♫ Chove lá fora
e aqui tá tanto frio ♫
Coincidência ou não, dia 19 fez onze anos que tive o meu primeiro surto. Claro que o surto não ocorreu exatamente nesta data, me baseio nela pois foi o dia em que foi dado baixa em minha carteira de trabalho. O surto é como uma bola de neve, vai crescendo aos poucos, e, se você não se cuidar, pira mesmo pra valer. Não estava mais aguentando trabalhar, a mania de perseguição era enorme, e estava ouvindo muitas vozes. Havia tantos inimigos em minha mente, que achei que era mais fácil me auto exterminar do que ficar brigando com tanta gente. Não sou agressivo e nem fui, mesmo na fase aguda do surto, e até hoje me pergunto como aguentei tudo aquilo calado. A minha única reação foi fugir, fugir e fugir até o momento em que minhas energias acabaram. Bem, não vou aqui ficar relembrando essas coisas, pois já escrevi tudo sobre isso no livro.
Sei que não sou o único a me sentir assim durante o período natalino. Sei que as taxas de auto extermínio aumentam um pouco nessa época, pelo menos é o que vi em uma revista há alguns anos atrás. Mas por que será?
"Ah! Mas isso é falta de Deus!" Dirão alguns cristãos mal informados, que pensam que Jesus nasceu realmente no dia 25 de dezembro. Já me disseram isso uma vez, e foram duas pessoas que certamente não dão nem parabéns para o suposto aniversariante, se preocupando apenas com os presentes que irão receber e também se a mesa da ceia de natal está farta ou não. Não tem como ficar indiferente ao natal, ou as pessoas gostam muito ou então ficam deprimidas. Creio que isso tem um pouco a haver com esse lance da família, se ela é unida ou não, etc. Também existem as pessoas que vivem só e associam o natal a uma reunião de familiares, e então não tem como não ficar triste nesta data. Sem contar o apelo comercial que é nos imposto nessa época, deixando as pessoas que não receberam presentes um pouco tristes, principalmente as crianças que pensam que não foram boazinhas o suficiente para ganhar o presente de papai noel ou que, se não acreditam no bom velhinho, ainda não entendem por que existe tanta desigualdade no mundo.
Mas eu não sou contra o natal. Eu não gosto, é bem diferente. Não vejo nada demais as pessoas marcarem no calendário uma época para se confraternizarem, trocarem presentes e fazerem inúmeras festas. Acho legal essas tradições, a alegria das crianças ao receberem os seus presentes, a alegria dos adultos, mesmo que induzidas por uma data criada pela igreja.
Acho que todos tem uma noção de como surgiu o natal, o meu blog não tem uma função didática, o google está ai para todos e não sou muito adepto do control V + control C, mas vou aqui falar um pouco o que sei sobre o surgimento dessa data para os cristãos.
O natal é uma adaptação da igreja a festas pagãs que ocorriam antes do nascimento de Jesus Cristo. Alguns povos celebravam o deus sol, e alguns países festejavam vários outros deuses. Era uma tradição bem forte em várias partes do mundo, inclusive em Roma. Aos poucos o cristianismo foi crescendo em Roma, e, para não afrontar os costumes do povo, foi criado o natal. Apesar de não se ter nenhum registro da data de nascimento de Jesus, a igreja decretou que esse dia seria o do nascimento do Cristo, por volta do ano 337 dc.
