quarta-feira, 15 de maio de 2019

36º e 37º dia pedalanças- 3ª etapa- Descansando em Juiz de Fora


Depressão total em Juiz de Fora

    Acordo no posto de gasolina por volta das sete horas da manhã. Uma forte neblina toma conta das redondezas. E, para piorar, muito frio e uma chuva fina. Ingredientes que me fazem ficar na barraca o maior tempo possível, já que havia montado a minha humilde residência em um lugar pouco movimentado do posto de gasolina. Mas não demorou muito e uma funcionário educadamente pediu para que eu me retirasse. 
    Como não pretendo começar o caminho da estrada real desde o início, em Petrópolis, desço até o Juiz de Fora. O centro é muito movimentado, com intenso trânsito de veículos, parecendo uma capital de um grande estado qualquer. Nas avenidas no lado direito tem uma faixa que tem um desenho de bicicleta, mas também os carros passam. É como se fosse uma faixa mista, mas com preferência para os ciclistas. Os ônibus passam no meio na ida e na volta. 
    Não gosto de visitar cidades grandes quando estou fazendo este tipo de viagem, me sinto um pouco deslocado. Nas pequenas cidades do interior e no litoral me sinto muito melhor do que no meio de um aglomerado de edifícios. 
    Procuro o abrigo da cidade, mas logo na entrada desisto, por causa dos usuários de drogas. Vai ser um pouco difícil encontrar lugar para tomar banho na cidade. Nos postos da BR cobram dez reais por um banho de dez minutos. E por falar em encarar o chuveiro, ontem não tomei banho. Então depois do almoço resolvo voltar para a BR e me lavar, mesmo que tenha que pagar dez reais. Mas no meio do caminho tive a sorte de encontrar dois mecânicos super gente boa que me deixaram tomar banho e lavar as minhas roupas. Acho que ficamos conversando por cerca de uma hora e meia. Falamos da viagem, sobre saúde, etc....
    Depois, nada para fazer, uma chuvinha caia e um pouquinho de frio. O jeito é esperar um dia ou dois até o sol aparecer e começar a fazer o caminho da estrada real. Não quero dar mais voltas malucas como a que eu fiz, só para passar o tempo. 
Depressão total. Parado, sem nada para fazer, tempo ruim e cidade grande com muitos carros.... 

37º dia- Mais deprê
    Ontem dormi  em um ponto de ônibus em uma avenida do centro da cidade. De dia ela é bem movimentada, mas, depois das oito da noite fica bem tranquila. Por volta da meia noite dois caras me chamaram e me ofereceram dois sanduíches e toddynho, que estava uma delícia naquela noite fria noite de verão em Juiz de Fora.
    Dormi no ponto de ônibus pois fico com dificuldade de pegar no sono se não tiver algo para acorrentar a minha bike. 
    De manhã ainda caia uma chuvinha. Tomei um bom café e depois fui para a lan house. E depois aquela indecisão para onde ir e onde ficar naquela movimentação intensa do centro de Juiz de Fora. Encontro uma igreja universal e resolvo entrar, apesar de estar de bermuda. Apenas uma senhora está orando. O pastor me cumprimenta e fica indo e vindo sem parar. Estava precisando de um refúgio desses. Não sou evangélico, mas estava uma delícia ficar ali dentro da igreja, ouvido o som bem ao fundo as buzinas e motores dos carros que passavam na movimentada rua. 
     Por volta do meio dia almoço e logo volto para a igreja universal, onde fico até por volta das três da tarde, quando começa o culto. Depois que surtei passei a não gostar muito de som alto. 
    Fico perambulando pela cidade até encontrar uma pracinha não muito movimentada. Juiz de Fora parece ter mais farmácias do que qualquer outra cidade. Não vou muito longe, pois vou dormir no mesmo local de ontem, já que não tive nenhum problema na madrugada. 
    A chuva fina não deu trégua. Choveu boa parte do dia. Já estava agoniado, não consigo ficar parado por dois dias no mesmo lugar nessas viagens. Tomara que amanhã o tempo mude. 

    

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