Duas amigas leitoras do blog, ao lerem o meu último post, me convidaram para passar o carnaval em suas respectivas casas. Havia relatado no post que estava muito estressado, devido aos últimos acontecimentos, principalmente os relacionados ao tráfico de crack, que vem tirando o sono de muita gente por aqui. Então, generosamente, elas me ofereceram seus aposentos para que eu pudesse descansar nesse período. Não pensei duas vezes em aceitar os convites, estava muito desgastado e não tenho grana para ficar me hospedando em hotéis por ai. Necessitava de recarregar minhas baterias antes de cair na estrada.
Então, fiz as minhas mochilas, e, depois de revirar o quarto pela centésima vez, chego a conclusão de que não estou esquecendo nada. Na varanda, deu para perceber que o proprietário e mais dois amigos estão sentados no passeio, perto da entrada. Resolvi então esperar mais um pouco, para evitar as despedidas, que quase sempre acabo chorando ou então fazendo aquele esforço para fingir que está tudo bem.
Sabia que essa despedida iria ser difícil, afinal oito anos não são oito dias (me mudei para lá no início de 2005), quando sai do albergue para moradores de rua de Ipatinga, ao começar a receber o auxílio doença. Mas os caras não saiam da porta. Respirei fundo, coloquei em minha cabeça que não iria chorar e desci as escadas. Após uma breve conversa me despedi deles, fazendo força para que as lágrimas não caíssem pelo meu rosto. Gosto do proprietário do imóvel, apesar dele ser um cara pão duro, mas ele sempre me respeitou da maneira como sou e sempre me defendeu quando algum vizinho me enchesse a paciência. Notei que ele estava triste, pois, modéstia à parte, sou um bom inquilino, pois, além de ser um pacato cidadão, sou um bom pagador(tirando o cartão de crédito estourado, não devo nada a ninguém). No final ele me disse que as portas estariam sempre abertas para mim, caso resolvesse voltar um dia. Disse-lhe então que selecionasse melhor as pessoas que fossem morar em seus quartos, pois dinheiro nenhum no mundo vale mais do que a paz e a tranquilidade.
No caminho para a rodoviária um sentimento estranho tomou conta de mim, um misto de tristeza, alívio e alegria.
Tristeza por deixar amigos em Ipatinga, cidade que aprendi a gostar, apesar do calor infernal (acreditem, faz mais calor em Ipatinga do que no Rio!).
Alívio por ficar longe de toda a confusão que o crack traz para as comunidades, inclusive os traficantes do Rio já desistiram de vender essa droga.
E alegria pela possibilidade de conhecer novos lugares e pessoas. Acho que esses quase últimos dez anos confinado fizeram brotar em mim essa necessidade meio louca de sair andando por ai. Digo meio louca pois não acho nada de anormal alguém colocar uma mochila nas costas e começar a viajar sem uma rota definida. Foram um ano e meio morando no albergue e oito anos no quarto em que gravei os primeiros vídeos para o meu canal no youtube. A verdade é que era prisioneiro de mim mesmo, e o carcereiro era a esquizofrenia, que não me deixava sair para os lugares que gostaria de ver.
Cheguei a rodoviária com duas horas de antecedência, estava ansioso como nunca e comecei a jogar conversa fora com as pessoas que estavam ao meu lado. Sempre que perguntam o que eu faço da vida, falo que sou aposentado e não perco a chance de falar um pouco sobre o que é realmente a esquizofrenia, e claro, também faço um merchadising do meu blog.
De repente, um cara me encarou, e isso foi o suficiente para me lembrar que tenho a maledita mania de perseguição . Pensei duas coisas naquele momento: ou era um traficante me seguindo para exterminar( pois, morando naquele lugar, sabia de muita coisa), ou então era um policial suspeitando que eu fosse um traficante. Essa mania é tão chata que chegou a passar pela minha cabeça a ideia de dizer para o suposto policial que poderia ficar à vontade para revistar as minhas coisas.