Vários costumes das festas pagãs foram incorporadas ao natal dos cristãos. A troca de presentes, a ceia de natal, as festas com muita comida e bebida, as decorações, etc. Para dar um toque cristão ao natal, foi incorporada a figura do papai noel. Muitos devem estar estranhando a figura de um homem magrelo ao lado, mas este é o verdadeiro bom velhino. O nome dele é São Nicolau, e foi um bispo ou monge que acabou sendo canonizado e virou um santo. Em vida, ele ficou conhecido pela sua generosidade, principalmente com os mais pobres. Ele tinha o costume de distribuir presentes para as crianças mais humildes, e estas, com o tempo, começaram a pensar que só seriam presenteadas se fossem boazinhas e bem comportadas. Com o tempo, a figura do papai noel foi mudando, e hoje ele é um velhinho de barba branca e gordinho. Acho que foram os artistas e pintores que moldaram essa nova imagem de papai noel. E a coca-cola deu uma boa forcinha ao usar a nova figura do bom velhinho em seus comerciais. Acho que o mesmo deve ter ocorrido com a imagem de Jesus Cristo. Ninguém sabe como era Jesus Cristo, se ele era alto ou baixo, gordo ou magro, se tinha cabelo ruim ou bom, etc. Pelo pouco que sei, Jesus, não é essa figura que vemos nas igrejas, um cara branco, de olhos azuis e cabelos longos. Acho que os pintores resolveram dar um toque de singeleza à figura de Jesus, e assim como aconteceu com o papai noel, a ideia pegou e hoje fica difícil não se lembrar da imagem ao ouvir o nome de Jesus. O mesmo se pode dizer de Maria, que também é alva e de olhos azuis.
Deixando os fatos históricos de lado, como disse anteriormente, acho legal se criar uma data para confraternizações e festividades, só não acho certo inventarem uma data de nascimento para Jesus Cristo, que foi uma forma que a igreja encontrou para adaptar sua festa as tradições dos povos antigos. Não é por que eu não me dou bem no natal é que vou ficar por ai condenando a festa. Se outras culturas e povos tinham e ainda têm esse costume, por que os cristãos não podem ter? Mas poderiam deixar Cristo de lado e dizerem a verdade, ou seja, não existe registo sobre a verdadeira data de nascimento de Jesus.
Para falar a verdade, não sou muito ligado a datas. Não condiciono o meu estado de espírito ao calendário. O que me deixa feliz ou triste são os fatos e os acontecimentos do dia a dia. E as pessoas também né? Sem contar que existem períodos em que fico muito alegre sem motivo aparente, e o inverso também acontece. Ai me vem a questão: a alegria e as emoções também tem um componente biológico, que tenha a haver com a química e o bom ou mau funcionamento do cérebro?
Acho que devemos nos olhar como um todo, não somos só carne e osso, devemos entrar ai com a questão espiritual também. Não estou aqui falando de uma religião específica ou de uma seita, mas falo de acreditar e ter fé em algo que te faça sentir bem.
Voltando as datas, outra que não gosto muito é a do meu próprio aniversário. E isso vem desde pequeno. Me lembro de uma remota cena de um aniversário, acho que de seis anos, em que me vejo na mesa em frente ao bolo, mas eu não estava feliz. O motivo sinceramente eu não sei. Só me lembro que estava desconfortável naquele momento. Acho que esse foi o último aniversário em que fizeram festa para mim. Acho que os meus familiares ficaram meio sem graça diante dos convidados naquele dia, também o aniversariante estava com uma cara fechada né? rsrsrsrs
Até hoje não ligo para o meu aniversário, e, para falar a verdade, houve um ano em que simplesmente esqueci que estava fazendo aniversário, só me lembrei da data dias depois. Aniversário para mim significa estar um ano mais velho e, para me auto enganar e não ficar muito deprê nesta data, encontrei um método infalível para que isso não ocorra. Eu adianto a minha idade em um ano, por exemplo: hoje tenho 43 anos, mas boto em minha cabeça e saio falando para todo mundo que tenho 44. Com o tempo eu me acostumo com a ideia de estar um ano mais velho e acabo acreditando nisso. Então, quando chegar a data do meu aniversário, eu vou pensar que vou fazer 45 anos, mas, após refletir um pouco, irei lembrar que na verdade estarei fazendo 44, ou seja, fiquei uma ano mais novo em pleno aniversário! Não é o ideal, mas até funciona.
