cada caso um caso ) a mais de meio seculo E Minha Teoria(que na Pratica Da certo ) conseguiria tirar de muitos o grave Problema da Solidão, Um dos maiores contribuintes, para o Aumento dos Psicofármacos, que Mantem a pessoa robotizada . mestrybadahra@gmail.com

      Excluir
  7. "Digo a solidão mesmo estando no meio de uma multidão". Isso me lembra Nietzsche!

    ResponderExcluir
  8. Julio , obrigada por escrever sobre isso . Sou mãe de um esquizofrênico. Ele é incrível !!! Sua doçura e inteligência , seu talento para a música ( baterista ) , seu respeito e bondade para com as pessoas e com os animais ... Penso onde ele estaria se não fosse a manifestação da doença ! ...algumas vezes ele surta e outras , toma a medicação . Seu traço positivo mais forte da doença é a teimosia que às vezes o impede de querer se cuidar mais , de resto ouvimos música , assistimos a bons filmes e conversamos muito ! Eu já não conto muito com a compreensão de algumas pessoas mas exijo respeito . Obrigada por escrever algo positivo !

    ResponderExcluir
  9. Eu que agradeço a sua visita ao blog e parabéns pelo bom relacionamento com o seu filho, vejo que busca informações sobre como entendê-lo melhor e a impressão que dá é que você mantém um bom diálogo com ele e isso é muito importante.

    ResponderExcluir
  10. Parabéns pela postagem, Júlio, está ótima!
    Abraço!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, ultimamente não tenho feito muitas postagens, mas percebi que o próprio blog é referência para os meus comentários nas redes sociais.

      Excluir

  11. Conheço uma pessoa que sofre dessa doença terrível. A manifestação da patologia ocorreu aos dezenove anos. Era uma linda morena de cabelos longos até a cintura e um corpo escultural. No Carnaval, a convidada de honra para desfilar nos blocos como porta-bandeira, oportunidade em que encantava com a sua graciosidade, beleza e leveza. Noiva, comprava enxoval para o matrimônio e era só alegria, felicidade, juventude e saúde. O destino reservou desfecho diferente aos seus sonhos, alterando drasticamente essa trajetória e a dos familiares próximos. Quem tem parente ou conhecido com esta doença sabe o que falo. A vida fica insuportável com os surtos psicóticos, mesmo que as pessoas estejam cientes que os sintomas independem da vontade do portador. Tudo é exagerado, como o vício de fumar, de beber, de fazer sexo e as mudanças bruscas de humor. Não existe meio eficaz de controle das crises, pelo menos no caso dela. Mesmo estando sob medicação, ouve vozes, imagina visualizar imagens inexistentes e furtivas de pessoas e parentes falecidos. Vive em um mundo particular em que somente predomina o bizarro. Seriam cômicas, não fossem trágicas certas atitudes que adotou, como beber detergente e confundir com refrigerante, ainda que apresente sabor repugnante, o que exige plena vigilância. Quase sempre engasga, devido à pressa em ingerir os alimentos. É rotina vestir roupas pelo avesso ou simplesmente nada. Fuma desbragadamente, em razão da intensa ansiedade, e sempre manifesta desejo de morar com qualquer pessoa que conheça. Uma vez chegou ao cúmulo de ir sozinha ao cartório para se casar. Foi difícil para o tabelião convencê-la que se fazia necessária a presença de um noivo. Em outra ocasião, pediu para sair de um determinado lugar por se sentir incomodada pela claridade da Lua cheia. Aparecer pelada é um evento corriqueiro, e às vezes telefona para a polícia e pede que a sua família seja presa, sob argumento de estar passando fome, mesmo sendo obesa. Não assiste TV, não ouve rádio, não lê jornais ou revistas e não consegue manter conversação coerente. É incapaz de reter a atenção em qualquer atividade. Colocada em mesa farta não tem controle sob a compulsão de comer ou beber. Passa às vezes dias sem conciliar o sono, alternado por outros em que dorme o dia inteiro. Toda medicação usada para acalmá-la só surte efeito vinte e quatro horas após ministrada. Se tem afeição por alguém, não demonstra ou simplesmente não a consegue expressar, e muda de ideia várias vezes, além de ser facilmente sugestionada e acreditar em tudo que lhe é relatado. Cura? Ao que se sabe ainda não existe, a não ser o controle com base em psicotrópicos que mascarem as emoções fora de sintonia.. Ainda assim, é comum que não façam o efeito desejado, o que torna o seu dia a dia, e dos envolvidos, numa eterna angústia e perplexidade diante desse comportamento.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que história triste, aliás, a maioria das histórias são tristes, claro que alguns conseguem se recuperarem parcialmente, mas a questão física fica bem prejudicada. E a mental também, para falar a verdade.
      Posso copiar o relato e postar lá na minha página no facebook?
      É para mostrar que não é tão fácil assim como muitos profissionais da saúde dizem, que é só tomar o medicamento e pronto, está tudo resolvido.