Mas até que essa minha mania de perseguição atual tem um pouco de razão de existir. O problema é que a minha esquizofrenia superdimensiona a realidade. Afinal, estava morando em um local dominado pelo tráfico de drogas e, como não participava do esquema, a minha situação era um tanto o quanto complicada, pois, quando baixava uma viatura no local, os traficantes pensavam que o caguete era o careta que vos escreve. Por outro lado, os policiais provavelmente deveriam suspeitar que eu fosse um traficante, já que morava há oito anos em uma boca de fumo e, para aumentar ainda mais as suspeitas, eu não trabalho, pois me aposentei há dois anos atrás.
Quando a polícia pegava alguém em flagrante, ai é que a situação ficava tensa pro meu lado. Os caras já ficavam olhando meio torto para o meu lado e cantavam um funk em que a letra dizia que caguete deveria morrer. Não tinha medo deles, já perdi a conta de quantas vezes bati de frente com eles, pedindo um pouco de paz e tranquilidade para o local. Mas aquela situação já estava me deixando esgotado, tanto fisicamente como mentalmente. Conheço meus limites, e sabia que poderia surtar a qualquer momento. Não pensei duas vezes ao vender a preço de banana o pouco que eu tinha e procurar a paz em outro lugar. Juro que não é exagero, mas aquela situação toda me fez sentir saudades da época em que morei nas ruas de Belo Horizonte. Pelo menos morar neste lugar me fez sentir a pessoa mais normal do mundo! Não vou ficar aqui contando todas as maluquices que aconteceram naquele local, mas, acreditem, certo dia foi necessário o deslocamento de uma viatura para o local, para apartar uma desintelilgência(será que baixou um policial em mim?) entre duas pessoas, e o motivo da confusão toda era um simples jogo de panela! Uma moradora não pagou a panela e o vendedor quase que pá nela! Tendeu? ( essa foi mais do que sem graça, né? mas o fato aconteceu de verdade mesmo).
Mas, para falar a verdade, tenho mais do que agradecer do que reclamar por ter morado em Ipatinga. Foi lá que recuperei parte de minha sanidade mental. Digo parte por que acho que nunca tive isso em sua totalidade. O atendimento na área de saúde mental era muito bom e os vizinhos tinham o maior respeito para com a minha pessoa. Também tinha o fato de não ser uma pessoa tão comentada como era na cidade de Timóteo. Me sentir apenas mais uma pessoa na multidão foi um fator determinante para a minha parcial recuperação.
Agora, Ipatinga é passado. Estou passando alguns dias no Rio de Janeiro descansando, apesar de não fazer nada na vida, mas, pra falar a verdade, fazer nada cansa também, principalmente a cabeça. O tédio parece que suga as nossas energias.
A viagem para o Rio foi super tranquila, tirando o cara que pensei que estava me perseguindo, mas essa suspeita acabou quando o elemento se evadiu do ônibus(tô vendo muito programa policial na tv) e ficou na cidade de Caxias, vizinha ao Rio de Janeiro.
Saindo da rodoviária perguntei para um taxista o preço da viagem até o bairro da Juliana. O preço que ele me informou não foi muito convidativo, mas também com essa cara de pastel que tenho o preço não poderia ser diferente. Resolvi então pegar um ônibus. No início tudo tranquilo, ônibus vazio, dava-se para olhar pela janela do ônibus um outro lado da cidade maravilhosa. Vários moradores de rua ainda dormiam em seus pedaços de papelões. Em poucos minutos o ônibus ficou superlotado. Fiquei imaginando como iria sair daquela lata de sardinhas ambulante. Estava com duas mochilas: uma pequena, que comprei para as minhas andanças, e outra bem maior, com todas as minhas roupas. Como não é possível dois corpos ocuparem o mesmo espaço ao mesmo tempo, resolvi apelar para a solidariedade dos cariocas e pedi que passassem de mão em mão as minhas mochilas até a escada do ônibus, quando a cobradora me avisou que o próximo ponto seria o que eu deveria descer para chegar ao apto. da Juliana.
