quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O último post em casa


    Este é o meu último post nesta minha humilde residência. Estou com os nervos à flor da pele, nem a música do Yanni está conseguindo relaxar os meus músculos contraídos. Na segunda feira passada de madrugada tive uma distensão do músculo posterior da coxa direita( é o médico baixando rsrsrs) sem estar fazendo um  mínimo de esforço. Estava tentando dormir e, de uma
hora para outra, tchun! Pense em algo que dói e que seja chato e multiplique por dez. Isso é uma distensão, e tudo piora quando você está sozinho e não tem ninguém para esticar sua perna. Quando isso acontece com um jogador de futebol ,o cara desaba no chão e vem um companheiro( às vezes até o adversário) para socorrer o jogador, pois eles sabem como é dolorido. O negócio é tão complicado que raramente o jogador  volta pro jogo.
    Já vendi o meu pc com apenas quatro meses de uso, o frigobar, o home theather e a TV. Não estou arrependido, sei que fiz o melhor, não tem como aguentar a situação atual. Parte do dinheiro coloquei na minha conta, e a outra parte está comigo. Guardo o dinheiro tão bem escondido em casa, que às vezes nem eu consigo achá-lo, e ai quase sempre chego a ter um colapso nervoso. Eu me conheço razoavelmente bem, sei que se ficar por aqui por mais um tempo correrei o risco de surtar novamente. Neste exato momento estou me sentindo bem, estou em uma lan house, e fico mais tranquilo na rua do que dentro de casa. Do nada entro em pânico e começo a conferir o meu bolso, para verificar se não perdi os documentos e as chaves.
    Qualquer pessoa que saia ou entre do prédio para mim, no estado em que estou, é um suspeito em potencial, e começo a olhá-los com desconfiança. Não sou agressivo, por isso não tomo os medicamentos mais fortes, que são os mais indicados pelos psiquiatras. E agora também estou com receio de tomar um remédio forte e apagar, dando assim chances de ser assaltado durante a noite, pois não teria muitas condições de reagir. Essa situação não é legal, sei que pode chegar a um ponto em que pode haver uma discussão, e daí para agressão física por parte dos outros moradores é um pulo. Essa desconfiança sei que está exagerada, fico triste por que posso estar cometendo uma injustiça, ao desconfiar de uma pessoa com boas intenções. Tenho uma boa consciência dos meus problemas, mas isso não é o suficiente para resolvê-los.
    O proprietário também é um pouco responsável pela situação atual do imóvel. Afinal, é ele quem coloca para dentro qualquer pessoa, sem ao menos pedir os documentos e conferir se a pessoa tem condições de continuar de pagar o aluguel. E, para piorar, ele me coloca em uma situação como de síndico do prédio, me pedindo para intermediar certas coisas. Lembro-me que foi bastante complicado desligar o chuveiro elétrico que foi instalado sem a permissão do proprietário. Quase rolou uma briga, e me julgaram como sendo uma pessoa má, pois naquele dia morava uma garota com um filho recém nascido, e eu fiquei com a fama de deixar uma criança tomar banho frio, apesar de Ipatinga sem uma cidade muito quente, quase não necessitando de água quente, nem mesmo no inverno.
     A única coisa de que tenho certeza neste momento é a de que estou prestes a surtar. Não sei para onde vou, mas isso sinceramente não me incomoda, qualquer lugar debaixo do céu e em cima da terra está bom para mim, desde que eu tenha paz. Como disse anteriormente, não estou arrependido de ter vendido as coisas que comprei com muita dificuldade em prestações de um ano. Quero recuperar a minha saúde física, mental e espiritual. E, por falar em coisas espirituais, uma leitora do blog me aconselhou por telefone a procurar uma certa igreja, dizendo eu poderia conseguir alguma ajuda neste momento complicado. Fiquei muito feliz ao saber que alguém se preocupa comigo, e agradeço publicamente a atenção dela. Mas não vou seguir o conselho dela, não que eu tenha algo contra esta igreja, mas não me sinto bem em procurar igrejas nas situações difíceis, isso soa para mim como um tipo de exploração da boa vontade alheia. Tenho o defeito de procurar ajuda espiritual só nos momentos difíceis, e às vezes me esqueço de agradecer as coisas boas que tem acontecido em minha vida. E também tem o fato de, se procurar uma igreja, terei que mudar o meu jeito de ser, de falar, de me vestir, etc. Não estou aqui querendo dizer o que é certo ou errado, se é que existe certo e errado neste mundo louco, respeito a decisão de quem muda a sua essência por causa de doutrinas de igrejas, crenças, seitas, etc. Acho que as pessoas podem ser o fazer o que quiserem, desde que não prejudique ninguém e respeite o espaço das outras pessoas. Só penso que Deus não se importa se vestimos uma bermuda ou camiseta em um dia de calor, que talvez não se preocupe tanto se falamos algumas gírias. Para mim, o mais importante é termos a consciência tranquila e que ajudemos o próximo dentro de nossas possibilidades, sem sacrifícios, e sem complexos messiânicos
