sábado, 13 de abril de 2019

23º dia pedalanças Segunda etapa -São Mateus-Marataízes- ES

até o momento a relação com os motoristas está sendo de muito respeito e sem problemas
    Barra do Jucu-Guarapari-Meaípe-Anchieta

    Após alguns dias parado em Barra do Jucu o pagamento finalmente havia chegado! A noite foi bem longa, estava ansioso para voltar a pedalar novamente. À todo momento colocava a cabeça para fora da barraca para ver se o dia havia amanhecido. O meu celular estragou e agora sempre começo a desmontar a barraca quando sinto que são mais ou menos seis horas da manhã. 
     Claro que tomei um caprichado café da manhã, afinal foram alguns dias passando por algumas dificuldades. Mas estou me sentindo bem nessa vida que estou levando. Não sei exatamente quanto tempo ficarei viajando de bike. Se pudesse seria pelo resto de minha vida. Mas temos que cuidar de nossa saúde física também. Ficar o dia inteiro pedalando não deve fazer bem, nenhum exagero pode fazer bem ao ser humano. O nosso corpo não foi feito para ficar 10 horas quase que seguidas pedalando por uma boa parte de nossas vidas. Mas se não fosse os perigos com a segurança, e a desconfiança exagerada de alguns moradores de algumas cidades, poderia pensar seriamente em seguir esse estilo de vida, pedalando menos e ficando um tempo maior nas cidades. 
     Após o café pago as dívidas contraídas em Barra do Jucu e compro aqueles sprays que servem para um monte de coisa, principalmente para desenferrujar metais. Dou uma boa limpeza na bike para tirar a maresia contraída em Barra Nova, quando cismei de andar na beira da praia. 
    Compro o cabo e o passador de marcha, que está quebrado. E eu mesmo faço a manutenção, aprendi no youtube várias coisas sobre consertos de bicicletas. 
#partiuguarapari

    Bicicleta pronta, hora do almoço. Claro que caprichei no rango, fazendo uma montanhazinha no prato. Almocei no cara que não havia cobrado o rango, mas disse que estava ali como cliente e não como pedinte, pois a comida do restaurante dele era muito boa.
    Já estava com saudades de pedalar e sentir o ventinho no rosto. Como estou descansado sigo em um bom ritmo e chego em Guarapari por volta das quatro da tarde. 
Resolvo seguir até Anchieta, passando por Meaípe, apesar de não estar preparado e nem a bike para andar de noite. 
Meaípe

    Como em Linhares, escuridão total na BR, que tem um bom acostamento. Aliás, quase todas as estradas no Espírito Santo parecem ter acostamento. Dá para enxergar um pouco a faixa branca que separa a BR do acostamento, e também tenho que contar com a sorte para não passar por algum buraco ou objeto grande que faça a bike cair ou desviar a rota. Mas, claro, vou pedalando bem devagar. 
     Levo alguns sustos quando vejo alguém pedalando também naquela escuridão. Somente quando está bem perto é que dá para notar alguém. Também vi um cara andando naquela escuridão da BR. Confesso que dá um pouquinho de medo sim, e também um pouco de adrenalina. Um misto de medo e euforia pela aventura. 
    Devo ter chegado em Anchieta por volta das nove horas da noite, e bem cansado. Tenho que aprender a dosar minhas energias.
     Depois de algumas voltas pela cidade, consigo encontrar um posto de gasolina onde tomo um banho e lavo minhas roupas. 
   Atrás do posto encontro um ótimo local para montar a barraca. É plano e com quase nenhuma agitação. Hoje foi um dia que quase não tive contato com as pessoas, fiquei praticamente o dia inteiro em cima da bike. 

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