Barbacena-Ressaquinha
Noite tranquila na frente da lanchonete em Barbacena. Fiquei um pouco cismado com um trecheiro que ficou parado um bom tempo me encarando. Mas ele só queria pegar um rango quando a lanchonete fechasse. Mas acho que isso é como se fosse uma paranoia simbiótica, pois eu também fiquei encarando o cara. Será que um estava com medo do outro? Pois é certo que boa parte dessa galera que vive nas ruas e Br's tem algum tipo de transtorno mental. E eu me incluo nessas estatísticas
E no meu caso é uma situação complicada, pois como tenho uma certa noção dos problemas que tenho, muita gente fala que "dou uma de doido" para sobreviver. Na verdade muita gente me chama de vagabundo mesmo. E quando não me chamam de vagabundo me chamam de doido mesmo. Estou esperando as últimas atualizações e definições sobre a minha pessoa shasuahsuashausas
A gente quando fala o que pensa e sente acaba criando algumas inimizades, mas não me preocupo com isso e nem com a opinião alheia. Não gosto de gente falsa e mentirosa e caluniadora. Não encontram nada contra a minha pessoa e acabam inventando.
Mas voltando à viagem, de manhã penso em visitar o museu da loucura, em Barbacena. Mas quase ninguém soube me responder com exatidão onde se fica o museu. Então sigo a viagem para a cidade de Alfredo de Vasconcelos. Novamente não encontro o marco inicial e sigo pela BR, o que foi uma delícia, pois a maior parte é descida. Esse percurso fiquei em pé na bike, para dar uma folga na poupança. Como já relatei, a maior dificuldade na viagem não tem sido o cansaço, e sim o incômodo analógico que o celim está me provocando. Claro que ultimamente os perrengues dos trechos de terra da estrada real estão me tirando um pouco do sério.
Chego bem disposto em Ressaquinha, depois de pedalar 27km. Logo na entrada da cidade uma linda igreja com um bonito e bem cuidado jardim na frente. Encontro os jardineiros e pergunto se seria possível tomar um banho de mangueira em um canto qualquer da igreja. Os caras foram muito gente boa comigo, ligaram a bomba de água e pude, além de tomar banho, lavar a bike e também as minhas roupas....
Depois do rango decido que a parte da tarde seria para o descanso. O dia de ontem foi um pouco puxado, quando pedalei até por volta das nove horas da noite. E também acho que estou sentindo o cansaço do primeiro dia de viagem na estrada real, que também não foi nada fácil. A verdade é que a bike não é própria para esse tipo de terreno e ainda estou carregando cerca de 14kg de bagagem. Se a estrada não estiver em condições razoáveis é perrengue na certa...
Fico um bom tempo descansando nos bancos da pracinha da igreja. A lanhouse estava sem internet e o jeito era descansar as canelas sem navegar na web. Por volta das quatro horas da tarde resolvo ir no posto de saúde da cidade, para dar uma olhada na lesão do dedão do meu pé direito que machuquei na cidade de Vassouras. Isso aconteceu há uns quinze dias atrás e ainda não cicatrizou.
Havia poucas pessoas no posto e rapidamente fui atendido. O médico me disse que o correto seria os enfermeiros do SAU( Serviço de Atendimento ao Usuário) terem dado ponto no ferimento, por isso não estava cicatrizando. Ele me receitou um remédio e uma pomada. Sai de lá bem mais aliviado, pois, como bom hipocondríaco que sou, pensei que o ferimento não iria cicatrizar nunca e que sofreria sequelas pelo resto de minha vida. Cheguei a pensar que teria que amputar o dedão...
Volto para a igreja e fico mais um tempinho descansando. Depois dou uma volta pelo centro da cidade, à procura de algum cantinho coberto para montar a barraca. Encontro um bom local, mas prefiro antes dar uma passada na igreja, que fica bem no alto da cidade. Gosto um pouco de dormir perto das igrejas. Fui na secretária da paróquia e o pessoal me deu permissão para dormir em um estacionamento coberto ao lado.
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