    No momento em que estava escrevendo o post em um caderno, o garoto mais atentado da rua, que já aprontou algumas comigo me pede um copo de água gelada. Mas não atendi o pedido dele, não por que guardo rancor, mas é que vendi o frigobar e a água do filtro não está gelada e agradável para uma cidade quente como Ipatinga. Costumo chamar esta garoto de mini terrorista, de Osaminha Bin Laden, pois, frequentemente, ele costuma soltar algumas bombas bem fortes pela vizinhança, sendo que uma quase entrou dentro do meu quarto, batendo na parede e vindo a estourar na varanda. Mas não consigo guardar rancor dele, acho que a minha raiva não dura mais do que um dia quando ele apronta alguma coisa por aqui. Ele não dorme à noite, e o problema é que também não conseguimos dormir, já perdi a conta das noites em que passei em claro quando ele estava por perto do meu quarto. Mas, apesar de tudo, não desejo mal à esse garoto, pois, quando eu olho o seu rosto, enxergo em seus olhos que existe uma boa alma naquele corpo franzino. Sei que não teve condições de estudar, que deve ter tido uma infância complicada, com uma relação não muito legal com seus pais. Se der, vou me despedir dele e apertar a sua mão.
    As despedidas são bem complicadas para mim. Sou um pouco emotivo, e não tenho vergonha de falar isso, já me chamaram de viado e tudo mais nos comentários por ser assim, mas não ligo para isso, só não público pois não irá acrescentar em nada ao blog. Então, muitas vezes saio dos lugares onde estive sem me despedir, para evitar o chororô. Quando fiquei em um asilo por três dia em 2004, não me despedi dos velhinhos que ali moravam, por ter me afeiçoado a todos eles, mas chorei muito no caminho para o albergue da cidade vizinha. Fui levado para o asilo, pois tinha abandonado o serviço e havia voltado para as ruas. Uma assistente social me levou para o asilo, ou melhor dizendo, sodalicio, pois não havia na cidade um outro local onde eu pudesse permanecer até que ela conseguisse me ajudar em relação ao INSS. Gosto mais do termo sodalicio ao invés de asilo, que soa como sendo um local de abandono de pessoas. 
    Por falar em ruas, desta vez irei para elas com consciência do que pode me acontecer , e confesso que isso me dá um pouco de medo, mas não é nada do que se compare com o que está acontecendo por aqui onde estou morando. Às vezes é ruim estar completamente lúcido, me lembro bem que conseguia dormir tranquilamente nas ruas de Belo Horizonte quando tive o meu primeiro surto. Acho que, quando estamos surtados, não sentimos tanta fome, desconfortos e dores que sentimos quando estamos em condições normais. Apenas sentia muita sede, e claro, a preocupação com os inimigos que estão em nossas mentes quando estamos fora da realidade. Mas, confesso que chego a me questionar se não vale a pena  surtar e ficar fora da realidade nesse mundo tão louco em que vivemos. 
    Vou sentir saudades de algumas coisas daqui, é claro: Ipatinga é uma cidade legal de se viver, enquanto estive aqui, fui respeitado pelos vizinhos e não tenho do que reclamar, tirando a questão das drogas, é claro,  mas sei que isso está acontecendo no Brasil inteiro, devido a essa droga tão devastadora que é o crack. Vou sentir saudades do conforto da minha cama, de poder tomar um banho gelado na hora em que sentir saudade, dos filminhos que baixava na net, das músicas, da rádio Globo do Rio de Janeiro, que sou ouvinte desde 1978(não sei como não "falo carioca" rsrs) e de tantas outros pequenos confortos que um local fixo para se morar nos proporciona. 
    Mas, como já relatei em um post anterior, a paz é mais importante. A pessoa pode ter a grana que for, mas, se não tiver a paz, ela não vai ser feliz. O lado positivo de morar nas ruas é a possibilidade de conhecer novos lugares e pessoas, poderei me afastar de algo ou alguém que está me incomodando, algo que não era possível de se fazer quando se mora em um local fixo. Já sei de cor e de trás para frente uns dez funks que uma vizinha ouvia na maior altura todos os dias! O engraçado é que a menina tinha um pen drive e um sonzaço, ou seja, cabe cerca de 400 músicas naquele troço, mas ela tinha que ouvir sempre as dez primeiras músicas, ou só colocou aquelas mesmo. 
    No meu canal no youtube gravei um vídeo em que falo sobre essa minha despedida. Estou um pouco triste, verdade, mas o tempo se encarrega de curar essas feridas. O engraçado é que, para piorar a situação, fico ouvindo músicas tristes, ao invés de músicas alegres, para elevar o astral. 