      Excluir

  12. Conheço uma pessoa que sofre dessa doença terrível. A manifestação da patologia ocorreu aos dezenove anos. Era uma linda morena de cabelos longos até a cintura e um corpo escultural. No Carnaval, a convidada de honra para desfilar nos blocos como porta-bandeira, oportunidade em que encantava com a sua graciosidade, beleza e leveza. Noiva, comprava enxoval para o matrimônio e era só alegria, felicidade, juventude e saúde. O destino reservou desfecho diferente aos seus sonhos, alterando drasticamente essa trajetória e a dos familiares próximos. Quem tem parente ou conhecido com esta doença sabe o que falo. A vida fica insuportável com os surtos psicóticos, mesmo que as pessoas estejam cientes que os sintomas independem da vontade do portador. Tudo é exagerado, como o vício de fumar, de beber, de fazer sexo e as mudanças bruscas de humor. Não existe meio eficaz de controle das crises, pelo menos no caso dela. Mesmo estando sob medicação, ouve vozes, imagina visualizar imagens inexistentes e furtivas de pessoas e parentes falecidos. Vive em um mundo particular em que somente predomina o bizarro. Seriam cômicas, não fossem trágicas certas atitudes que adotou, como beber detergente e confundir com refrigerante, ainda que apresente sabor repugnante, o que exige plena vigilância. Quase sempre engasga, devido à pressa em ingerir os alimentos. É rotina vestir roupas pelo avesso ou simplesmente nada. Fuma desbragadamente, em razão da intensa ansiedade, e sempre manifesta desejo de morar com qualquer pessoa que conheça. Uma vez chegou ao cúmulo de ir sozinha ao cartório para se casar. Foi difícil para o tabelião convencê-la que se fazia necessária a presença de um noivo. Em outra ocasião, pediu para sair de um determinado lugar por se sentir incomodada pela claridade da Lua cheia. Aparecer pelada é um evento corriqueiro, e às vezes telefona para a polícia e pede que a sua família seja presa, sob argumento de estar passando fome, mesmo sendo obesa. Não assiste TV, não ouve rádio, não lê jornais ou revistas e não consegue manter conversação coerente. É incapaz de reter a atenção em qualquer atividade. Colocada em mesa farta não tem controle sob a compulsão de comer ou beber. Passa às vezes dias sem conciliar o sono, alternado por outros em que dorme o dia inteiro. Toda medicação usada para acalmá-la só surte efeito vinte e quatro horas após ministrada. Se tem afeição por alguém, não demonstra ou simplesmente não a consegue expressar, e muda de ideia várias vezes, além de ser facilmente sugestionada e acreditar em tudo que lhe é relatado. Cura? Ao que se sabe ainda não existe, a não ser o controle com base em psicotrópicos que mascarem as emoções fora de sintonia.. Ainda assim, é comum que não façam o efeito desejado, o que torna o seu dia a dia, e dos envolvidos, numa eterna angústia e perplexidade diante desse comportamento.

    ResponderExcluir