Na época em que eu trabalhava, datas festivas eram sinônimo de trabalho, pois era operador de som. E, como gostava do que fazia, não era um martírio passar os feriados e datas festivas trabalhando. Até pelo contrário, ficava muito triste no mês de Janeiro, época de muita chuva e pouco serviço. Quinze dias era mais do que suficiente para as minhas férias.
Hoje em dia, aposentado, não vejo muita diferença entre os dias, que, para mim são todos iguais. Só não gosto muito daqueles feriados em que tudo está fechado e ai tenho que providenciar um rango, pois não sei fazer nem ovo frito. Ovo cozido até que eu sei fazer.
Bem, me desculpem se o post dessa semana foi meio deprê. Mas é o que estou sentindo no momento e não tem como disfarçar. Comecei a escrever o post ontem(28/11) mas nem terminei, de tão desanimado que estava. Hoje estou melhor e sei que tudo isso é uma questão de tempo e que tudo vai passar, até que o próximo natal volte juntamente com a DPN.
-obs: as músicas não estão disponíveis no lado direito do blog, mas creio que o site que fornece as músicas deva estar com problemas.
Natal é uma data triste para mim também. Desde pequeno me sentia desconfortavel com a chegada das festas de fim de ano. Talvez o fato de ter poucos amigos e uma familia conturbada contribuiram para o sentimento de pesar que normalmente sinto durante o periodo natalino. Mas aprendi também que a vida não para e é sempre bom aproveitar esses momentos de desanimo para se reformular, ir alem de si mesmo, cultivar o espirito, porque ele é livre, e a tristeza e felicidade são sempres escolhas. A palavra final é minha..
ResponderExcluirAbraços, cara...
Obrigado por visitar o blog. Verdade, nesses momentos complicados podemos aproveitar e refletir sobre o que fizemos e o que não fizemos e tentar ser uma pessoa melhor. O fim de ano acaba sendo um época de reflexões mesmo.
ResponderExcluirEstou me sentindo assim e já faz tempo; até comecei a fumar, quer dizer voltei a fumar, já faziam 4 anos que havia parado...Desde que meu esposo começou a frequentar essa desgraça dessa Universal, aos poucos foram acontecendo tantas desilusões que essa situação reverteu para fora, estou só o pó da rabiola, emagreci horrores...Tudo que acontece ele culpa o demônio: meu irmão esquizo, a maçaneta da geladeira que quebrou, se eu saí com os colegas do trabalho, o que acontece uma vez na vida outra na morte ainda por cima acompanhada do meu filho, natal passado a família inteira em casa e ele foi dormir, ano-novo na praia tive que ir ver os fogos só meu filho e eu e ir dormir na sequência por que a criança com sono e ele já no décimo ronco, o que eu ia ficar fazendo sozinha? Não dorme mais no quarto porque tem de ficar assistindo o canal do edir macedo a madrugada inteira, mesmo tendo acabado de sair de lá do templo; não ajuda mais em casa porque não é coisa de varão fazer (serviços domésticos), tantas outras coisas que vão desgastando aos poucos, não vejo a hora de conseguir me sustentar sozinha e viver a minha vida... Daí vc me responde: Meu esposo nessa paranóia de igreja, eu com essa idiotice de fumar: colocar o cigarro na boca, soltar a fumaça pra fora e ainda por cima sabendo do estrago que faz, tem certeza que só meu irmão é o louco da família?
ResponderExcluirÉ uma situação complicada mesmo, a religião. E ainda mais se tratando dessa, já ouvi dizer que existem inúmeros processos contra essa igreja, de famílias que tiveram seus patrimônios praticamente roubados, pois o "varão" estava doando quase tudo para a igreja. Aqui a situação está complicada também estes dias, moro em um quarto, e os vizinhos só sabem ouvir funk, e tem um outro vizinho que não para de fumar cigarro de fumo sabiá, e no corredor, enfumaçando tudo, o cheiro é muito forte mesmo. Dá vontade de sair viajando de novo, mas vou esperar o meu pé melhorar. E sua família, quero dizer, seu pai, sua mãe e seus irmãos?
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