    Por falar em música, no vídeo que gravei coloquei uma música do Roberto Carlos chamada despedida, que tem tudo haver com a situação atual. Incrível como o cara tem música para todas as situações do nosso dia a dia! Se estamos partindo, tem a música que acabei de citar, se estamos voltando para algum lugar, tem "O portão". Para os momentos de fossa tem "Detalhes", é claro. Tem música para nossas mães, "Lady Laura", para nossos pais Meu querido meu velho. Enfim, tem música para todas as situações em que nos encontremos. Quando estamos gostando de alguém então, o repertório é vasto. 
    Desde criança ouço as músicas do Roberto Carlos, acho que é genético, pois a minha avó e minha mãe também gostam. Me lembro que, quando era criança, todo domingo a minha avó aparecia em nossa casa para fazer um delicioso almoço e passar o dia conosco. E sempre carregava debaixo do braço uma pasta contendo umas trinta fitas k-7 do rei da música. Por falar em k-7, alguém sabe o por que que aquelas fitinhas de áudio tinham esse nome? Alguns evangélicos, ( nem todos) dizem que isso é idolatria e tudo mais, mas, para mim é apenas um título carinhoso e uma admiração a um cara que merece toda nossa consideração, por causa de suas belas canções. 
    Continuei ouvindo Roberto Carlos até hoje, até mesmo na adolescência, na minha fase metaleira. Não comentava sobre isso com meus amigos rockeiros, para não ser zoado. Mas hoje não tenho vergonha nenhuma de dizer que gosto das músicas dele. Alguns irão dizer que é brega e tudo mais, mas vale a pena lembrar que nada menos do que Titãs, Skank, Kid Abelha, e tantas outras bandas regravaram algumas músicas dele e o admiram também. 
    Passei a admirar também a pessoa do Roberto Carlos quando ele se apresentou no programa do Faustão. Na época, um filho dele estava prestes a fazer o teste do dna, para confirmar a sua paternidade. Ai o Faustão perguntou:
    - E se for comprovado que o filho for seu?
   - Se for meu, eu assumo ue. 
   A simplicidade e a honestidade como ele encarou aquele fato me chamou a atenção. Tem vários famosos ricos por ai que nem pagam direito a pensão de seus filhos. 
    Voltando ao assunto de músicas para as situações do dia a dia, só ficou faltando uma música quando algumas pessoas(inclusive eu) tem vontade de mandar certas pessoas "tomarem suco de caju"*. Me desculpem os religiosos e puritanos, mas, apesar de detestar barracos, tenho às vezes vontade de mandar algumas pessoas "tomar suco de caju". Como não faço isso pessoalmente, para evitar confusão, vou fazer isso aqui no blog, me desculpem o desabafo. 
    O meu "tomar suco de caju" hoje vai para todos aqueles que espalharam o boato de que eu estava com aids, na cidade de Timóteo-MG. Também vai para uma vizinha desta cidade que reparava até se eu estava usando a mesma roupa do dia anterior. Ela dizia que eu era "mitido", devido ao fato de ser meio caladão. Oras( esse horas é com h ou sem h?), se até um bandido tem o direito de ficar calado no momento em que é pego em flagrante, por que eu, um simples e pacato cidadão, também não pode ficar calado?
    Também mando "tomar suco de caju", uma vizinha fofoqueira, também da referida cidade acima(baixou o juiz em mim agora) que, praticamente todo dia, inventava algo ao meu respeito. Nem vou comentar o que ela falava, de tão bobas e sem noção que foram essas fofocas e acusações. Sua principal ocupação era ficar sentada em seu banquinho em frente a sua casa, dando pitacos sobre a vida alheia. 
    Tem mais pessoas que eu gostaria de mandar "tomar suco de caju", mas pra falar a verdade, não costumo  guardar rancor, e já esqueci a maioria das coisas que já fizeram comigo. Às vezes me lembro de algumas pessoas ainda, que me caluniaram e tudo mais, pois, infelizmente, contribuíram de certa forma para o desencadear do meu primeiro surto psicótico. Além de me caluniarem, não sei por qual motivo, falavam de mim um pouco além do normal. Isso não é mania de perseguição, realmente isso aconteceu, o problema é que eu dava muita importância ao que diziam a meu respeito, e, devido a isso, acabei aumentando e muito a realidade, chegando ao triste fato de acreditar realmente que estava com aids. Em um momento em que estava surtado, cheguei ao ponto de não acreditar em vários testes de hiv que deram negativo. O meu pensamento naqueles dias era de que estavam alterando o resultado para não me fornecerem o medicamento, para aumentar assim a minha dor. Era como se houvesse um imenso complô universal contra a minha pessoa. Gostaria de ressaltar que não culpo as pessoas da cidade referida pelo fato de eu ter esquizofrenia, sei que já nasci com essa tendência e, juntamente com outros fatores, resultaram nesse cara maluquinho que vos escreve semanalmente. 
    Bem pessoal, vou ficando por aqui. Até o próximo post, aonde estarei só Deus sabe, mas estarei bem. Coloquei toda essa situação aqui não para que sintam pena de mim( não gosto disso). Esse blog acabou se tornando uma válvula de escape para mim, escrever me faz bem, sempre fiz isso, só que agora eu publico o que escrevo, e sinto que existe uma relação legal com as pessoas que visitam o blog. 