Não foi difícil achar o endereço da minha amiga virtual. Ela me recebeu super bem, até a sua poodle me cumprimentou abanando o seu rabinho. A mãe da Juliana é super tranquila e também foi muito legal comigo. Já o irmão dela não foi legal comigo, mas também não me tratou mal, é que o cara consegue ser mais calado do que eu!
Uma coisa eu percebi logo de cara: o que a Juliana tem de bondade ela tem de ansiedade em dobro. Ela se preocupava em demasia comigo, me deixando um pouco sufocado. Nem me deixou ir ao supermercado sozinho para comprar o meu yakult! Ela também me pregou uma peça, dizendo que iria ao psiquiatra(acho que ela tem mania de doença) e pediu para que a acompanhasse. Como bom cavalheiro que sou, disse que não haveria problemas. Mas, chegando a clínica, descobri que a consulta estava em meu nome. Disse que não precisava de me consultar no momento, que tinha os meus remédios na bolsa, e que bastava o tempo e um bom descanso para que as coisas voltassem aos seus devidos lugares. Mas ela foi irredutível e, para não fazer desfeita, resolvi conversar com o psiquiatra, um argentino ou uruguaio de uns 55 anos de idade e muito sério. Achei engraçado o sotaque dele, e quase comecei a rir quando acendeu um cigarro bem na nossa frente no inicio da consulta. Contei a ele um pouco da minha história, dizendo que não havia me dado bem com nenhum medicamento que havia experimentado. Ele ia sugerindo os remédios e eu ia dizendo que não havia me dado bem com eles. Por fim, ele me disse que não poderia me ajudar, pois eu estava cheio de "não me toques". Achei o jeito dele falar engraçado e tive que fazer força para não rir. Sabem aquelas situações sérias em que sabemos que não podemos rir de jeito nenhum, mas do nada vem uma vontade de dar uma gargalhada? Foi isso que se passou comigo naquele momento.
Então, depois de relatar todas as minhas experiências negativas e dopantes com os medicamentos, chegamos a conclusão de que a clopormazina seria uma boa para mim. Sei que sou daqueles pacientes chatos, pois fico conversando com o psiquiatra não como paciente, e sim como se fosse um outro psiquiatra. Se eu fosse um psiquiatra e atendesse um cara chato como eu, iria mandá-lo tomar suco de caju, dizendo que, já que entende tudo de remédio, por que não se forme em psiquiatria e se consulte consigo mesmo? Ou seja, seria psiquiatra de mim mesmo.
Remédio definido, então nos despedimos. A consulta foi legal, pois não foi a correria que geralmente acontece no SUS. Gostei do psiquiatra, ele é daquelas pessoas que não fazem força para agradar as pessoas, mas também não é sem educação. Já tive psiquiatra que me atendia em cinco minutos e depois me ameaçava de internação caso não melhorasse.
Chegando em casa, ou melhor, no apto, começaram as discordâncias.. Não queria tomar o remédio por enquanto. Sentia que precisava mais de descanso e tempo do que qualquer medicamento para me recuperar. Mas ela não achava isso e então, me tratando como uma criança, me fez tomar o remédio a força! De início resisti, é claro, não queria ficar dopado, ainda mais de dia. Mas comecei a achar graça daquela situação toda e comecei a rir. Tentei enganá-la, colocando os remédios embaixo da língua, e até fiz um movimento fingindo que havia engolindo os comprimidos, mas ela não acreditou.
Fui vencido pelo cansaço e, para evitar aquela situação constrangedora e engraçada ao mesmo tempo, resolvi tomar os remédios. Em menos de vinte minutos já estava grogue e apaguei. Creio que dormi das três horas da tarde até as onze horas do dia seguinte, só acordando para tomar o suco verde que ela prepara todas as manhãs. Ela me disse que o suco tinha que ser tomado na hora, pois poderia oxidar. Acho que ela é um pouco hipocondríaca e por isso entende tanto de saúde. Eu também sou um pouco, mas nem tanto.
