quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Passos dos Jesuítas: sexto dia

12/11/2014-domingo-Santos
albergue de Santos

    Choveu forte de madrugada. Em alguns pontos do albergue tinha algumas goteiras. Na parte da manhã chovia, mas não com tanta intensidade.
    Depois do café caminhei até uma marquise e me sentei para escutar música e deixar o tempo passar, a única coisa que eu poderia fazer naquele domingo cinzento. Nenhuma lan house aberta, o centro histórico parecia uma cidade fantasma na parte da manhã.
    No bar da esquina um cara sem camisa me convida a tomar uma cachaça. Agradeci e fiquei até feliz por alguém ter me convidado para alguma coisa, mesmo sendo algo que não gosto muito. Ou será que o cara estava querendo me embebedar para me levar para "as quebrada"(estou aprendendo as gírias da galera...) e roubar as minhas coisas que estão na mochila?
    Logo em frente, o motel Emoções. Carros luxuosos saiam constantemente da garagem. Janelas escuras, mas provavelmente são casais que passaram uma noite de amor no estabelecimento. E eu aqui, nesta solidão... snif, snif...

    Tomo um café com leite e como um brigadeirão. Como tudo é caro em São Paulo! Volto a me sentar debaixo da marquise, a espera do almoço.
    Por volta do meio dia o sol apareceu. Comecei a andar sem um destino certo, a fim de conhecer melhor o centro histórico. Perto da rodoviária havia uma feirinha e, depois de muito tempo consegui comprar algumas frutas: bananas, para os músculos, e laranja e mamão para o intestino, que fica sempre "garrado" nessas viagens malucas que faço. Notei que, como as padarias, os sacolões de frutas e verduras são escassos no litoral paulista. Faz tempo que não encontro um yakult para tomar. Será que os mineiros têm uma alimentação mais saudável do que os paulistas praianos?
    Depois fui para a rodoviária, a fim de carregar o meu celular e a bateria da câmera fotográfica. As tomadas estavam todas ocupadas. Mas havia um "T" e liguei os meus aparelhos nele. O dono ficou preocupado, dizendo que poderia sobrecarregar a tomada, mas disse a ele que não haveria problemas, pois os carregadores consomem pouca energia. Então ficamos um bom tempo conversando sobre tecnologia, música, etc. Claro que recomendei que ele ouvisse o som do Yanni, dizendo que ele iria tocar em SP nesses dias.
    Às seis, volto para o albergue, que tinha novos moradores. Um cara, que, pelo jeito de andar e conversar deveria estar tomando algum antipsicótico qualquer, provavelmente o haldol. Tinha um outro cara que deveria ser de Campinas, pois estava usando uma camisa da Ponte Preta.
    Depois de entrarmos, a rotina de sempre no abrigo: banho, sopa, conversa fiada e cama. Foi um bom dia para descansar e melhorar um pouco a bolha do meu pé. Provavelmente na terça voltarei a viajar.

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