27 comentários:

  1. Boa sorte e que dê tudo certo na sua vida!!!

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    1. Obrigado, tenho fé que tudo irá correr bem, pior do que tá com certeza não fica rsrsrsrs

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  2. Forças querido!!! Vai dar tudo certo e logo em pouco você terá novamente o seu cantinho, seja em qual lugar for, o que importa é ter Paz. Todos nós ansiamos por isso!!!
    Abraço!!

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    1. Obrigado pela força, não é a primeira vez que passo por isso, mas agora me sinto mais forte e consciente para enfrentar essas situações. Sei que fiz a escolha certa, pois, se não saísse dali, provavelmente iria surtar de novo, por causa do stress que o crack está trazendo para várias regiões do Brasil.

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  3. Boa sorte amigo na sua nova empreitada. Eu agora estou aqui fazendo meu tratamento, tomando "as balas de canhão", e tentando ser uma pessoa melhor para minha família. Dar menos trabalho. O mais interessante é que quando você acha que está sozinho vê que esta cercado de pessoas que te amam e querem te ajudar. Basta ter coragem e pedir ajuda, contando a verdade. Vá em direção a sua paz tão almejada. Até mais ...

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    1. Obrigado, eu mesmo não sabia que tinha tantos amigos, mesmo que virtuais. Tenho certeza que irei encontrar um lugar melhor para se viver, longe do stress que o crack vem causando nas cidades. Tudo de bom para vc por ai e que o seu tratamento dê resultado.

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  4. vc tem seguido o tratamento direito?? Como vai com as medicações??

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    1. Eu não tomo os medicamentos fortes, pois moro sozinho e tenho que correr atrás de algumas coisas, ontem e hoje foi um pouco corrido para resolver as coisas da minha saída, como pagar e cancelar a net, pegar os medicamentos, etc. Então não consigo tomar os medicamentos mais fortes, vou me virando aqui, e sempre ando com o diazepan como sos. E vc, como vai indo o tratamento?

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    2. Morando na rua como vc vai fazer para dormir e higiene pessoal tipo escovar os dentes tomar banho?

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    3. Tomar banho eu tomo em rodoviárias, ou em hotéis ou albergues, escovar os dentes eu escovo em um local mais retirado mesmo. Quanto a isso até que não tem problemas não, mas obrigado pela preocupação. Vou continuar postando por aqui, contando como está indo as minhas andanças por ai.

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  5. Desejo sorte pra vc e que Deus ilumine seus caminhos...

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    1. Obrigado. Acho que até aqui Deus me protegeu e sinto que vai continuar me guiando por esses caminhos.