Depois de me recuperar, rolou uma outra pequena desavença entre eu e Juliana. Ela não queria que eu fizesse as minhas andanças, dizendo que isso é coisa de louco e tal. Eu já não acho isso, para mim é a coisa mais normal do mundo sair por ai com a mochila nas costas. Como já disse em um vídeo no youtube, não podemos colocar todas as nossas ações e pensamentos na conta da esquizofrenia, somos mais do que um simples rótulo. Eu tenho essa necessidade de às vezes sair andando por ai, conhecer novos lugares e pessoas, não foi a toa que acabei me tornando um operador de som, apesar de ter estudado eletrônica por quase quatro anos.
Então, como não entramos em um acordo sobre as minhas andanças, resolvi sair de seu apto, sem brigas, foi uma conversa amigável. Agradeço a tudo o que ela fez por mim, e a sua preocupação com a minha pessoa, o pouco tempo que passei em seu apto me fez sentir bem melhor. Até que estava precisando de dar uma apagada mesmo, como para que zerar o meu stress. Não estou tendo mais dores musculares como antes, e parei de ter distensões. Estou podendo ficar tranquilo e relaxado, coisa que não fazia há anos.
Como é bom deixar o celular em qualquer lugar, sem receio de ser roubado! Estou há três dias sem ouvir funk! Digo novamente que não tenho nada contra os funks que têm notas musicais, como o Claudinho e Bochecha e o Mc Leozinho e outros mais. Mas, convenhamos, acordar todo dia de manhã, às oito horas, com o chão e as vidraças estremecendo com esse tal de funk "moderno", deixa qualquer um maluco!
A minha maior curtição no Rio de Janeiro, sem brincadeira, está sendo deixar o celular em qualquer lugar, para encontrá-lo são e salvo no dia seguinte. Tem dia que deixo o celular em cima da mesa, outro dia deixei na poltrona, etc. Parece gozação, mas não é não. Para quem antes não podia nem deixar um chinelo usado de bobeira na entrada do quarto, deixar o celular em qualquer lugar se tornou uma maravilha!
Depois da desavença com a Juliana, resolvi antecipar a minha visita à minha amiga Danielli, também leitora do blog. Fui muito bem recebido, me sentindo importante ao ver a cama com as coisas que ela comprou para mim. Como podem ver na foto ao lado, tinha bombom e até colgate total 12! Ela também tem esquizofrenia, mas está bem e até fazendo faculdade. Com ela o diálogo foi mais fácil e tranquilo, e logo me senti em casa, pois ela me dava liberdade de ir e vir, algo que é mais do que uma necessidade para mim. Como ela, assim como eu, tem esquizofrenia, rapidamente me senti à vontade em seu apto. Nos primeiro dia o papo foi aquele de esquizofrênico mesmo, cada um falando de suas paranoias, medicamentos, internações, etc. Descobrimos que tínhamos algo em comum: usamos o mesmo sabonete, da marca protex, que deve ser o preferido dos hipocondríacos, por ser antibacteriano.
No dia seguinte, fomos ver o pôr do sol na praia do arpoador. Há cerca de quatorze anos que não via o mar. Foi muito bom sentir aquela brisa do mar bater em meu rosto no ônibus quando chegamos a orla. Estava sentindo saudades daquele cheiro de mar, que não sei descrever como é, mas pouco a pouco estava me sentindo mais revigorado a cada vez que respirava mais fundo, pois era um ar gostoso de se respirar. Dizem que o Rio é uma cidade com poluição, mas em Ipatinga creio que a coisa é bem pior, o ar me parece ser mais quente e seco, sei lá.
