terça-feira, 16 de abril de 2019

24º dia- Pedalanças segunda etapa- São Mateus - Marataízes


Anchieta-Marataízes
     Noite mais do que tranquila em Anchieta. Mas não dormi bem. Devo estar sentindo a falta do cloreto de magnésio, que foi fundamental no desmame do diazepan. Fiquei com receio de levar o CM na mochila, com medo de estragar ou dar alguma reação adversa, pois o CM é um mineral. E não estou tomando o diazepan, com receio de ficar viciado novamente. 
    No posto de gasolina faço a barba e noto que estou com a aparência de quem está bem cansado. Infelizmente vou ter que voltar a tomar cerca de 2.5mg do diazepan, para conseguir relaxar a musculatura e assim tentar dormir um pouco. Às vezes é preciso retroceder um pouco para avançar novamente. Mas não quero perder essa batalha para esse ansiolítico que só trouxe prejuízos para a minha vida e para minha saúde. 

    Depois do café faço uma visitinha ao santuário do Padre Anchieta, o qual já estive no ano de 2012, durante minhas andanças no caminho do Padre Anchieta. Mineiro gosta do litoral capixaba. 
    Após o santuário, pego a estrada para Marataízes Caminho bem legal, só de reta e quase sempre com o visual da praia à minha esquerda. Isso dá uma melhorada no astral da viagem, quando tem praia não fico com pressa de pedalar. Passo por Píuma e várias outras pequenas cidades do litoral sul do Espírito Santo. Dá até vontade de procurar um quartinho para alugar nessa região, que não deve ser muito caro. Um dos meus sonhos é morar na beira da praia. Como citei acima, a praia me deixa de bom astral, é muito bom dar uma volta de bike na orla. Além de dar um bom mergulho, é claro. 
Píuma

     Quando já estava quase na estrada para Cachoeiro do Itapemerim, compro um abacaxi desses vendedores que ficam na beira da BR. Sempre é aquela conversa, de onde vim para onde vou. E um deles me aconselham a dormir em Marataízes, pois lá perto tem um posto onde poderia dormir e tomar um banho. 
    Como não estou com pressa acabo achando a ideia do vendedor de abacaxi muito boa. Desço até a orla de Marataízes e tento matar as saudades de minha infância, pois minha família ia muito nesta cidade durante as férias. Tento em vão me recordar de algum lugar que havia visto quando criança. Dou um mergulho na praia e passo o resto da tarde curtindo o visual daquele lindo lugar. É um pouco cansativo arrastar a bike com a carga na areia, mas valeu a pena o esforço. 
     Na hora de subir a BR para o posto de gasolina fico exausto. Aquele vai e vem nas areais me tirou as energias. Descanso um pouquinho em um ponto de ônibus. Muitas pessoas curiosas ficam me olhando, não imaginava que aquela bicicleta com mochilas na traseira e na frente chamasse tanta a atenção. Vou tentar fazer alforjes na próxima viagem, que são mais discretos. Mas acho que viajantes de bike sempre despertam a curiosidade das pessoas. O que nos levam a viajar? Onde encontramos coragem para enfrentar os perrengues? Não temos medo do trânsito? Ou até mesmo das pessoas? Acho que são estas as principais curiosidades das pessoas em relação aos viajantes de bike. 
     Depois do descanso subo para o posto Ipiranga de Marataízes, que, ao contrário da propaganda, não tem muita coisa não. Na lanchonete quase não tem nada para comer.

Marataízes

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