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  6. ola julio

    Eu acompanho seu blog, e identifiquei com você em alguns aspectos. Eu tenho 19 anos, e sou do interior de Minas.Eu tive depressão aos 18 anos, e nunca pensei que ia ter depressão.Um médico diagnosticou-me com esquezofrenia crónica, outro com transtorno bipolar crônico, mas em fim eu não mi importo com esses rótulos. Tive mania de grandezas, cheguei a achar que jesus tinha encarnado em mim e controlava meu corpo, e eu não tinha medo de "nada". Eu pensava que podia conversar com as pessoas através do pensamento, e fazia rituais esquisitos mi comunicando com os anjos.Eu tinha uma sensação esquisita em meu corpo ,parecido com formigamento e sentia um calor achando que era o espírito santo que tinha descido em mim e pensava que tinha super poderes. Desde criança fui influenciado pela minha mãe a ir na igreja evangélica e em parte isso influenciou nos meus delirios, mas não sou contra a igreja.Tinha mania de perseguição, achando que todos estavam conspirando contra mim.Pensei em suicídio, sentindo um vazio na minha existência e mi isolando da sociedade.Fiquei mais sensível e irritava facilmente com qualquer coisa, as vezes eu batia a porta com força e dava chute nas portas.Fiquei surtado uns 2 meses , e meus pais e família foi fundamental para melhorar, e voltar a realidade.Sempre fui "normal"( na sociedade usa este termo, mas acho isso uma bobagem, porque ninguêm é perfeito e normalidade é uma ilusão criado pela mídia e sociedade na minha opinião) e nunca cheguei a pensar a tal ponto de ter esses delírios. Vários outros fatores influenciaram na minha depresão: sempre fui meio acanhado(as vezes tenho dificuldade em expressar), o perssimismo, entre outros fatores.

    No momento eu mi sinto "seco", sem prazer fazer as coisas , e mi isolando em meu quarto. acho que to voltando a depressão na fase negativa , sentimento de tristeza, as vezes penso em suicídio, mas so penso eu não tenho coragem de fazer isso. Além de tirar minha propria vida , eu estaria tirando um pedaço da vida de cada um da minha família. Na maioria dos dias eu acordo na hora do almoço, só levanto pra almoçar e volto pro meu quarto e durmo mais um pouco(teve um dia que dormi quase o dia inteiro) e fico na net. Meus pais sempre ficam mi observando preocupados, se estou bem ou não. Já estou entediado e nada mi faz animar. Estou tomando sertralina 50 mg ,tem uma semana por conta própria.Também tenho um pouco de fobia social, e um pouco de apatia pelas pessoas.Os remédios ajudam mas não fazem milagres nas pessoas. É bom eu ter um acompanhamento com um profissional, mas sou perssimista nesta parte e acho que não adianta, pelo menos pra mim. Ás vezes da vontade de fazer igual a voçê de morar na rua com um ar de liberdade e paz. Uns meses atrás eu já tava pensando em fugir de casa sem dar satisfação pra ninguém. Mas fica dificil pra mim, pois não tenho dinheiro pra mim sustentar e eu teria que sair do meu conforto na casa. Fico preocupado com o futuro,com o que vou fazer na vida. Queria mesmo é fazer umas maluquices tipo fugir, esquecer de tudo e desligar de tudo sei lá. Mas não tenho coragem de fugir.

    Boa sorte na sua vida júlio, sucesso pro seu blog e canal do you tube.abraços

    Elizeu, Minas Gerais,01/02/2013.

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  7. Não vá embora...gosto tanto quando escreve. Você é inteligente, tem bom coração e ajuda muitas pessoas com seu trabalho aqui.
    Você tem razão: Deus não se preocupa com sua bermuda ou com seu penteado. Ele olha seu coração. Procure uma igrejinha pequena...que sentir vontade de entrar. Não precisa dizer seu nome...não precisa se preocupar. Deus está contigo.
    Não faça nada que possa te prejudicar. Cuide-se!!!
    Tenho um carinho muito grande você e te desejo todo o melhor que possa acontecer.

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    1. Obrigado pela preocupação. Eu vou continuar postando, mais como uma forma de diário mesmo, pois não vou estar tão por dentro assim dos acontecimentos, mas vou registrar as minhas andanças por esse Brasil afora.

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  8. Voce já saiu? Estou te acompanhando e torcendo por você. Aguardo notícias. Muitos beijos!