Paramos no mirante do Leblon e tiramos algumas fotos, quer dizer, ela tirou, eu, como a maioria já sabe, não me dou bem com as câmeras, e só tirei foto das paisagens, como essa ai do lado. Ela me mostrou a Pedra do Arpoador, que deveria estar há uns dois quilômetros de distância. Disse que iríamos ver o pôr do sol de lá e saiu numa correria pela calçada, e eu atrás. Até que na praia do Leblon estava fácil caminhar, não estava tão cheia assim. Mas as coisas logo mudaram quando chegamos em Ipanema. Cada metro quadrado era ocupado ali: gente fazendo caminhada, correndo, andando de bicicleta, ou só de bobeira mesmo, curtindo a praia, como a maioria dos turistas. Mas a Danielli continuava determinada em sua caminhada, e eu, ziguezagueando no meio da multidão. Confesso que já estava ficando chateado com aquela situação, e me perguntei o que havia assim de tão interessante nessa tal Pedra do Arpoador. Poderíamos desistir e deixar para outro dia, pois a praia nessa época fica mais do que super lotada.
Depois de uma longa caminhada, chegamos a tal Pedra. Para piorar a situação ainda mais, estava tendo um show na avenida, ao lado da Pedra, tornando ainda mais difícil o acesso para subir e ver o pôr do sol. Confesso que me deu vontade de ir embora e voltar para Belo Horizonte naquele dia mesmo, não estava me sentindo nada bem em meio aquela multidão. Mas resolvi continuar, afinal, já tinha caminhado quase dois quilômetros e não queria ter outra desavença. Respirei fundo e então me acalmei para enfrentar mais essa situação.
Chegando ao topo da pedra, entendi o porque da correria da Danielli para chegar ao local antes do sol se por. O visual é muito bonito e relaxante. Não me preocupei tanto em filmar e tirar fotos do local, só queria curtir aquela paisagem e aquela brisa refrescante. Ficamos quase duas horas no Arpoador, quando alguns raios começaram a clarear o céu. Confesso que valeu a pena aquele sufoco todo para ver essa maravilha da natureza. Eu sei que vocês devem estar pensando que rolou um clima entre nós, mas é só amizade mesmo, ela é muito legal e hospitaleira.
O resto do carnaval foi e está sendo sem muitas novidades. Não gosto de aglomerações e o que mais estou precisando no momento é de descanso e paz. Gostaria muito de conhecer vários outros lugares do Rio, ficar andando por ai pela cidade maravilhosa, mas no carnaval é meio complicado fazer isso, só quem gosta de folia é que vale a pena andar por ai pelo centro e pelas praias. Gostaria muito de conhecer a rádio Pinel, mas fica para a próxima vez. Estou me preparando para começar as minhas andanças e tenho que aproveitar esses dias de mordomia, de cama arrumada e macia, de almoço na mesa, de poder dormir na hora que quiser, pois, quando estiver nas ruas, as coisas serão bem diferentes.
Muito coragem a sua meu amigo, sair pelo mundo sem rumo. Eu confesso que não a teria. Não só porque tenho família e filhos, mas a doença a cada dia me deixa mais isolado, com mais medo, sinto estar me fechando cada dia mais. Outro dia tentei ir no supermercado com minha esposa e tive uma crise de pânico porque ela fugiu do meu campo de visão por alguns segundos. Os remédios dopam muito, mas sem eles as crises pioram, os surtos voltam, ou seja, são um mal necessário. Estou pessimista demais, não consigo enxergar nada de bom, sempre com medo do que irá acontecer no dia seguinte. Com o calorão que tá fazendo em BH eu cismo em fechar todas as janelas e persianas porque acho que todos os vizinhos estão me vigiando e armando contra mim. Aí já viu né, a esposa reclama que não tá aguentado o calor. Alías, eu queria entender o que faz uma pessoa gostar, amar, querer viver junto, construir uma família com alguém como eu. Ela já me conheceu doente, a esquizofrenia já tinha se manifestado. E ainda sim optou, mesmo contra toda a família dela, a ficar comigo. Será esse o seu "carma" ? Coitada, sofre demais. E ainda tem que cuidar sozinha do nosso filho. Mas chega de lamúrias. Boa sorte na sua nova empreitada e sempre escreva o que está acontecendo. Há, já ia me esquecendo, nos poucos momentos que consigo me concentrar estou lendo seu livro. Em algumas partes me dá a impressão de estar lendo minha própria história. Acho que não fui parar nas ruas porque tinha família para cuidar de mim e o diagnóstico foi rápido. Fique bem e boa sorte.