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    1. Vou viajar hoje a noite para o Rio de Janeiro, para descansar no carnaval, pois estou um pouco estressado pois, por causa das confusões que o crack ocasiona, não estava dormindo bem. Depois do carnaval pretendo pegar uma carteirinha de alberguista e sair por ai por esse Brasil afora, mas sempre continuarei postando as minhas andanças. Obrigado pelo carinho.

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  9. Ola td bem....como esta... Tomando os remedios ?.. Falo sempre de vc para um amigo meu que tem tb esquisofrenia... Mais ficou sem tomar medicamentos e precisou ser internado... Vc e um exemplo para muitas pessoas ... Pois si consientizou que tem um problema e que precisa se cuidar... Se todos fossem assim sofreriam menos... Desejo a vc muita paz... Tranquilidade e saude... Forte abco de Sonia luz

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    1. Obrigado, estou tomando sim, mas não os fortes, mas vou tentando fazer o que chamo de ir administrando as paranoias. Sei, que, se estiver em um ambiente tranquilo e saudável, as chances de melhorar são muitas, por isso resolvi sair do lugar onde estava morando, pois o crack traz muita confusão por onde se estabelece.

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  10. Não deixe de contar suas aventuras. Te cuida. Sentimos falta de suas palavras. Grande abraço.

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    1. Obrigado, vou continuar com o blog sim, agora mais como uma forma de diário, pois, andando por ai, não estarei assim tão por dentro das notícias. Estou descansando um pouco na casa de uma amiga, para começar as minhas andanças depois do carnaval.

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    2. Hum sei... Tu tá de rolo com sua amiga né!XD

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    3. Tô não, acho que ainda está para existir a pacata cidadã, que seja meio maluquinha e que ature minhas manias e esquisitices.

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  11. As vezes eu acho que tudo que passamos de ruim, é para o nosso bem, como se evoluísse a gente em algum ponto, mesmo que não saibamos qual é esse ponto...

    Também acho que o mais difícil é ter essa consciência quando estamos sofrendo...

    Mas sei lá... Júlio... Abraços, Boa Sorte...
    Caio Rafael

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  12. Paz. Ao vê-lo escrever isso me perguntei se sinto isso, se alguma vez na vida senti. Tenho 27 anos e me sinto mais deslocado que tudo, me sinto a pessoa mais estranha do mundo. Sério. As vezes fico "paranoico" achando que ninguém vai me aceitar do jeito que sou. Nem me arrisco mais sequer a paquerar, pois sei que a moça jamais vai me aceitar. Coisas desse tipo. Não me sinto bem na casa dos meus pais, no trabalho, em canto algum. Quero a todo instante ficar só. E o que mais ecoa em minha cabeça é "vai embora! Vai morar nem que seja no meio do mato!", tipo o filme "Na Natureza Selvagem". Um dia eu ainda faço isso, só espero que não seja num surto!

    Ah! Seu blog é ótimo! Gostaria muito de conhecê-lo pessoalmente. Por aqui onde moro não tem pessoas honestas e de bom coração como você! Se um dia estiver passando por aqui por Pernambuco me avise para tomarmos um café! :)
    Abraços, amigo, e boa sorte com tudo!

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    1. Não ligue se as pessoas irão te achar esquisito ou não. Acho que a maior parte das pessoas têm suas esquisitices, só que foram ensinadas, desde pequenas, a seguirem o padrão que a sociedade impõe. Aceite você mesmo do jeito que você é, isso é o mais importante. Eu fiz isso há alguns anos atrás, agora a opinião das pessoas não me importa mais. Claro que você tem o seu trabalho, e por isso tem que estar mais ou menos dentro dos padrões, mas, no resto, você pode ser quem quiser. Gosto muito do nordeste, mas, acho que dificilmente irei passar por ai nas minhas andanças, por causa do forte calor, não tem como andar no asfalto com todo esse calor.
      Obrigado pela visita ao blog.

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  13. Esse post me remeteu ao conceito de "fiador emocional" que aprendi anos atrás.
    Algo parecido com o(a) amigo(a) confidente, que nos ouve, aconselha e nos ajuda a pensar.
    Belo desabafo o seu!
    (Tenho dificuldade pra postar o comentário...)
    (Qto mais no celular...)
    (Aí erro e erro e erro...)
    (Mas lembro de vc nas andanças: não desistir, superar...)
    (Aí só paro se consigo.)
    Rs

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