ResponderExcluirObrigado por visitar o blog. Realmente, acertar a dose e a medicação certa é algo complicado. Você já experimentou a clopormazina junto com o fenergan? Sei que não posso ficar dando uma de psiquiatra, aconselhando medicamentos, etc. Mas é que eu me senti muito bem com ele e não fiquei dopado, só tive alergia e ai tive que parar. Mas quem sabe vc não tenha alergia? A clopormazina é um remédio bem antigo, mas procure conversar com o seu psiquiatra, deve existir um meio termo, ficar sem crises e sem ficar dopado. Como não sou agressivo e sei quando estou a ponto de surtar, procuro não tomar os medicamentos mais dopantes, até mesmo pq moro sozinho e tenho que resolver os meus problemas, e os medicamentos não me deixam fazer isso. Quanto a sua esposa em te aceitar, acredite, ainda existem pessoas de bom coração no mundo, e sua esposa, com certeza, é uma delas. Tudo de bom e não desista, com o tempo vc irá encontrar um medicamento ideal para vc.
ExcluirEm qual cidade você pretende morar?
ResponderExcluirPor enquanto ainda não pensei nisso não. Pretendo sair por ai, andar muito, pretendo fazer o caminho do Padre Anchieta no Espírito Santo. Acho que esses noves anos meio que recluso dentro de casa me fizeram ter essa vontade de sair andando por ai. Chego a pensar em comprar uma barraca e morar em uma pequena cidade do interior, perto de uma cachoeira, mas às vezes penso que voltar a morar em Belo Horizonte poderia ser uma boa, mas, no momento, só penso em andar por ai, conhecer novos lugares.
ExcluirAmigo, fiquei muito feliz de encontrar seu blog, não só por vc escrever muito bem, mas por serem textos fascinantes. Parabéns! Meu primo é esquizofrenico, mas ele é violento e não aceita o tratamento, está preso há anos e minha tia sofre muito. Mas enfim... Queria te dar uma dica ja que vc falou de cachoeiras. Circuito de cachoeiras da Serra de Jaceaba em Prudentópolis/PR. São mais de cem e todas gigantes, com mais de100m de altura. Tem cachoeiras que vc pode comer, dormir em chalés e até acampar... O lugar é lindo! Outro lugar no Paraná é o parque Guaterla em Castro. É o 6° maior canyon do mundo, cachoeiras de tirar o fôlego, vc sente a presença de Deus! Pesquise. Eu recomendo pq morei em Curitiba e Ponta Grossa/PR e conheci tudo por lá em viagens de aventura. Vc deve sair por aí sim. BOA SORTE! A propósito tb adoro Ozzy! Um abraço! locronicas.blogspot.com e @willianmatt71
ResponderExcluirObrigado por curtir o blog. Vou pesquisar sobre o circuito das cachoeiras, se não for muito caro andar e ficar por lá, vou sim. As cachoeiras recarregam as energias de qualquer pessoa, quando entramos debaixo de uma e deixamos a água bater em nossas costas, parece que é uma massagem que a natureza está fazendo em nós. Fico muito sentido com a situação de seu primo, até me sinto uma pessoa de sorte por ter encontrado tantas pessoas desconhecidas que me ajudaram a me recuperar. Vou dar uma olhada aqui em seu blog, felicidades.
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